sábado, 26 de novembro de 2016
terça-feira, 8 de novembro de 2016
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
terça-feira, 25 de outubro de 2016
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
sábado, 8 de outubro de 2016
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
terça-feira, 27 de setembro de 2016
sábado, 17 de setembro de 2016
terça-feira, 23 de agosto de 2016
Dia de Todos os Santos em Angola
FENOMENAL 
Em Angola, há muito que se pratica a verdadeira austeridade.
Exemplo: o governo não gasta dinheiro em Conselho de Ministros, pois reúne-se ao fim de semana em almoços familiares onde são resolvidos os problemas do país.
A PROVA:
1. Ministro das Finanças: Carlos Lopes, marido da irmã da primeira-dama Ana Paula dos Santos.
2. Ministro do Ensino Superior; Adão do Nascimento, sobrinho do presidente José Eduardo dos Santos.
3. Vice-Presidente da República: Manuel Vicente, enteado da falecida irmã do presidente José Eduardo dos Santos.
4. Secretário de Estado para a Habitação: Joaquim Silvestre, irmão da primeira-dama Ana Paulo dos Santos.
5. Secretária do Presidente para os Assuntos Particulares: Avelina dos Santos, sobrinha do Presidente José Eduardo dos Santos, filha do seu irmão Avelino dos Santos.
6. Administrador do Fundo Soberano: Zenu dos Santos, filho do José Eduardo dos Santos.
7. Secretário-geral da Casa Militar: Catarino dos Santos, sobrinho de José Eduardo dos Santos, filho do seu irmão Avelino dos Santos.
8. Presidente do Conselho de Administração da EPAL: Leonildo Ceita, primo da primeira-dama.
9. Presidente do Conselho de Administração da ENANA: Manuel Ceita, primo da primeira-dama Ana Paula dos Santos.
10. Presidente do Conselho de Administração do Banco de Comercio e Industria (BCI): Filomeno Ceita, primo da primeira-dama.
11. Director do Instituto Nacional de Estatística: Camilo Ceita, primo da primeira- dama, Ana Paula dos Santos.
12. Presidente do Conselho de Administração da MECANAGRO, da GESTERRA e presidente da Federação Angolana de Hóquei em Patins: Carlos Alberto Jaime Calabeto, sobrinho/primo do presidente José Eduardo dos Santos.
13. Governador do BNA – Banco Nacional de Angola: José Massano, amigo pessoal e ex-colega de Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos.
14. Vice-governador do BNA: Ricardo de Abreu, compadre e amigo pessoal de Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos.
15. Ministra de Comércio: Rosa Pacavira, sobrinha da esposa de Avelino dos Santos, irmão do presidente José Eduardo dos Santos.
16. Administrador da TAAG: Luís dos Santos, irmão do presidente José Eduardo dos Santos.
17. Presidente do Conselho de Administração da A Maria Emília Abrantes Milucha, mãe da Tchize e Zé Dú dos Santos (Korean Dú) filhos do presidente José Eduardo dos Santos.
18. TPA 2 entregue a Semba Comunicações, empresa de Tchize e Korean Dú, filhos de José Eduardo dos Santos.
19. Presidente do Conselho de Administração da Sonangol: José Francisco de Lemos, primo da primeira-dama Ana Paula dos Santos.
Ou seja, é sempre dia deTODOS OS SANTOS!
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
Esta pérola veio parar à minha caixa de correio electrónico, através de um amigo, e decidi partilhá-la com quem passar por aqui.
"Uma das histórias judiciais que ficaram célebres, na primeira metade do século XX, teve a ver com a defesa de um arguido acusado de chamar "filho da puta" ao ofendido, expressão que, na altura, era considerada altamente ofensiva.
Nas suas alegações, o escritor e advogado Ramada Curto começou por chamar a atenção do juiz para o facto de muitas vezes se utilizar esta expressão em termos elogiosos: «Grande filho da puta, és o melhor de todos!», ou carinhosos: «Dá cá um abraço, meu grande filho da puta!», tendo concluído da seguinte forma:
«E até aposto que, neste momento, V. Exa. está a pensar o seguinte: "Olhem lá do que este filho da puta não se havia de ter lembrado só para safar o seu cliente!"...»
«E até aposto que, neste momento, V. Exa. está a pensar o seguinte: "Olhem lá do que este filho da puta não se havia de ter lembrado só para safar o seu cliente!"...»
Chegada a hora da sentença, o juiz vira-se para o réu e diz :
«O senhor está absolvido, mas bem pode agradecer ao filho da puta do seu advogado!»"
«O senhor está absolvido, mas bem pode agradecer ao filho da puta do seu advogado!»"
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
SOLIDARIEDADE JUDAICA
*Isaac está em pé na porta da sinagoga, com a mão estendida, pedindo:
"Tsedaká (caridade) por favor".*
*Chega o rabino e pergunta:*
*- Isaac, o que estás a fazer?*
*Isaac responde:*
*- Rabino, eu estou a juntar dinheiro para uma mulher viúva com 3 filhos
pequenos, que está a dever três meses de renda e se ela não pagar 30 contos
até hoje o proprietário vai despejá-la.*
*-Isaac, quanto é que já recolheste?*
*-25 contos, rabino.*
*- Bem, para uma mitsvá tão importante de ajudar uma viúva, vou dar-te os 5
contos que faltam.*
*- Agradeço muito em nome da viúva, rabino.*
*- Isaac, tens um bom coração! A viúva é tua parente?*
*- Não, rabino : é minha inquilina.*
"Tsedaká (caridade) por favor".*
*Chega o rabino e pergunta:*
*- Isaac, o que estás a fazer?*
*Isaac responde:*
*- Rabino, eu estou a juntar dinheiro para uma mulher viúva com 3 filhos
pequenos, que está a dever três meses de renda e se ela não pagar 30 contos
até hoje o proprietário vai despejá-la.*
*-Isaac, quanto é que já recolheste?*
*-25 contos, rabino.*
*- Bem, para uma mitsvá tão importante de ajudar uma viúva, vou dar-te os 5
contos que faltam.*
*- Agradeço muito em nome da viúva, rabino.*
*- Isaac, tens um bom coração! A viúva é tua parente?*
*- Não, rabino : é minha inquilina.*
domingo, 31 de julho de 2016
segunda-feira, 25 de julho de 2016
quinta-feira, 30 de junho de 2016
Para todos aqueles que estão a tentar reformar-se ...
Reforma pela Caixa Geral de Aposentações
Usem este truque ou sejam verdadeiros ...
Quando apresentei a minha documentação para a merecida reforma da CGA, a senhora que me atendeu pediu-me o bilhete de identidade para confirmar minha idade...
Procurei e percebi que me tinha esquecido do documento em casa.
- "Vou buscar e depois volto à tarde".
A mulher disse-me: - "Desabotoe a camisa."
Muito encavacado, abri a camisa , revelei o meu tórax cheio de cabelos brancos e ela comentou: - "Esse cabelo grisalho para mim é prova suficiente", e iniciou o processo, recebendo a minha documentação.
Quando cheguei a casa e contei à minha mulher sobre a experiência tida no guiché da CGA, ela disse-me: - "Devias ter baixado as calças. Ias conseguir uma reforma melhor... por invalidez!"
- "Vou buscar e depois volto à tarde".
A mulher disse-me: - "Desabotoe a camisa."
Muito encavacado, abri a camisa , revelei o meu tórax cheio de cabelos brancos e ela comentou: - "Esse cabelo grisalho para mim é prova suficiente", e iniciou o processo, recebendo a minha documentação.
Quando cheguei a casa e contei à minha mulher sobre a experiência tida no guiché da CGA, ela disse-me: - "Devias ter baixado as calças. Ias conseguir uma reforma melhor... por invalidez!"
quarta-feira, 22 de junho de 2016
ANEDOTA O PADRE
Um homem casado vai confessar-se:
- Eu quase pequei...
E o padre:
- Que quer dizer com "quase"?
- Encostei o meu pirilau na empregada... Mas, na hora, eu não meti, eu parei. Por isso, foi "quase"!
- Encostar é a mesma coisa que meter... Você pecou, meu filho! Reze vinte ave-marias e colabore com cem euros para as obras da igreja, que será perdoado!
O tipo sai do confessionário, reza vinte ave-marias, tira uma nota de cem euros da carteira e vai até à caixa de esmolas. Encosta a nota na ranhura, mas recua e guarda o dinheiro.
O Padre, que estava espiando, grita:
- Eu vi isso, pecador! Você não meteu o dinheiro na caixa de esmolas!
- Foi o senhor mesmo quem disse que encostar é a mesma coisa que meter
- Eu quase pequei...
E o padre:
- Que quer dizer com "quase"?
- Encostei o meu pirilau na empregada... Mas, na hora, eu não meti, eu parei. Por isso, foi "quase"!
- Encostar é a mesma coisa que meter... Você pecou, meu filho! Reze vinte ave-marias e colabore com cem euros para as obras da igreja, que será perdoado!
O tipo sai do confessionário, reza vinte ave-marias, tira uma nota de cem euros da carteira e vai até à caixa de esmolas. Encosta a nota na ranhura, mas recua e guarda o dinheiro.
O Padre, que estava espiando, grita:
- Eu vi isso, pecador! Você não meteu o dinheiro na caixa de esmolas!
- Foi o senhor mesmo quem disse que encostar é a mesma coisa que meter
terça-feira, 21 de junho de 2016
ANEDOTA - Uma mulher, para ver a reacção do marido, deixou em cima da cama o seguinte
bilhete: "FUI-ME EMBORA E NÃO VOLTO MAIS" Escondida debaixo da cama, a
mulher esperou que o marido chegasse. Ele entrou no quarto, viu o papel,
escreveu qualquer coisa e pôs se a cantar, todo satisfeito. 5 minutos
depois, pegou no telemóvel e ligou a alguém:
- Amor, vou já. A maluca foi-se embora. Estou a caminho, amo-te! Pegou no
carro e foi-se embora. Louca de raiva, a mulher sai debaixo da cama e lê o
que ele escreveu...
- CONSIGO VER OS TEUS PÉS. Fui buscar pão. Deixa-te de merdas e faz o
almoço.
bilhete: "FUI-ME EMBORA E NÃO VOLTO MAIS" Escondida debaixo da cama, a
mulher esperou que o marido chegasse. Ele entrou no quarto, viu o papel,
escreveu qualquer coisa e pôs se a cantar, todo satisfeito. 5 minutos
depois, pegou no telemóvel e ligou a alguém:
- Amor, vou já. A maluca foi-se embora. Estou a caminho, amo-te! Pegou no
carro e foi-se embora. Louca de raiva, a mulher sai debaixo da cama e lê o
que ele escreveu...
- CONSIGO VER OS TEUS PÉS. Fui buscar pão. Deixa-te de merdas e faz o
almoço.
quinta-feira, 2 de junho de 2016
LEÃO, O VELHO E A LOURA
> Imaginem a cena, ponham a vossa mente perversa a trabalhar...
>
>
> O leão, o velho e a loura
>
> O dono de um circo colocou um anúncio procurando um domador de leão.
> Apareceram 2 pessoas: um senhor de boa aparência, aposentado, beirando
> os 80 anos, e uma loura espetacular de 25 anos.
> O dono do circo fala com os 2 candidatos e diz:
> - Eu vou directo ao assunto. O meu leão é extremamente feroz e matou
> os meus dois últimos domadores.
> Ou vocês são realmente bons, ou não vão durar 1 minuto! Aqui está o
> equipamento - banquinho, chicote e pistola. Quem quer entrar primeiro?
> Diz a loura:
> - Vou eu!
> Ela ignora o banquinho, o chicote e a pistola e entra rapidamente na jaula.
> O leão ruge e começa a correr na direcção da loura. Quando falta um
> metro para ser alcançada, a loura abre o vestido e fica toda nua,
> mostrando todo o esplendor do seu corpo.
> O leão pára como se tivesse sido fulminado por um raio!
> Ele deita-se na frente da loura e começa a lamber-lhe os pés!
> Pouco a pouco, vai subindo e lambe o corpo inteiro da loura durante
> longos minutos!
> O dono do circo, com o queixo caído até ao chão diz:
> - Eu nunca vi nada assim na minha vida!
> Vira-se para o velhinho e pergunta:
> - Você consegue fazer a mesma coisa?
> E o velhinho responde:
> - Claro! É só tirar de lá o leão.
> Imaginem a cena, ponham a vossa mente perversa a trabalhar...
>
>
> O leão, o velho e a loura
>
> O dono de um circo colocou um anúncio procurando um domador de leão.
> Apareceram 2 pessoas: um senhor de boa aparência, aposentado, beirando
> os 80 anos, e uma loura espetacular de 25 anos.
> O dono do circo fala com os 2 candidatos e diz:
> - Eu vou directo ao assunto. O meu leão é extremamente feroz e matou
> os meus dois últimos domadores.
> Ou vocês são realmente bons, ou não vão durar 1 minuto! Aqui está o
> equipamento - banquinho, chicote e pistola. Quem quer entrar primeiro?
> Diz a loura:
> - Vou eu!
> Ela ignora o banquinho, o chicote e a pistola e entra rapidamente na jaula.
> O leão ruge e começa a correr na direcção da loura. Quando falta um
> metro para ser alcançada, a loura abre o vestido e fica toda nua,
> mostrando todo o esplendor do seu corpo.
> O leão pára como se tivesse sido fulminado por um raio!
> Ele deita-se na frente da loura e começa a lamber-lhe os pés!
> Pouco a pouco, vai subindo e lambe o corpo inteiro da loura durante
> longos minutos!
> O dono do circo, com o queixo caído até ao chão diz:
> - Eu nunca vi nada assim na minha vida!
> Vira-se para o velhinho e pergunta:
> - Você consegue fazer a mesma coisa?
> E o velhinho responde:
> - Claro! É só tirar de lá o leão.
sexta-feira, 27 de maio de 2016
https://mhttps://mail.google.com/mail/#inbox/154ed8da8e9ca741ail.google.com/mail/#inbox/154ed8da8e9ca741
quinta-feira, 19 de maio de 2016
quarta-feira, 4 de maio de 2016
DÁVIDA
Deram-me vida, cresci
Deram-me à luz, pariram-me
Deram-me uma nalgada, chorei
Deram-me banho, estava sujo
Deram-me roupa, tinha frio
Deram-me mama, mamei tinha fome
Deram-me cama, tinha sono dormi
Deram-me espaço, onde viver
Deram-me uma família excelente, aceitei
Deram-me mimo tantas vezes, adorei
Deram-me carinho vezes sem conta, retribui
Deram-me vizinhos, excelentes
Deram-me amigos, muitos e bons
Deram-me palmadas, merecidas
Deram-me veredas, por elas caminhei
Deram-me escolas, onde aprendi
Deram-me reguadas, quando merecidas
Deram-me ardósia, nela escrevi
Deram-me livros, que li
Deram-me trabalho, trabalhei
Deram-me ordenado, pequeno quanto baste
Deram-me sociedade, não muito justa
Deram-me liberdade, alguma
Deram-me oportunidades, aproveitei-as
Deram-me esposa, casei
Deram-me filhos, adoro-os
Deram-me o neto, uma benção
Deram-me tudo, estou grato.
Darei em em paga, meu corpo para cremação.
Mem Martins, 10-11-2015 Francisco Parreira
Deram-me vida, cresci
Deram-me à luz, pariram-me
Deram-me uma nalgada, chorei
Deram-me banho, estava sujo
Deram-me roupa, tinha frio
Deram-me mama, mamei tinha fome
Deram-me cama, tinha sono dormi
Deram-me espaço, onde viver
Deram-me uma família excelente, aceitei
Deram-me mimo tantas vezes, adorei
Deram-me carinho vezes sem conta, retribui
Deram-me vizinhos, excelentes
Deram-me amigos, muitos e bons
Deram-me palmadas, merecidas
Deram-me veredas, por elas caminhei
Deram-me escolas, onde aprendi
Deram-me reguadas, quando merecidas
Deram-me ardósia, nela escrevi
Deram-me livros, que li
Deram-me trabalho, trabalhei
Deram-me ordenado, pequeno quanto baste
Deram-me sociedade, não muito justa
Deram-me liberdade, alguma
Deram-me oportunidades, aproveitei-as
Deram-me esposa, casei
Deram-me filhos, adoro-os
Deram-me o neto, uma benção
Deram-me tudo, estou grato.
Darei em em paga, meu corpo para cremação.
Mem Martins, 10-11-2015 Francisco Parreira
sexta-feira, 29 de abril de 2016
quarta-feira, 27 de abril de 2016
quinta-feira, 21 de abril de 2016
sábado, 5 de março de 2016
Realmente, até onde vai o radicalismo islâmico, ou a imbecilidade muçulmana.
OS TOMATES ESTÃO INTERDITOS PELOS MUÇULMANOS RADICAIS.
Einstein dizia-o com todo o seu bom senso: “ É a estupidez humana que dá a melhor ideia de infinito “.
E tinha razão !
Um grupo de muçulmanos extremistas começaram a incitar todos os muçulmanos do Mundo inteiro para nunca mais consumirem tomates, dado terem sido classificados como “alimentos cristãos” porque, quando cortado em duas metades, o seu interior tem a forma de uma cruz.
Vejam a mensagem difundida nas redes sociais islâmicas:
" Comer tomates é interdito porque os tomates são cristãos. O tomate louva a cruz em vez de Deus e diz que Deus compreende três pessoas(em referência à Santíssima Trindade).Na Palestina há um mullah que teve uma visão do Profeta Maomé chorando, e prevenindo todos os muçulmanos para que párem de comer tomates. Se não divulgarem esta mensagem é porque o diabo vos impediu. “
Eis o objecto do delito, ou melhor, o objecto do delírio paranóico e imbecil.
Ao ritmo em que marcham os muçulmanos burros e estúpidos, já nada mais poderá surpreender-nos. Mas esta, é realmente muito fora do comum. Não há meio de estes imbecis porem fim à sua estupidez anti-cristã.
O carácter internacionalista do povo português:
Se tem um problema intrincado, vê-se grego;
Se não compreende alguma coisa, aquilo é chinês;
Se trabalha de manhã à noite, trabalha como um mouro;
Se vê uma invenção moderna, é uma americanice;
Se alguém fala muito depressa, fala como um espanhol;
Se alguém vive com luxo, vive à grande e à francesa;
Se alguém quer causar boa impressão, é só para inglês ver;
Se alguém tenta regatear um preço, é pior que um cigano;
Se alguém é agarrado ao dinheiro, é pior que um judeu;
Se vê alguém a divertir-se, está a gozar que nem um preto;
Se vê alguém com um fato claro vestido, parece um brasileiro;
Se vê uma loura alta e bonita, parece uma autêntica sueca;
Se quer um café curtinho, pede uma italiana;
Se vê horários a serem cumpridos, trata-se de pontualidade britânica;
Se vê um militar bem fardado, parece um soldado alemão;
Se uma máquina funciona bem, é como um relógio suíço;
Mas quando alguma coisa corre mal, é "à portuguesa".....
sexta-feira, 4 de março de 2016
Sua Excelência o Galo
Ao contrário do que diz o povo, não é qualquer um que canta de galo, porque só canta de galo quem é galo. E ser galo é um projecto de vida a tempo inteiro, que exige do próprio um permanente exercício de exaltação da mais pequena ou insignificante característica que possa parecer-se com uma virtude.
Um galo colocado no poleiro de uma empresa vai pensar que está numa capoeira e apostará permanentemente em mostrar a plumagem, fazer ouvir a cantoria, impressionar as galinhas e assustar os concorrentes.
Por definição, um galo empresarial aparece sempre muito engomado, a caminhar na ponta dos pés e olhando para o infinito como se estivesse a posar para a História ou para o pincel de Velasquez.
Particularmente anedóticas são as suas aparições televisivas ou os seus discursos formais, por se tratarem de intervenções geralmente desproporcionadas no tom e demasiado livres no conteúdo. A sua maior preocupação é parecer bem e ser fluente, ainda que discorra com incontrita ignorância ou notória superficialidade sobre tudo e mais qualquer coisa.
Não raramente, o galo é brilhante. Quer isto dizer que o galo brilha realmente, sobretudo quando se veste de cerimónia e cede à tentação do colorido. Ouvi-lo cantar até dá gosto, desde que não desafine e não exagere no gargarejo. Apreciar a sua capacidade para cobrir com gesto grave ou ademanes gráceis a vacuidade intelectual é, só por si, um espectáculo estimulante.
O galo empresarial português é um galo típico – tem sempre muitos projectos em carteira, planeia profundíssimas revoluções sociais, anuncia conquistas futuras com exagerada antecipação, mas fá-lo porque quer assegurar que ninguém vai assustar-se com o estrondo do seu fracasso.
No íntimo, o galo português é um herói em projecto, alguém que sabe perfeitamente o que deveria fazer para ser Grande, mas que prefere deixar aos outros a oportunidade de realizarem as minudências da vida sem a sua devastadora competição. Naquela linha de raciocínio do «agarrem-me, senão vou-me a eles», o nosso galo é um clássico da bazófia, um mártir das dificuldades invisíveis, uma vítima da conspiração universal.
Na gestão das empresas portuguesas os galos medram no primeiro ano do mandato e estoiram nos seguintes, indo estiolar até à reforma em discreto poleiro, depois de coleccionarem histórias mal contadas e números desleixados.
Costumam dar bons entertainers de sopeiras e secretárias, podendo também ajudar como bibliotecários ou relações públicas em fundações e obras de benemerência. Mas nunca os utilizem para gerir negócios sérios, porque correm o risco de terem a vossa reputação manchada pelos tremeliques da crista do vosso protegido.
O galo lusitano é uma ave doméstica, não é um galo selvagem armado de esporões e preparado para sangrar adversários num semi-círculo desenhado no terreiro manhoso da clandestinidade. Gosta de comida a horas e água lavada e se tiver de esgravatar fá-lo-á com luvas brancas e pose científica,como se o esforço carecesse de manual técnico.
O galo português é egoísta, antipático, arrogante e briguento. Tanto discute a validade de um golo no futebol como a honra da vizinha no café da vila. Completamente desinteressado das opiniões e sentimentos alheios, fere susceptibilidades como quem golpeia pecados com a cruz. É um radical
chique ou, simplificando, um malcriado.
Consequência natural da sua personalidade, o galo é desconfiado, nomeando-se a si mesmo como melhor amigo. Tem, por isso, alguma dificuldade em ouvir a opinião dos outros ou atender a argumentos de bom senso, sobretudo quando lhe parece que o comentário pode conter uma censura à sua pessoa.
Por impulso e por inconsistência, o galo é um gastador. Centrado na aparência e no efeito social da acção, o galo desperdiçará o dinheiro que lhe vier ao bico com enorme rapidez e total falta de razão.
Perderá o seu e o alheio por erro e vaidade, incapaz de notar a iminência do desastre por miopia e tolice.
É provável que o galo aprecie a companhia de galinhas, sobretudo se elas lhe retribuírem uma imagem de cavalheiro amável e galanteador, sem procurarem o confronto intelectual ou detectarem as insuficiências.
No mundo empresarial português há ainda que distinguir dentro da espécie três categorias: os galos propriamente ditos, os galarós e os garnizés.
Os galos propriamente ditos são aqueles que, apesar de todos os defeitos, conseguem aguentar-se fora da grelha ou da panela, envelhecendo suficientemente as carnes para poderem persistir nas tolices. Muitos acabam por transformar-se em aves relativamente divertidas ou simpáticas, conquistando lugares decorativos nas capoeiras da abundância, com proprietários tolerantes.
Os galarós são os galos jovens que começam como grandes esperanças, rapidamente se promovem a génios e repentinamente caem às mãos de cozinheiro impiedoso, que deles faz canja saborosa ou churrasco perfumado.
Os garnizés são galos que envelhecem mas não crescem, mantendo eternamente aquele ar gaiato e progressivamente mais ridículo, de quem não se dá conta que há uma contradição crescente entre o seu tamanho e a dimensão do Mundo.
Em conjunto, galos, galarós e garnizés asseguram um ambiente razoavelmente kitch em alguns dos mais importantes conselhos de administração e ministérios da Pátria a que chamamos Portugal.
Ao contrário do que diz o povo, não é qualquer um que canta de galo, porque só canta de galo quem é galo. E ser galo é um projecto de vida a tempo inteiro, que exige do próprio um permanente exercício de exaltação da mais pequena ou insignificante característica que possa parecer-se com uma virtude.
Um galo colocado no poleiro de uma empresa vai pensar que está numa capoeira e apostará permanentemente em mostrar a plumagem, fazer ouvir a cantoria, impressionar as galinhas e assustar os concorrentes.
Por definição, um galo empresarial aparece sempre muito engomado, a caminhar na ponta dos pés e olhando para o infinito como se estivesse a posar para a História ou para o pincel de Velasquez.
Particularmente anedóticas são as suas aparições televisivas ou os seus discursos formais, por se tratarem de intervenções geralmente desproporcionadas no tom e demasiado livres no conteúdo. A sua maior preocupação é parecer bem e ser fluente, ainda que discorra com incontrita ignorância ou notória superficialidade sobre tudo e mais qualquer coisa.
Não raramente, o galo é brilhante. Quer isto dizer que o galo brilha realmente, sobretudo quando se veste de cerimónia e cede à tentação do colorido. Ouvi-lo cantar até dá gosto, desde que não desafine e não exagere no gargarejo. Apreciar a sua capacidade para cobrir com gesto grave ou ademanes gráceis a vacuidade intelectual é, só por si, um espectáculo estimulante.
O galo empresarial português é um galo típico – tem sempre muitos projectos em carteira, planeia profundíssimas revoluções sociais, anuncia conquistas futuras com exagerada antecipação, mas fá-lo porque quer assegurar que ninguém vai assustar-se com o estrondo do seu fracasso.
No íntimo, o galo português é um herói em projecto, alguém que sabe perfeitamente o que deveria fazer para ser Grande, mas que prefere deixar aos outros a oportunidade de realizarem as minudências da vida sem a sua devastadora competição. Naquela linha de raciocínio do «agarrem-me, senão vou-me a eles», o nosso galo é um clássico da bazófia, um mártir das dificuldades invisíveis, uma vítima da conspiração universal.
Na gestão das empresas portuguesas os galos medram no primeiro ano do mandato e estoiram nos seguintes, indo estiolar até à reforma em discreto poleiro, depois de coleccionarem histórias mal contadas e números desleixados.
Costumam dar bons entertainers de sopeiras e secretárias, podendo também ajudar como bibliotecários ou relações públicas em fundações e obras de benemerência. Mas nunca os utilizem para gerir negócios sérios, porque correm o risco de terem a vossa reputação manchada pelos tremeliques da crista do vosso protegido.
O galo lusitano é uma ave doméstica, não é um galo selvagem armado de esporões e preparado para sangrar adversários num semi-círculo desenhado no terreiro manhoso da clandestinidade. Gosta de comida a horas e água lavada e se tiver de esgravatar fá-lo-á com luvas brancas e pose científica,como se o esforço carecesse de manual técnico.
O galo português é egoísta, antipático, arrogante e briguento. Tanto discute a validade de um golo no futebol como a honra da vizinha no café da vila. Completamente desinteressado das opiniões e sentimentos alheios, fere susceptibilidades como quem golpeia pecados com a cruz. É um radical
chique ou, simplificando, um malcriado.
Consequência natural da sua personalidade, o galo é desconfiado, nomeando-se a si mesmo como melhor amigo. Tem, por isso, alguma dificuldade em ouvir a opinião dos outros ou atender a argumentos de bom senso, sobretudo quando lhe parece que o comentário pode conter uma censura à sua pessoa.
Por impulso e por inconsistência, o galo é um gastador. Centrado na aparência e no efeito social da acção, o galo desperdiçará o dinheiro que lhe vier ao bico com enorme rapidez e total falta de razão.
Perderá o seu e o alheio por erro e vaidade, incapaz de notar a iminência do desastre por miopia e tolice.
É provável que o galo aprecie a companhia de galinhas, sobretudo se elas lhe retribuírem uma imagem de cavalheiro amável e galanteador, sem procurarem o confronto intelectual ou detectarem as insuficiências.
No mundo empresarial português há ainda que distinguir dentro da espécie três categorias: os galos propriamente ditos, os galarós e os garnizés.
Os galos propriamente ditos são aqueles que, apesar de todos os defeitos, conseguem aguentar-se fora da grelha ou da panela, envelhecendo suficientemente as carnes para poderem persistir nas tolices. Muitos acabam por transformar-se em aves relativamente divertidas ou simpáticas, conquistando lugares decorativos nas capoeiras da abundância, com proprietários tolerantes.
Os galarós são os galos jovens que começam como grandes esperanças, rapidamente se promovem a génios e repentinamente caem às mãos de cozinheiro impiedoso, que deles faz canja saborosa ou churrasco perfumado.
Os garnizés são galos que envelhecem mas não crescem, mantendo eternamente aquele ar gaiato e progressivamente mais ridículo, de quem não se dá conta que há uma contradição crescente entre o seu tamanho e a dimensão do Mundo.
Em conjunto, galos, galarós e garnizés asseguram um ambiente razoavelmente kitch em alguns dos mais importantes conselhos de administração e ministérios da Pátria a que chamamos Portugal.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
É bom, faz bem, não importa a posição...
Segundo estudos recentes:
em pé, fortalece a coluna;
de cabeça baixa, estimula a circulação do sangue; de barriga para cima é mais prazeroso; sozinho, é estimulante, mas egoísta;Em grupo, pode até ser divertido; no banho, pode ser arriscado;No automóvel, é muito perigoso... com frequência, desenvolve a imaginação; entre duas pessoas, enriquece o conhecimento; de joelhos, o resultado pode ser doloroso... sobre a mesa ou no escritório, antes de comer ou depois da sobremesa, sobre a cama ou na rede, nus ou vestidos, sobre o sofá ou no tapete, com música ou em silêncio, entre lençóis ou no "closet":
sempre é um acto de amor e deenriquecimento.
Não importa a idade, nem a raça, nem a crença, nem o sexo,
nem a posição socioeconómica... ...Ler é sempre um prazer!!!... DEFINITIVAMENTE, LER LEVA A DESFRUTAR DA IMAGINAÇÃO...
E VOCÊ ACABOU DE EXPERIMENTAR ESSE FACTO...
DEIXE-SE DE IDEIAS MALICIOSAS E...
VÁ
PROCURAR UM LIVRO!
|
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
![]() ![]()
E...ESTA?...Advogado
|
Caixa de entrada
| x |

UM CASO VERÍDICO!!!...
Em Charlotte, na Carolina do Norte, um advogado comprou uma caixa de 24 charutos muito raros e caros, e segurou-os contra todos os riscos, incluindo o de incêndio.
Passado um mês, e depois de ter fumado todo o stock dos tais maravilhosos charutos, o advogado apresentou à companhia de seguros um pedido de indemnização, alegando que os seus charutos tinham sido “destruídos numa série de pequenos incêndios”.
A companhia de seguros recusou-se a pagar, alegando a razão óbvia que o senhor tinha consumido os charutos pela forma habitual e a que eles se destinavam.
O advogado instaurou então um processo judicial contra a companhia de seguros, e GANHOU !!!
Na sentença, o juíz concordou com a alegação de “falta de seriedade da queixa” aduzida pela companhia de seguros, mas apesar disso considerou que o advogado era titular de uma apólice, na qual se garantia que os charutos era seguráveis, e também se garantia que ficava seguro contra incêndios – sem definir o que razoavelmente devia ser considerado como tal (como seria o caso de os charutos serem fumados), e condenou a companhia a pagar a indemnização pedida.
Em vez de perder tempo e dinheiro com recursos caros, a companhia de seguros decidiu aceitar a sentença, e pagou ao advogado 15.000 dólares, a título de prejuízo sofrido pela perda dos seus charutos“numa série de pequenos incêndios”.
AGORA VEM O MELHOR…
Depois de o advogado ter recebido o dinheiro, a companhia de seguros fê-lo prender preventivamente por acusação de “24 fogos postos”!!
Com base na prova constante da alegação do próprio advogado e coligida no processo por ele intentado, o advogado foi considerado culpado de
ter intencionalmente incendiado a propriedade segura – e condenado a
24 meses de prisão, e multa de 24.000 dólares !!
No ano seguinte, esta história verídica ganhou o 1º prémio no “Concurso de Advocacia Criminal"
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
OLopes é um homem amá-
vel e paciente mas, naquele
momento, a voz dele
reflectia alguma inquietação:
– Então, Ricardo, o conto?
Ainda não mandaste o conto!
Não compreendo e manifesto
estranheza:
– Tenho mais três dias, não?
Ainda estamos a 17!
– Qual 17, pá! É dia 20, queremos
fechar a revista, só falta o raio
do conto. Está escrito, julgo eu.
– Nem pensado.
– Homem, desembrulha-te. Tens
até à meia-noite para me fazeres
chegar o conto, via on-line, bem
entendido. Despacha-te. Aplica-te.
Corro para o pequeno gabinete
onde habitualmente escrevo, a
tempo e horas. Desta vez sinto-me
entalado. Um conto? Assim, do pé
para a mão? Detesto escrever pressionado
embora reconheça: a
pressão gera adrenalina criativa.
Desde que consiga concentrarme,
o que não é fácil com a baru -
lheira da música e vozes que cai do
piso de cima, logo haveria de ser
hoje a festa da arromba. Tento desviar
a atenção mas não consigo, o
chinfrim é demasiado intenso e
desvairado. Que faço?
Subo os doze degraus que me
separam do piso acima e primo o
botão da campainha. Nada. Nem
devem ouvir a campainha, sufocada
pelo seu próprio barulho. Então
bato na porta – palmadas fortes e
reclamativas. A resposta não é o
silêncio – é apenas o mesmo baru -
lho. E ninguém que apareça a saber
porque toco, bato e reclamo.
Desço. A meio do trajecto para
voltar a casa, páro, mão na cabeça.
Um conto? Assim a mata-cavalos?
Teria imaginado um enredo se soubesse
que hoje é dia 20 e não dia 17.
Sento-me de novo à secretária,
tapei os ouvidos com bolas de
algodão. Pouco atenuam a baru -
lheira, mas vamos lá, vamos lá.
Talvez uma história de má vizi -
nhança, gente sem respeito pela
comodidade dos outros. Comodi -
dade? Qual comodidade! Eu preciso
é de sossego e cabeça limpa para
escrever um conto
Começo a enervar-me. Chamo a
Polícia? Não adianta, dizem-me que
até à meia-noite cada um, em sua
casa, pode fazer o cagaçal que lhe
der na veneta. Espera, parece que
abrandaram. Ou é o algodão que me
engana? Esperemos um pouco. Terá
de ser pouco, faltam cinco para as
dez, o limite é a meia-noite. E se eu
escrevesse uma historiazinha de
amor? Qual amor, no estado de espí-
rito em que estou não há amor que
triunfe. Mas tentarei serenar. Um
momento, o que é isto? Do andar de
baixo chega-me um zumbido de
panela de pressão a descomprimir
sem poupar nos decibéis. Coisa de
máquina. Vari nha mágica? Secador
de cabelo? Serra eléctrica? Seja o que
for, zumbe alto, mau som.
Agora desço. Toco a outra campainha,
de outra porta. Sem resposta,
volta à opção dos murros na
madeira. Pedirei delicadamente:
cara vizinha, importa-se de desligar
essa gaita? Sabe, quero escrever
um conto e esse zunido não me
deixa nem pensar. É o que lhe digo
se a excelentíssima assomar à porta.
Mas não assoma. Sinto-me entre
dois fogos, baleado por cima e por
baixo, é uma conspiração malvada
para eu falhar o compromisso de
entregar o conto.
Para grandes males, grandes
remédios. Vou mesmo chamar a
Polícia. Olha, nem de propósito: a
Polícia chega no elevador, logo dois
guardas, aliás um e uma. Obrigado
por terem vindo.
Salta do apartamento de baixo a
vizinha mouca aos meus apelos e
grita para a autoridade:
– Fui eu que chamei a Polícia.
Este senhor anda por aqui a dar
murros nas portas, não se aguenta.
Fico apalermado, nem sei o que
dizer, agora vem o vizinho do
andar de cima e aponta-me um
dedo acusador:
– Eu também chamei a Polícia e
fi-lo para me queixar de pancadas
insuportáveis na porta do meu
apartamento. – Volta-se para mim:
– o senhor está bêbado?
– Eu? Eu só queria escrever um
conto…
O duo policial dá o assunto por
resolvido, recomenda calma e boa
vizinhança, retira-se. Volto ao meu
pequeno escritório, espremo as
meninges. Um conto? Ora deixa
ver que horas são: onze e meia!
Tenho meia hora para escrever e
enviar um conto? Deixem-me rir,
ou antes, deixem-me chorar.
No entanto, ainda não atirei a
toalha ao chão, como se faz no boxe
quando um desgraçado se escusa a
levar mais pancada. Esforço-me,
bolas, esforço-me, será que não
merecia um adiamento no prazo?
Prazo… pode ser uma ideia, prazos
que crescem, prazos que encolhem.
Vamos a isto.
Chiça, agora o telefone. Quem
me telefone a hora tão inconveniente?
Levanto o auscultador e
resmungo:
– Estou.
Soa-me a voz do Lopes:
– Ainda bem que estás. Onde
estavas? É a quinta vez que ligo e
não atendes.
– A quinta vez? Ainda não é
meia-noite…
– Mas estou farto de ligar para te
dizer que não te preocupes. Para a
página em branco vai uma notícia
de última hora, assunto importante.
Já tinhas escrito o conto?
Minto despudoradamente:
– Todinho.
– Claro, aí nessa tranquilidade,
sozinho em casa, um conto é canja.
– Exacto. Às onze já o tinha
pronto. Mas, sendo assim, não é
preciso enviar, pois não?
– Nem terias escrito se atendesses
o telefone. Mas tudo bem.
– Espero que me paguem o trabalho...
■
O
Nunca Gregório Gil tinha
imaginado que o seu insuperável
romance de amor
com Tininha Benzadeus pudesse
rebentar como um foguete de lágrimas.
Tinham-se conhecido, três
anos antes, na festa de aniversário
de um amigo comum. A conversa
de circunstância logo gerou uma
simpatia recíproca, simpatia tal que
combinaram encontrar-se no dia
seguinte, para um café e mais conversa.
Nesse segundo encontro
nasceu a vontade do terceiro, e do
terceiro brotou o desejo do quarto,
palavra aqui utilizada no seu sentido
numérico, depois o quinto, cada
vez ela admirava mais as qualidades
e modos dele, ele mais se entusiasmava
com os encantos dela,
não só físicos mas também.
Só à segunda quinzena de
encontros, cada um mais saboroso
que o anterior, Greg, diminutivo
que lhe colaram na adolescência e
que Tininha achou o máximo, só
passado esse tempo todo, ele
ousou estender-lhe a mão. E ela
estendeu a mão para a mão dele,
Depois a segunda mão dela estendeu-se
para a segunda mão dele.
Abreviando, passou outra quinzena
até se estenderem de corpo
inteiro no T1 do namorado. Esse
contacto de manifesta importância
acendeu a paixão a calores que
nem ele nem ela se julgavam capazes
de atingir, Tininha já só quis
sair do T1 de Greg quando ambos,
como sempre em perfeito acordo,
se mudaram para um T2.
O tempo corria, animado e
feliz. Segredavam mesmo que ti -
nham atingido o topo da felicidade,
mais era impossível. Engano,
nos dias seguintes iriam descobrir
que essa felicidade não parava de
aumentar. Mesmo quando Tininha
passou a bocejar durante declarações
de amor eterno com que
Greg não se cansava de a mimosear,
esse insignificante gesto não se
podia confundir com farrapo de
nuvem na claridade do céu. Foi
com sorridente estranheza que
Greg a observou, numa manhã de
sábado, a acomodar os trapinhos
na mala.
– Vamos viajar, amorzinho? –
quis saber, sem desmanchar o sorriso
E ela explicou:
– Tu ficas, querido. Contigo fica
a minha gratidão por todo este
tempo de plena felicidade que me
deste mas talvez tudo seja demasiado
perfeito, não sei, preciso de
partir para etapa nova na minha
vida.
– Tininha, Tininha, vais deixarme?
– gritou ele, entre incrédulo e
assustado.
Ela passou-lhe pelo rosto as
duas palmas das mãos que ele
tanto apreciava e disse:
– Não, Greg, eu não vou deixarte,
vamos deixar-nos, o que é diferente.
O nosso romance chegou ao
fim. Em alta.
Beijou-o nas duas orelhas e saiu,
com a mala e o sorriso meigo de
todos os dias.
Mesmo conhecedora de como
era intenso o amor que o agora dispensado
lhe votava, Tininha
Benzadeus não terá avaliado os
estragos. Homem de alta emotividade,
Greg perdeu a cabeça, não
posso viver sem ela, dizia-se a si
mesmo. Não posso viver sem ela e
não quero viver sem ela. Logo, o
que eu realmente quero é morrer.
Esta ideia horrível dominavalhe
qualquer esboço de serenidade
e decidiu, irrevogavelmente, pôr
fim aos seus dias. A dúvida estava
em como. Receou que lhe faltasse a
coragem para meter o pescoço no
laço de uma corda, nem pistola
tinha para um tiro em que fosse ele
o alvo. Mais simples seria se o
matassem, concluiu. E assim concluindo,
dirigiu-se de madrugada a
um arrabalde da cidade que, diziase
nos jornais, era palco frequente
de assaltos e homicídios. Por ali
andavam criminosos do piorio. Lá
foi e, corajosamente, desafiou os
malfeitores a que o matassem. Eles
riram-se muito, tiraram-lhe a carteira,
o relógio e o telemóvel, mas
quanto a violência não lhe deram
mais que pontapés no rabo. E ninguém
morre com pontapés no
rabo. Desolado, pensou noutra
forma de morte, o que ele não
suportava era a estranha forma de
vida, sem a Tininha. Optou, então,
pelos venenos. Correu a comprar
raticidas, insecticidas e tudo quanto
encontrasse de apropriado e sem
necessidade de receita médica.
Inclusive produtos usados na agricultura
para liquidar ervas dani -
nhas e bichos. De todos os venenos
deitou boa porção em copos separados
mas, em todas as provas, ao
primeiro contacto das beberragens
com o seu paladar apurado, vomitava
convulsivamente. Tomado
pelo desespero foi à varanda do
seu quinto andar dispostíssimo a
dar o salto para o além. Mas sofria
de vertigens. Mal se debruçara deu
um salto à retaguarda e insultou-se
com todos os nomes que lhe ocor -
reram: cobarde, medricas, medroso,
merdoso, caguinchas.
Sentou-se no chão, cabisbaixo,
só levantou os olhos quando sentiu
a porta a abrir-se.
– Voltei, Greg! Voltei para ti,
amor da minha vida!
Ele olhou-a, quis falar mas as
palavras não saíam, quis correr na
direcção dela mas as pernas não se
moveram, sentiu a comoção da felicidade
absoluta, levou as mãos ao
peito como para uma mensagem
de amor, e morreu. ■
P
Da casa onde mora até à
Segunda Circular vai-se
fácil e rápido. Mas atingido
esse canal de tráfego que vai
enchendo e escoando Lisboa, a
marcha é um desespero de
lentidão.
Gilberto alcançou a faixa do
meio, ligou o rádio, espreitou o
relógio e o indicador da
disponibilidade de combustível.
Nada de inconveniente.
Aborrecida tinha sido a discussão
com a mulher, Flávia, na hora de
partirem, cada um à sua vida
profissional, em pontos opostos da
periferia citadina.
Estranhou as buzinadelas de
condutores e condutoras que o
ultrapassavam, pela esquerda e
pela direita. Intrigou-o, ainda
mais, perceber que o alvo do
banzé era ele, mais concretamente
o carro que conduzia, a direito, na
faixa do meio, à escassa velocidade
que o trânsito ia permitindo.
Assustou-se: um furo? Estariam a
avisá-lo que um pneu se demitira
da sua função por falta de ar? Não
podia ser. Dizia-lhe a experiência
que um percalço dessa natureza se
revela às mãos que seguram o
volante. E não eram só ataques de
buzina. Os parceiros da estrada
dirigiam-lhe olhares zangados,
faziam sinais com as mãos e os
braços, inclusive com dedos
espetados, alguns mandavam que
se encostasse à berma, olha, olha,
não é canja chegar à berma
quando se vai, devagarinho, pela
fila do meio, bloqueado pelo
cortejo de viaturas quase coladas e
com pressa na fila da direita.
Quer da direita, quer da
esquerda, viravam-se para ele,
espantados, ameaçadores, alguns
pareciam atirar-lhe insultos. Que
diabo é isto? A insignificância de
uma porta mal fechada? Nem
podia ser o caso. Aquele carro, por
sinal comprado por Flávia em
terceira mão, dispunha do
pequeno luxo de sinalizar
qualquer problema desse tipo.
Então, mas então? Estaria o tubo
de escape a fumegar
excessivamente? Torceu-se no
assento, o que viu foi o motorista
da carrinha à rectaguarda, de
punho fechado e expressão facial
não menos agressiva.
Lembrou-se de ligar à mulher
pelo telemóvel e perguntar se teria
notado, na véspera, algum
problema na condução. Desistiu.
Não era boa altura. Ao fim da
tarde, no regresso de ambos à casa
comum, tudo seria paz e
compreensão. Agora estaria ainda
fula e convém evitar conversas com
pessoas fulas. No final do dia,
talvez ela ainda soltasse um brando
queixume mas não tardariam a rirse.
Como de costume.
O problema de hoje deveu-se a
ele ter deixado o carro na oficina,
para a revisão, e não podia passar
sem o transporte individual, tantas
eram as voltas que teria de dar.
Então, decidira: “Querida, vou
levar o teu carro.” Ideia mal
recebida: “Ai isso é que não levas”
– ripostou a senhora, e explicou:
“Depois de sair do escritório, e
bem longe fica, tenho de ir a casa
da minha mãe, que fez uma
tachada se arroz doce para nós, e
depois visitar a avó Luciana que
está com a gripe.”
Discutiram. O mal das
discussões é a tendência para
azedarem. Homem esclarecido, ele
calou-se, entrou no carro e
apoderou-se da chave de ignição.
Mas não se precipitou: espera,
esquecia-me do carregador do
telemóvel, não tarda a ser
necessário, o visor mostra só um
risquinho. E a papelada que teria
de entregar. Levaria alguns
minutos a juntar os papéis
dispersos, a desarrumação dele
não tinha emenda. Boa ideia,
pensou, foi ter sacado a chave de
ignição. Flávia continuava junto
do carro, estática e teimosa,
Gilberto não resistiu a sorrir,
monologando: “Assim não vai a
lado nenhum” .
Desceu. Fingiu não reparar na
cara de pau da mulher e adoçou a
voz: “Até logo, amorzinho”. Sem
resposta. Paciência. Ao fim da
tarde tudo voltaria à
normalidade. Sobrepondo-se
agora à ofensiva das buzinas,
ouviu a sirene de um carro da
Polícia. E junto à janela, outro
polícia, de mota, mirava-o,
carrancudo. Detiveram o trânsito
na faixa direita e, com gestos
imperativos, encaminharam-no
para a berma. Obedeceu, que
remédio. Exigiram documentos –
“não tenho aqui o registo de
propriedade, é o carro da minha
mulher”, balbuciou – e ouviu a
ordem para sair. Saiu,
desorientado. O mais corpulento
dos guardas colocou-lhe uma
manápula no pescoço e conduziuo
à traseira do veículo. Sofreu,
então, o choque do absurdo. Preso
com fita-cola, voltas e voltas de
fita-cola, um cartão à largura do
porta-bagagem acusava:
ATENÇÃO, ESTE CARRO FOI
ROUBADO.
Meteram-no no transporte da
Polícia, um agente tomou lugar ao
volante da viatura denunciada.
Seguiram em cortejo para a
esquadra.
Nova e não menor surpresa:
Flávia, em carne e osso, ali estava,
risonha, muito solta, à conversa
com o chefe. Já apresentara a
documentação, dela própria e do
carro sua pertença. E ria-se, ria-se
muito, ao identificar o querido
esposo, explicando em todo o
redor que ele teria sido vítima de
uma partida dos amigos, uns
pândegos, uns brincalhões.
Toda a esquadra se tornou riso.
Ainda assarapantado, o detido
cravou nos olhos da mulher um
olhar de fúria. Por mais que
tentasse, não conseguia sequer o
esboço de um sorriso. Enfim,
talvez logo, ao fim da tarde. ■
O
J
acinto fez-se forte e gesticulou
um adeus mas Elvira não conseguiu
reter o choro. Lá se
iam, no carro de um neto, os ve lhos
Tomás e Rosário. Assim emagrecia a
aldeia para três habitantes, com
Elvira e Jacinto resistirá só o
Sebastião Silas, para amarga ironia o
menos amigável da povoação que
se ia despovoando. Também ele
veio à porta para assistir à abalada
mas nenhuma emoção se lia naquele
rosto magro e duro.
– E agora, Jacinto? Aqui ficamos
os dois, sozinhos, olhando as casas
vazias onde morava gente de estima.
Primeiro foram saindo os mais
moços, depois os nossos companheiros
desde crianças. Uns porque
morreram, outros porque se foram
para as cidades, deixando a aldeia às
portas da morte. Restamos nós.
Sentado na cadeira encostada à
lareira, o homem enrolava um mínimo
de tabaco na mortalha de papel.
Tentou animar.
– Ainda temos cá o Sebastião,
sempre é uma vizinhança.
– Esse? – reagiu a mulher – Nem
nos fala. No dia em que se lhe
meteu na cabeça que as nossas
galinhas foram depenicar nas favas
dele, só lhe ouvimos os berros e
emudeceu. Nem bom dia, nem boa
tarde. Nunca mais.
Jacinto mexeu as brasas com o
canudo de ferro que servia para as
soprar e disse:
– Um dia passa-lhe.
– Passa-lhe? Como, Jacinto? Pois
se é mesmo o feitio dele, sempre
embezerrado, até quando a aldeia
era uma festa de gente raro se atardava
numa conversa. Só estará contente
quando marcha sozinho para
a caça, atroa os ares de tiros e uma
vez – há quanto tempo isso foi! – até
nos veio trazer uma lebre. Muito me
admirou.
– E eu – deves também lembrarte
– levei-lhe o queijo grande que a
nossa Luisinha trouxe quando veio
ver-nos. Também podes dizer: há
quanto tempo isso foi!
– Vou ligar a televisão – disse
Elvira.
– Para quê? Desde que mudaram
o sistema, ou lá como isso se chama,
fizeram-nos gastar um di nheirão e
ficou pior que dantes. É o progresso.
Eles é que sabem.
O cigarro ardeu mais de metade
à primeira fumaça, mas Jacinto
manteve-o entre os dedos calosos. –
Acho que já podias dar-me a sopa.
– Hoje fiz canja. Tive pena de
matar o galo, guardei-o para um
almoço de despedida da Rosário e
do Tomás. Mas o neto tinha pressa.
– Vê as coisas pelo lado bom: deixaram
o galo.
Entreolharam-se ao ouvirem o
súbito roncar de um motor. Coisa
espantosa, alguém chegou. Esprei -
taram e viram dois estranhos a descer
de uma moto.
– Devem ter-se perdido – calculou
Jacinto.
– Ou serão parentes do Se -
bastião? – alvitrou Rosário.
Saíram à rua a ver em que poderiam
ser úteis.
– Bom dia – saudou Jacinto –
Quem procuram?
– O senhor mesmo – disse um.
– Somos da Inspecção Sanitária –
afirmou o outro.
– Inspecção quê?
– Sanitária. Temos de ver os
canos.
– Canos? – riu-se Rosário – Não
temos água de canos em casa.
Foram entrando. Jacinto estra -
nhou que fechassem a porta mas
não tardou a perceber: tinha a
ponta de uma faca a bailar-lhe no
pescoço.
– Ouro. Ouro e dinheiro. Tudo e
já! – ordenou o mais falador dos
assaltantes.
Rosário gritou e o outro homem
esmurrou-a fazendo-a tombar.
– Malvado! – enfureceu-se
Jacinto e logo travou a lâmina numa
ameaça de morte imediata.
Foi então que os quatro se
sobressaltaram com o estrondo da
porta aberta a pontapé. Na moldura
das ombreiras desenhou-se a figura
de Sebastião, tenso, de espingarda
apontada.
– O que se passa aqui? – perguntou
em voz, meio doce.
A resposta traduziu-se no pânico
dos assaltantes, balbuciando súplicas
de perdão e correndo como
lebres a caminho da moto. Sebastião
fez pontaria. Na casa, Jacinto e
Rosário abraçavam-se quando ouviram
dois tiros.
– Deus do céu – murmurou a
mulher. Sebastião reentrou na casa e
Jacinto, trémulo, não resistiu a perguntar:
– Matou-os?
O outro riu-se. Há muito, talvez
nunca, o tinham visto tão risonho.
Depois disse:
– Não matei ninguém. Só lhes
rebentei os pneus da moto. E agora
aí vão eles esgalgados cerro acima,
muito terão de dar às pernas por
esses matos.
Lá se riram os três.
– E o amigo Sebastião, que nos
salvou desses demónios, não aceita
almoçar com a gente? – convidou
Rosário.
– Olhe que não me cairá mal. E o
que é o almoço?
– Canja de galo – informou
Jacinto.
– Seguida de galo. Tostadinho no
forno – acrescentou a mulher.
– Olha que banquete! – aplaudiu
Sebastião.
Depois de meditar em silêncio
prolongado, o dono da casa disse:
– Aqueles canalhas, até o galo
nos iam levar. ■
Um galo e dois tiros
Boa surpresa foi ver desocupado
de carros os quatro
metros de rua mesmo à
porta do Café-Bar Sesinando. E de
uma própria e antiga residência,
terceiro andar, no prédio do estabelecimento.
Tentou lembrar-se se
alguma vez tinha encontrado livre
e convidativo aquele pedaço de
chão. Nunca, durante o ano e quatro
meses que morara ali. Só por
este bom começo de dia já tinha
valido a pena.
O senhor Sesinando abriu os
braços e um sorriso espantado
quando o viu entrar:
– Olha quem! Há quanto
tempo, meu amigo, há quanto
tempo não tenho o gosto de lhe
pôr a vista em cima.
Abraçaram-se.
– O que vai ser?
– Um café.
– Só o café? Vai permitir que lhe
ofereça um licor de poejo, este
ainda não conhece.
– Vá lá. Mas uma gota.
Sesinando ardia em curiosidade
mas travava a língua no receio de
ser indiscreto. Por fim, considerou
que não seria abusivo informar:
– A doutora Helena é que vejo
todos os dias. Galão, pastel da
nossa terra e o café.
– Como sempre – disse João
Eduardo.
– Deve estar aí a aparecer, -
Fixou um olhar de inspecção na
porta que tinha na frente e suspendeu
a interrogação que lhe assomou
à boca: vocês falam-se?
Teve resposta quando a cliente
surgiu na moldura da porta, olhou,
pareceu ter respirado fundo e foi
sentar-se diante de João Eduardo.
– Bom dia, disse.
– Olá, Helena, como estás?
– Muito bem, João. E tu?
– Tenho-me adaptado.
– Adaptado?
– Ao princípio custou-me a
adaptação a uma zona da cidade
que me era estranha. E tive saudades,
confesso.
Helena demorou uns segundos,
a meditar como devia entender. Por
fim, quis saber:
– Saudades de quê, de quem,
João?
– Desta rua, do bar, do senhor
Sesinando, do quiosque dos jornais,
um tipo habitua-se e depois
sente a falta. Tu, Helena, não
sofreste essa sensação de perda.
– Não perdi, de facto, nada do
que dizes. O que estranhei foi teres
levado tanto tempo para fazeres o
que vieste fazer hoje: levar o resto
dos teus pertences. Livros, discos, a
gabardina, dois pares de sapatos
pretos… nem sei que mais.
– Quanto a livros e discos,
comprámo-los juntos, escolhe tu,
Helena, os que te agradarem mais.
Podem ser todos. É verdade, tínhamos
aceitado este encontro para
acertar trocas e baldrocas – ignoro
se notaste que, misturado com as
minhas camisas, levei um vestido
teu. O amarelo, cintado, curto, descobria-te
as pernas até ao meio das
coxas.
– E daí? Incomodava-te a visão
das minhas pernas?
– Disparate. Só podia incomodar-me
não ver a metade de cima.
– Deixa-te de lérias. Bem te ouvi
que o vestido era indecente e atraía
demasiadas atenções. Ciumeiras
parvas, João.
– Não foram os meus ciúmes
que nos separaram, mas sim os
teus. A tua bela carinha torcia-se de
desconfiança quando eu saía à
noite para me encontrar com um
amigo. E, de súbito, o estrondo. Eu
nem podia conceber mas foste bisbilhotar
no meu telemóvel e endoideceste
ao ler um sms: “Nove e
meia na minha casa. Espero-te.
Maria Graça”. Não me disseste
uma palavra, acredito que pelo
pudor de confessares a feia atitude
de me policiares o telemóvel. A
partir daí, a nossa casa gelou.
Espantado, o que passei a receber
de ti foram má cara e palavras
secas. Quando pedi explicações o
que ouvi foi que estavas farta de
mim. E insultos. Então, é verdade,
irritei-me e contrataquei furioso.
– Foi horrível. Não podíamos
continuar juntos.
– Sim, dissemos horrores. Eu e
tu. Hoje vim cá porque assim tí -
nhamos combinado, mas pouco ou
nada me interessam os livros, os
discos, acho que pertencem à casa.
Bem entendido, julgo que vou
levar os meus sapatos pretos. –
Calou-se mas, ante o silêncio de
Helena, acrescentou: - A não ser
que tenhas namorado e tão sortudo
que até calça o mesmo número
que eu.
Finalmente, ela riu-se.
– Não tenho namorado, João
Eduardo. E tu? Com quem vives?
– Sozinho com os meus pensamentos.
Esperavas o quê? Uma
Maria da Graça? Olha, menina: só
depois de sair, irado, confesso, me
lembrei que tinhas gritado um
nome sem eu entender. Mais tarde,
passando em revista os sms, percebi
tudo. Estive a ponto de voltar
atrás para fazer luz na tua cabeci -
nha. Mas já nos tínhamos insultado
a um ponto indesculpável. E lá se
foi.
Helena passa as mãos pelo cabelo,
parece ir falar mas logo volta a
um silêncio de embaraço.
– Não compreendo o que dizes,
João, só sei que me atiraste palavras
demasiado cruéis. Sim, também me
culpo, perdi a cabeça. E agora dizes
que depois de saíres fulo, alucinado,
pensaste em voltar?
Pela primeira vez nessa hora de
reencontro, João Eduardo segurou
as mãos de Helena.
– Quando percebi, quis que percebesses.
Bastava mostrar-te o sms
que te tinha desvairado e ligar para
o número de onde provinha.
Saberias, então, que a Maria da
Graça inventada pela tua mente
desconfiada era um equívoco. O
M. Graça, da assinatura era, tão
simplesmente, o Miranda Graça,
um amigo de infância. Ele quis reunir,
num jantar, companheiros de
juventude, desencontrados há
muitos anos. Vou chamá-lo. Agora.
– Não, por favor, desculpa.
Podias ter esclarecido logo, evitavase
a zanga insanável.
– Insanável, Helena?
– Tu não achas?
– Acho que não vou levar os
sapatos, devolvo-te o vestido indecente
e, se estiveres de acordo,
subimos para a nossa casa.
– Queres mesmo, João?
– Não vim cá para outra coisa. ■
Ida e volta
/
domingo, 17 de janeiro de 2016
Vê as 10 profecias de Nostradamus para o ano de 2016:
1ª Terceira Guerra Mundial
Segundo Nostradumus, a terceira guerra mundial irá começar em 2016 e terá a duração de 27 anos. Duas grandes nações se levantarão uma contra a outra e iniciarão uma série de conflitos; inclusive um conflito nuclear será registrado. Coincidentemente, o francês afirma que um cometa passará na órbita da terra no mesmo período.
2ª Erupção do vulcão Vesúvio
O vulcão que fica localizado no golfo de Nápoles na Itália entrará em erupção e gerará uma série de terremotos a cada cinco minutos. O acontecimento irá ocasionar uma grande tragédia. Segundo a profecia, de 6 a 16 mil pessoas perderão a vida.
3ª Grande terremoto nos Estados Unidos
Um terremoto devastará a parte ocidental dos Estados Unidos e abalará a maior economia do mundo. O abalo será tão forte que poderá ser sentido em países vizinhos.
4ª Permissão para paternidade
O ser humano terá que obter licenças governamentais para poder gerar filhos. Licenças e permissões terão que ser requisitadas caso um casal deseje ter filhos.
5ª Colapso económico mundial
Uma grande crise económica sem precedentes abalará as grandes nações e consequentemente se estenderá aos países emergentes.
6ª Fim da cobrança de impostos
Uma nação do mundo deixará de cobrar impostos. Uma política inédita e igualitária surpreenderá o mundo.
7ª Radiação Solar destruirá o meio ambiente
Uma intensa radiação solar provocará queimadas em florestas e destruirá uma parte considerável da flora e fauna mundial.
8ª Expectativa de vida de 200 anos
Os avanços da medicina chegarão a tal ponto que o ser humano poderá viver até 200 anos. Nas previsões, pessoas de 80 anos terão a mesma disposição de uma de 50 anos.
9ª Comunicação de animais com seres humanos
Um método de comunicação de seres humanos com animais será desenvolvido. O homem poderá se comunicar perfeitamente com seu animal de estimação.
10ª Fim da barreira de idiomas
Segundo Nostradamus, os avanços tecnológicos farão com que todos os povos de todas as nações se comuniquem sem precisar aprender o inglês, apenas com um dispositivo tradutor automático, tecnologia comparada a de um aplicativo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)