terça-feira, 19 de janeiro de 2016
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
OLopes é um homem amá-
vel e paciente mas, naquele
momento, a voz dele
reflectia alguma inquietação:
– Então, Ricardo, o conto?
Ainda não mandaste o conto!
Não compreendo e manifesto
estranheza:
– Tenho mais três dias, não?
Ainda estamos a 17!
– Qual 17, pá! É dia 20, queremos
fechar a revista, só falta o raio
do conto. Está escrito, julgo eu.
– Nem pensado.
– Homem, desembrulha-te. Tens
até à meia-noite para me fazeres
chegar o conto, via on-line, bem
entendido. Despacha-te. Aplica-te.
Corro para o pequeno gabinete
onde habitualmente escrevo, a
tempo e horas. Desta vez sinto-me
entalado. Um conto? Assim, do pé
para a mão? Detesto escrever pressionado
embora reconheça: a
pressão gera adrenalina criativa.
Desde que consiga concentrarme,
o que não é fácil com a baru -
lheira da música e vozes que cai do
piso de cima, logo haveria de ser
hoje a festa da arromba. Tento desviar
a atenção mas não consigo, o
chinfrim é demasiado intenso e
desvairado. Que faço?
Subo os doze degraus que me
separam do piso acima e primo o
botão da campainha. Nada. Nem
devem ouvir a campainha, sufocada
pelo seu próprio barulho. Então
bato na porta – palmadas fortes e
reclamativas. A resposta não é o
silêncio – é apenas o mesmo baru -
lho. E ninguém que apareça a saber
porque toco, bato e reclamo.
Desço. A meio do trajecto para
voltar a casa, páro, mão na cabeça.
Um conto? Assim a mata-cavalos?
Teria imaginado um enredo se soubesse
que hoje é dia 20 e não dia 17.
Sento-me de novo à secretária,
tapei os ouvidos com bolas de
algodão. Pouco atenuam a baru -
lheira, mas vamos lá, vamos lá.
Talvez uma história de má vizi -
nhança, gente sem respeito pela
comodidade dos outros. Comodi -
dade? Qual comodidade! Eu preciso
é de sossego e cabeça limpa para
escrever um conto
Começo a enervar-me. Chamo a
Polícia? Não adianta, dizem-me que
até à meia-noite cada um, em sua
casa, pode fazer o cagaçal que lhe
der na veneta. Espera, parece que
abrandaram. Ou é o algodão que me
engana? Esperemos um pouco. Terá
de ser pouco, faltam cinco para as
dez, o limite é a meia-noite. E se eu
escrevesse uma historiazinha de
amor? Qual amor, no estado de espí-
rito em que estou não há amor que
triunfe. Mas tentarei serenar. Um
momento, o que é isto? Do andar de
baixo chega-me um zumbido de
panela de pressão a descomprimir
sem poupar nos decibéis. Coisa de
máquina. Vari nha mágica? Secador
de cabelo? Serra eléctrica? Seja o que
for, zumbe alto, mau som.
Agora desço. Toco a outra campainha,
de outra porta. Sem resposta,
volta à opção dos murros na
madeira. Pedirei delicadamente:
cara vizinha, importa-se de desligar
essa gaita? Sabe, quero escrever
um conto e esse zunido não me
deixa nem pensar. É o que lhe digo
se a excelentíssima assomar à porta.
Mas não assoma. Sinto-me entre
dois fogos, baleado por cima e por
baixo, é uma conspiração malvada
para eu falhar o compromisso de
entregar o conto.
Para grandes males, grandes
remédios. Vou mesmo chamar a
Polícia. Olha, nem de propósito: a
Polícia chega no elevador, logo dois
guardas, aliás um e uma. Obrigado
por terem vindo.
Salta do apartamento de baixo a
vizinha mouca aos meus apelos e
grita para a autoridade:
– Fui eu que chamei a Polícia.
Este senhor anda por aqui a dar
murros nas portas, não se aguenta.
Fico apalermado, nem sei o que
dizer, agora vem o vizinho do
andar de cima e aponta-me um
dedo acusador:
– Eu também chamei a Polícia e
fi-lo para me queixar de pancadas
insuportáveis na porta do meu
apartamento. – Volta-se para mim:
– o senhor está bêbado?
– Eu? Eu só queria escrever um
conto…
O duo policial dá o assunto por
resolvido, recomenda calma e boa
vizinhança, retira-se. Volto ao meu
pequeno escritório, espremo as
meninges. Um conto? Ora deixa
ver que horas são: onze e meia!
Tenho meia hora para escrever e
enviar um conto? Deixem-me rir,
ou antes, deixem-me chorar.
No entanto, ainda não atirei a
toalha ao chão, como se faz no boxe
quando um desgraçado se escusa a
levar mais pancada. Esforço-me,
bolas, esforço-me, será que não
merecia um adiamento no prazo?
Prazo… pode ser uma ideia, prazos
que crescem, prazos que encolhem.
Vamos a isto.
Chiça, agora o telefone. Quem
me telefone a hora tão inconveniente?
Levanto o auscultador e
resmungo:
– Estou.
Soa-me a voz do Lopes:
– Ainda bem que estás. Onde
estavas? É a quinta vez que ligo e
não atendes.
– A quinta vez? Ainda não é
meia-noite…
– Mas estou farto de ligar para te
dizer que não te preocupes. Para a
página em branco vai uma notícia
de última hora, assunto importante.
Já tinhas escrito o conto?
Minto despudoradamente:
– Todinho.
– Claro, aí nessa tranquilidade,
sozinho em casa, um conto é canja.
– Exacto. Às onze já o tinha
pronto. Mas, sendo assim, não é
preciso enviar, pois não?
– Nem terias escrito se atendesses
o telefone. Mas tudo bem.
– Espero que me paguem o trabalho...
■
O
Nunca Gregório Gil tinha
imaginado que o seu insuperável
romance de amor
com Tininha Benzadeus pudesse
rebentar como um foguete de lágrimas.
Tinham-se conhecido, três
anos antes, na festa de aniversário
de um amigo comum. A conversa
de circunstância logo gerou uma
simpatia recíproca, simpatia tal que
combinaram encontrar-se no dia
seguinte, para um café e mais conversa.
Nesse segundo encontro
nasceu a vontade do terceiro, e do
terceiro brotou o desejo do quarto,
palavra aqui utilizada no seu sentido
numérico, depois o quinto, cada
vez ela admirava mais as qualidades
e modos dele, ele mais se entusiasmava
com os encantos dela,
não só físicos mas também.
Só à segunda quinzena de
encontros, cada um mais saboroso
que o anterior, Greg, diminutivo
que lhe colaram na adolescência e
que Tininha achou o máximo, só
passado esse tempo todo, ele
ousou estender-lhe a mão. E ela
estendeu a mão para a mão dele,
Depois a segunda mão dela estendeu-se
para a segunda mão dele.
Abreviando, passou outra quinzena
até se estenderem de corpo
inteiro no T1 do namorado. Esse
contacto de manifesta importância
acendeu a paixão a calores que
nem ele nem ela se julgavam capazes
de atingir, Tininha já só quis
sair do T1 de Greg quando ambos,
como sempre em perfeito acordo,
se mudaram para um T2.
O tempo corria, animado e
feliz. Segredavam mesmo que ti -
nham atingido o topo da felicidade,
mais era impossível. Engano,
nos dias seguintes iriam descobrir
que essa felicidade não parava de
aumentar. Mesmo quando Tininha
passou a bocejar durante declarações
de amor eterno com que
Greg não se cansava de a mimosear,
esse insignificante gesto não se
podia confundir com farrapo de
nuvem na claridade do céu. Foi
com sorridente estranheza que
Greg a observou, numa manhã de
sábado, a acomodar os trapinhos
na mala.
– Vamos viajar, amorzinho? –
quis saber, sem desmanchar o sorriso
E ela explicou:
– Tu ficas, querido. Contigo fica
a minha gratidão por todo este
tempo de plena felicidade que me
deste mas talvez tudo seja demasiado
perfeito, não sei, preciso de
partir para etapa nova na minha
vida.
– Tininha, Tininha, vais deixarme?
– gritou ele, entre incrédulo e
assustado.
Ela passou-lhe pelo rosto as
duas palmas das mãos que ele
tanto apreciava e disse:
– Não, Greg, eu não vou deixarte,
vamos deixar-nos, o que é diferente.
O nosso romance chegou ao
fim. Em alta.
Beijou-o nas duas orelhas e saiu,
com a mala e o sorriso meigo de
todos os dias.
Mesmo conhecedora de como
era intenso o amor que o agora dispensado
lhe votava, Tininha
Benzadeus não terá avaliado os
estragos. Homem de alta emotividade,
Greg perdeu a cabeça, não
posso viver sem ela, dizia-se a si
mesmo. Não posso viver sem ela e
não quero viver sem ela. Logo, o
que eu realmente quero é morrer.
Esta ideia horrível dominavalhe
qualquer esboço de serenidade
e decidiu, irrevogavelmente, pôr
fim aos seus dias. A dúvida estava
em como. Receou que lhe faltasse a
coragem para meter o pescoço no
laço de uma corda, nem pistola
tinha para um tiro em que fosse ele
o alvo. Mais simples seria se o
matassem, concluiu. E assim concluindo,
dirigiu-se de madrugada a
um arrabalde da cidade que, diziase
nos jornais, era palco frequente
de assaltos e homicídios. Por ali
andavam criminosos do piorio. Lá
foi e, corajosamente, desafiou os
malfeitores a que o matassem. Eles
riram-se muito, tiraram-lhe a carteira,
o relógio e o telemóvel, mas
quanto a violência não lhe deram
mais que pontapés no rabo. E ninguém
morre com pontapés no
rabo. Desolado, pensou noutra
forma de morte, o que ele não
suportava era a estranha forma de
vida, sem a Tininha. Optou, então,
pelos venenos. Correu a comprar
raticidas, insecticidas e tudo quanto
encontrasse de apropriado e sem
necessidade de receita médica.
Inclusive produtos usados na agricultura
para liquidar ervas dani -
nhas e bichos. De todos os venenos
deitou boa porção em copos separados
mas, em todas as provas, ao
primeiro contacto das beberragens
com o seu paladar apurado, vomitava
convulsivamente. Tomado
pelo desespero foi à varanda do
seu quinto andar dispostíssimo a
dar o salto para o além. Mas sofria
de vertigens. Mal se debruçara deu
um salto à retaguarda e insultou-se
com todos os nomes que lhe ocor -
reram: cobarde, medricas, medroso,
merdoso, caguinchas.
Sentou-se no chão, cabisbaixo,
só levantou os olhos quando sentiu
a porta a abrir-se.
– Voltei, Greg! Voltei para ti,
amor da minha vida!
Ele olhou-a, quis falar mas as
palavras não saíam, quis correr na
direcção dela mas as pernas não se
moveram, sentiu a comoção da felicidade
absoluta, levou as mãos ao
peito como para uma mensagem
de amor, e morreu. ■
P
Da casa onde mora até à
Segunda Circular vai-se
fácil e rápido. Mas atingido
esse canal de tráfego que vai
enchendo e escoando Lisboa, a
marcha é um desespero de
lentidão.
Gilberto alcançou a faixa do
meio, ligou o rádio, espreitou o
relógio e o indicador da
disponibilidade de combustível.
Nada de inconveniente.
Aborrecida tinha sido a discussão
com a mulher, Flávia, na hora de
partirem, cada um à sua vida
profissional, em pontos opostos da
periferia citadina.
Estranhou as buzinadelas de
condutores e condutoras que o
ultrapassavam, pela esquerda e
pela direita. Intrigou-o, ainda
mais, perceber que o alvo do
banzé era ele, mais concretamente
o carro que conduzia, a direito, na
faixa do meio, à escassa velocidade
que o trânsito ia permitindo.
Assustou-se: um furo? Estariam a
avisá-lo que um pneu se demitira
da sua função por falta de ar? Não
podia ser. Dizia-lhe a experiência
que um percalço dessa natureza se
revela às mãos que seguram o
volante. E não eram só ataques de
buzina. Os parceiros da estrada
dirigiam-lhe olhares zangados,
faziam sinais com as mãos e os
braços, inclusive com dedos
espetados, alguns mandavam que
se encostasse à berma, olha, olha,
não é canja chegar à berma
quando se vai, devagarinho, pela
fila do meio, bloqueado pelo
cortejo de viaturas quase coladas e
com pressa na fila da direita.
Quer da direita, quer da
esquerda, viravam-se para ele,
espantados, ameaçadores, alguns
pareciam atirar-lhe insultos. Que
diabo é isto? A insignificância de
uma porta mal fechada? Nem
podia ser o caso. Aquele carro, por
sinal comprado por Flávia em
terceira mão, dispunha do
pequeno luxo de sinalizar
qualquer problema desse tipo.
Então, mas então? Estaria o tubo
de escape a fumegar
excessivamente? Torceu-se no
assento, o que viu foi o motorista
da carrinha à rectaguarda, de
punho fechado e expressão facial
não menos agressiva.
Lembrou-se de ligar à mulher
pelo telemóvel e perguntar se teria
notado, na véspera, algum
problema na condução. Desistiu.
Não era boa altura. Ao fim da
tarde, no regresso de ambos à casa
comum, tudo seria paz e
compreensão. Agora estaria ainda
fula e convém evitar conversas com
pessoas fulas. No final do dia,
talvez ela ainda soltasse um brando
queixume mas não tardariam a rirse.
Como de costume.
O problema de hoje deveu-se a
ele ter deixado o carro na oficina,
para a revisão, e não podia passar
sem o transporte individual, tantas
eram as voltas que teria de dar.
Então, decidira: “Querida, vou
levar o teu carro.” Ideia mal
recebida: “Ai isso é que não levas”
– ripostou a senhora, e explicou:
“Depois de sair do escritório, e
bem longe fica, tenho de ir a casa
da minha mãe, que fez uma
tachada se arroz doce para nós, e
depois visitar a avó Luciana que
está com a gripe.”
Discutiram. O mal das
discussões é a tendência para
azedarem. Homem esclarecido, ele
calou-se, entrou no carro e
apoderou-se da chave de ignição.
Mas não se precipitou: espera,
esquecia-me do carregador do
telemóvel, não tarda a ser
necessário, o visor mostra só um
risquinho. E a papelada que teria
de entregar. Levaria alguns
minutos a juntar os papéis
dispersos, a desarrumação dele
não tinha emenda. Boa ideia,
pensou, foi ter sacado a chave de
ignição. Flávia continuava junto
do carro, estática e teimosa,
Gilberto não resistiu a sorrir,
monologando: “Assim não vai a
lado nenhum” .
Desceu. Fingiu não reparar na
cara de pau da mulher e adoçou a
voz: “Até logo, amorzinho”. Sem
resposta. Paciência. Ao fim da
tarde tudo voltaria à
normalidade. Sobrepondo-se
agora à ofensiva das buzinas,
ouviu a sirene de um carro da
Polícia. E junto à janela, outro
polícia, de mota, mirava-o,
carrancudo. Detiveram o trânsito
na faixa direita e, com gestos
imperativos, encaminharam-no
para a berma. Obedeceu, que
remédio. Exigiram documentos –
“não tenho aqui o registo de
propriedade, é o carro da minha
mulher”, balbuciou – e ouviu a
ordem para sair. Saiu,
desorientado. O mais corpulento
dos guardas colocou-lhe uma
manápula no pescoço e conduziuo
à traseira do veículo. Sofreu,
então, o choque do absurdo. Preso
com fita-cola, voltas e voltas de
fita-cola, um cartão à largura do
porta-bagagem acusava:
ATENÇÃO, ESTE CARRO FOI
ROUBADO.
Meteram-no no transporte da
Polícia, um agente tomou lugar ao
volante da viatura denunciada.
Seguiram em cortejo para a
esquadra.
Nova e não menor surpresa:
Flávia, em carne e osso, ali estava,
risonha, muito solta, à conversa
com o chefe. Já apresentara a
documentação, dela própria e do
carro sua pertença. E ria-se, ria-se
muito, ao identificar o querido
esposo, explicando em todo o
redor que ele teria sido vítima de
uma partida dos amigos, uns
pândegos, uns brincalhões.
Toda a esquadra se tornou riso.
Ainda assarapantado, o detido
cravou nos olhos da mulher um
olhar de fúria. Por mais que
tentasse, não conseguia sequer o
esboço de um sorriso. Enfim,
talvez logo, ao fim da tarde. ■
O
J
acinto fez-se forte e gesticulou
um adeus mas Elvira não conseguiu
reter o choro. Lá se
iam, no carro de um neto, os ve lhos
Tomás e Rosário. Assim emagrecia a
aldeia para três habitantes, com
Elvira e Jacinto resistirá só o
Sebastião Silas, para amarga ironia o
menos amigável da povoação que
se ia despovoando. Também ele
veio à porta para assistir à abalada
mas nenhuma emoção se lia naquele
rosto magro e duro.
– E agora, Jacinto? Aqui ficamos
os dois, sozinhos, olhando as casas
vazias onde morava gente de estima.
Primeiro foram saindo os mais
moços, depois os nossos companheiros
desde crianças. Uns porque
morreram, outros porque se foram
para as cidades, deixando a aldeia às
portas da morte. Restamos nós.
Sentado na cadeira encostada à
lareira, o homem enrolava um mínimo
de tabaco na mortalha de papel.
Tentou animar.
– Ainda temos cá o Sebastião,
sempre é uma vizinhança.
– Esse? – reagiu a mulher – Nem
nos fala. No dia em que se lhe
meteu na cabeça que as nossas
galinhas foram depenicar nas favas
dele, só lhe ouvimos os berros e
emudeceu. Nem bom dia, nem boa
tarde. Nunca mais.
Jacinto mexeu as brasas com o
canudo de ferro que servia para as
soprar e disse:
– Um dia passa-lhe.
– Passa-lhe? Como, Jacinto? Pois
se é mesmo o feitio dele, sempre
embezerrado, até quando a aldeia
era uma festa de gente raro se atardava
numa conversa. Só estará contente
quando marcha sozinho para
a caça, atroa os ares de tiros e uma
vez – há quanto tempo isso foi! – até
nos veio trazer uma lebre. Muito me
admirou.
– E eu – deves também lembrarte
– levei-lhe o queijo grande que a
nossa Luisinha trouxe quando veio
ver-nos. Também podes dizer: há
quanto tempo isso foi!
– Vou ligar a televisão – disse
Elvira.
– Para quê? Desde que mudaram
o sistema, ou lá como isso se chama,
fizeram-nos gastar um di nheirão e
ficou pior que dantes. É o progresso.
Eles é que sabem.
O cigarro ardeu mais de metade
à primeira fumaça, mas Jacinto
manteve-o entre os dedos calosos. –
Acho que já podias dar-me a sopa.
– Hoje fiz canja. Tive pena de
matar o galo, guardei-o para um
almoço de despedida da Rosário e
do Tomás. Mas o neto tinha pressa.
– Vê as coisas pelo lado bom: deixaram
o galo.
Entreolharam-se ao ouvirem o
súbito roncar de um motor. Coisa
espantosa, alguém chegou. Esprei -
taram e viram dois estranhos a descer
de uma moto.
– Devem ter-se perdido – calculou
Jacinto.
– Ou serão parentes do Se -
bastião? – alvitrou Rosário.
Saíram à rua a ver em que poderiam
ser úteis.
– Bom dia – saudou Jacinto –
Quem procuram?
– O senhor mesmo – disse um.
– Somos da Inspecção Sanitária –
afirmou o outro.
– Inspecção quê?
– Sanitária. Temos de ver os
canos.
– Canos? – riu-se Rosário – Não
temos água de canos em casa.
Foram entrando. Jacinto estra -
nhou que fechassem a porta mas
não tardou a perceber: tinha a
ponta de uma faca a bailar-lhe no
pescoço.
– Ouro. Ouro e dinheiro. Tudo e
já! – ordenou o mais falador dos
assaltantes.
Rosário gritou e o outro homem
esmurrou-a fazendo-a tombar.
– Malvado! – enfureceu-se
Jacinto e logo travou a lâmina numa
ameaça de morte imediata.
Foi então que os quatro se
sobressaltaram com o estrondo da
porta aberta a pontapé. Na moldura
das ombreiras desenhou-se a figura
de Sebastião, tenso, de espingarda
apontada.
– O que se passa aqui? – perguntou
em voz, meio doce.
A resposta traduziu-se no pânico
dos assaltantes, balbuciando súplicas
de perdão e correndo como
lebres a caminho da moto. Sebastião
fez pontaria. Na casa, Jacinto e
Rosário abraçavam-se quando ouviram
dois tiros.
– Deus do céu – murmurou a
mulher. Sebastião reentrou na casa e
Jacinto, trémulo, não resistiu a perguntar:
– Matou-os?
O outro riu-se. Há muito, talvez
nunca, o tinham visto tão risonho.
Depois disse:
– Não matei ninguém. Só lhes
rebentei os pneus da moto. E agora
aí vão eles esgalgados cerro acima,
muito terão de dar às pernas por
esses matos.
Lá se riram os três.
– E o amigo Sebastião, que nos
salvou desses demónios, não aceita
almoçar com a gente? – convidou
Rosário.
– Olhe que não me cairá mal. E o
que é o almoço?
– Canja de galo – informou
Jacinto.
– Seguida de galo. Tostadinho no
forno – acrescentou a mulher.
– Olha que banquete! – aplaudiu
Sebastião.
Depois de meditar em silêncio
prolongado, o dono da casa disse:
– Aqueles canalhas, até o galo
nos iam levar. ■
Um galo e dois tiros
Boa surpresa foi ver desocupado
de carros os quatro
metros de rua mesmo à
porta do Café-Bar Sesinando. E de
uma própria e antiga residência,
terceiro andar, no prédio do estabelecimento.
Tentou lembrar-se se
alguma vez tinha encontrado livre
e convidativo aquele pedaço de
chão. Nunca, durante o ano e quatro
meses que morara ali. Só por
este bom começo de dia já tinha
valido a pena.
O senhor Sesinando abriu os
braços e um sorriso espantado
quando o viu entrar:
– Olha quem! Há quanto
tempo, meu amigo, há quanto
tempo não tenho o gosto de lhe
pôr a vista em cima.
Abraçaram-se.
– O que vai ser?
– Um café.
– Só o café? Vai permitir que lhe
ofereça um licor de poejo, este
ainda não conhece.
– Vá lá. Mas uma gota.
Sesinando ardia em curiosidade
mas travava a língua no receio de
ser indiscreto. Por fim, considerou
que não seria abusivo informar:
– A doutora Helena é que vejo
todos os dias. Galão, pastel da
nossa terra e o café.
– Como sempre – disse João
Eduardo.
– Deve estar aí a aparecer, -
Fixou um olhar de inspecção na
porta que tinha na frente e suspendeu
a interrogação que lhe assomou
à boca: vocês falam-se?
Teve resposta quando a cliente
surgiu na moldura da porta, olhou,
pareceu ter respirado fundo e foi
sentar-se diante de João Eduardo.
– Bom dia, disse.
– Olá, Helena, como estás?
– Muito bem, João. E tu?
– Tenho-me adaptado.
– Adaptado?
– Ao princípio custou-me a
adaptação a uma zona da cidade
que me era estranha. E tive saudades,
confesso.
Helena demorou uns segundos,
a meditar como devia entender. Por
fim, quis saber:
– Saudades de quê, de quem,
João?
– Desta rua, do bar, do senhor
Sesinando, do quiosque dos jornais,
um tipo habitua-se e depois
sente a falta. Tu, Helena, não
sofreste essa sensação de perda.
– Não perdi, de facto, nada do
que dizes. O que estranhei foi teres
levado tanto tempo para fazeres o
que vieste fazer hoje: levar o resto
dos teus pertences. Livros, discos, a
gabardina, dois pares de sapatos
pretos… nem sei que mais.
– Quanto a livros e discos,
comprámo-los juntos, escolhe tu,
Helena, os que te agradarem mais.
Podem ser todos. É verdade, tínhamos
aceitado este encontro para
acertar trocas e baldrocas – ignoro
se notaste que, misturado com as
minhas camisas, levei um vestido
teu. O amarelo, cintado, curto, descobria-te
as pernas até ao meio das
coxas.
– E daí? Incomodava-te a visão
das minhas pernas?
– Disparate. Só podia incomodar-me
não ver a metade de cima.
– Deixa-te de lérias. Bem te ouvi
que o vestido era indecente e atraía
demasiadas atenções. Ciumeiras
parvas, João.
– Não foram os meus ciúmes
que nos separaram, mas sim os
teus. A tua bela carinha torcia-se de
desconfiança quando eu saía à
noite para me encontrar com um
amigo. E, de súbito, o estrondo. Eu
nem podia conceber mas foste bisbilhotar
no meu telemóvel e endoideceste
ao ler um sms: “Nove e
meia na minha casa. Espero-te.
Maria Graça”. Não me disseste
uma palavra, acredito que pelo
pudor de confessares a feia atitude
de me policiares o telemóvel. A
partir daí, a nossa casa gelou.
Espantado, o que passei a receber
de ti foram má cara e palavras
secas. Quando pedi explicações o
que ouvi foi que estavas farta de
mim. E insultos. Então, é verdade,
irritei-me e contrataquei furioso.
– Foi horrível. Não podíamos
continuar juntos.
– Sim, dissemos horrores. Eu e
tu. Hoje vim cá porque assim tí -
nhamos combinado, mas pouco ou
nada me interessam os livros, os
discos, acho que pertencem à casa.
Bem entendido, julgo que vou
levar os meus sapatos pretos. –
Calou-se mas, ante o silêncio de
Helena, acrescentou: - A não ser
que tenhas namorado e tão sortudo
que até calça o mesmo número
que eu.
Finalmente, ela riu-se.
– Não tenho namorado, João
Eduardo. E tu? Com quem vives?
– Sozinho com os meus pensamentos.
Esperavas o quê? Uma
Maria da Graça? Olha, menina: só
depois de sair, irado, confesso, me
lembrei que tinhas gritado um
nome sem eu entender. Mais tarde,
passando em revista os sms, percebi
tudo. Estive a ponto de voltar
atrás para fazer luz na tua cabeci -
nha. Mas já nos tínhamos insultado
a um ponto indesculpável. E lá se
foi.
Helena passa as mãos pelo cabelo,
parece ir falar mas logo volta a
um silêncio de embaraço.
– Não compreendo o que dizes,
João, só sei que me atiraste palavras
demasiado cruéis. Sim, também me
culpo, perdi a cabeça. E agora dizes
que depois de saíres fulo, alucinado,
pensaste em voltar?
Pela primeira vez nessa hora de
reencontro, João Eduardo segurou
as mãos de Helena.
– Quando percebi, quis que percebesses.
Bastava mostrar-te o sms
que te tinha desvairado e ligar para
o número de onde provinha.
Saberias, então, que a Maria da
Graça inventada pela tua mente
desconfiada era um equívoco. O
M. Graça, da assinatura era, tão
simplesmente, o Miranda Graça,
um amigo de infância. Ele quis reunir,
num jantar, companheiros de
juventude, desencontrados há
muitos anos. Vou chamá-lo. Agora.
– Não, por favor, desculpa.
Podias ter esclarecido logo, evitavase
a zanga insanável.
– Insanável, Helena?
– Tu não achas?
– Acho que não vou levar os
sapatos, devolvo-te o vestido indecente
e, se estiveres de acordo,
subimos para a nossa casa.
– Queres mesmo, João?
– Não vim cá para outra coisa. ■
Ida e volta
/
domingo, 17 de janeiro de 2016
Vê as 10 profecias de Nostradamus para o ano de 2016:
1ª Terceira Guerra Mundial
Segundo Nostradumus, a terceira guerra mundial irá começar em 2016 e terá a duração de 27 anos. Duas grandes nações se levantarão uma contra a outra e iniciarão uma série de conflitos; inclusive um conflito nuclear será registrado. Coincidentemente, o francês afirma que um cometa passará na órbita da terra no mesmo período.
2ª Erupção do vulcão Vesúvio
O vulcão que fica localizado no golfo de Nápoles na Itália entrará em erupção e gerará uma série de terremotos a cada cinco minutos. O acontecimento irá ocasionar uma grande tragédia. Segundo a profecia, de 6 a 16 mil pessoas perderão a vida.
3ª Grande terremoto nos Estados Unidos
Um terremoto devastará a parte ocidental dos Estados Unidos e abalará a maior economia do mundo. O abalo será tão forte que poderá ser sentido em países vizinhos.
4ª Permissão para paternidade
O ser humano terá que obter licenças governamentais para poder gerar filhos. Licenças e permissões terão que ser requisitadas caso um casal deseje ter filhos.
5ª Colapso económico mundial
Uma grande crise económica sem precedentes abalará as grandes nações e consequentemente se estenderá aos países emergentes.
6ª Fim da cobrança de impostos
Uma nação do mundo deixará de cobrar impostos. Uma política inédita e igualitária surpreenderá o mundo.
7ª Radiação Solar destruirá o meio ambiente
Uma intensa radiação solar provocará queimadas em florestas e destruirá uma parte considerável da flora e fauna mundial.
8ª Expectativa de vida de 200 anos
Os avanços da medicina chegarão a tal ponto que o ser humano poderá viver até 200 anos. Nas previsões, pessoas de 80 anos terão a mesma disposição de uma de 50 anos.
9ª Comunicação de animais com seres humanos
Um método de comunicação de seres humanos com animais será desenvolvido. O homem poderá se comunicar perfeitamente com seu animal de estimação.
10ª Fim da barreira de idiomas
Segundo Nostradamus, os avanços tecnológicos farão com que todos os povos de todas as nações se comuniquem sem precisar aprender o inglês, apenas com um dispositivo tradutor automático, tecnologia comparada a de um aplicativo.
Texto de ADRIANO MOREIRA
VERGONHA é um Cidadão ter que descontar 40 ou mais anos para receber reforma e aos deputados bastarem somente 3 ou 6 anos conforme o caso e que aos membros do governo para cobrar a pensão máxima só precisam do juramento de posse.
VERGONHA é que os deputados sejam os únicos trabalhadores (???) deste país que estão Isentos de 1/3 do seu salário em IRS… e reformarem-se com 100% enquanto os trabalhadores se reformam na base de 80%...
VERGONHA é pôr na administração milhares de Assessores (leia-se amigalhaços) comsalários que desejariam os técnicos mais qualificados.
VERGONHA é a enorme quantidade de dinheiro destinado a apoiar os partidos, aprovados pelos mesmos políticos que vivem deles.
VERGONHA é que a um político não se exija a mínima prova de capacidade para exercer o cargo (e não falamos em intelectual ou cultural).
VERGONHA é o custo que representa para os contribuintes a sua comida, carrosoficiais, motoristas, viagens (sempre em 1ª Classe), cartões de crédito.
VERGONHA é que S. Exas. tenham quase 5 meses de férias ao ano (48 dias no Natal, uns 17 na Semana Santa mesmo que muitos se declarem não religiosos, e uns 82 dias no verão).
VERGONHA é S. Exas. quando cessam um cargo, manterem 80% do salário durante 18 meses.
VERGONHA é que ex-Ministros, ex-Secretários de Estado e altos cargos da política quando cessam são os únicos cidadãos deste país que podem legalmente acumular 2 salários do erário público.
VERGONHA é que se utilizem os meios de comunicação social para transmitir àsociedade que os funcionários só representam encargos para os bolsos doscontribuintes.
VERGONHA é ter residência em Sintra e cobrar ajudas de custo pela deslocação àcapital porque dizem viver em outra cidade.
VERGONHA é que os deputados sejam os únicos trabalhadores (???) deste país que estão Isentos de 1/3 do seu salário em IRS… e reformarem-se com 100% enquanto os trabalhadores se reformam na base de 80%...
VERGONHA é pôr na administração milhares de Assessores (leia-se amigalhaços) comsalários que desejariam os técnicos mais qualificados.
VERGONHA é a enorme quantidade de dinheiro destinado a apoiar os partidos, aprovados pelos mesmos políticos que vivem deles.
VERGONHA é que a um político não se exija a mínima prova de capacidade para exercer o cargo (e não falamos em intelectual ou cultural).
VERGONHA é o custo que representa para os contribuintes a sua comida, carrosoficiais, motoristas, viagens (sempre em 1ª Classe), cartões de crédito.
VERGONHA é que S. Exas. tenham quase 5 meses de férias ao ano (48 dias no Natal, uns 17 na Semana Santa mesmo que muitos se declarem não religiosos, e uns 82 dias no verão).
VERGONHA é S. Exas. quando cessam um cargo, manterem 80% do salário durante 18 meses.
VERGONHA é que ex-Ministros, ex-Secretários de Estado e altos cargos da política quando cessam são os únicos cidadãos deste país que podem legalmente acumular 2 salários do erário público.
VERGONHA é que se utilizem os meios de comunicação social para transmitir àsociedade que os funcionários só representam encargos para os bolsos doscontribuintes.
VERGONHA é ter residência em Sintra e cobrar ajudas de custo pela deslocação àcapital porque dizem viver em outra cidade.
Esta deveria ser uma dessas correntes que não deveriam romper-se pois só nós podemos remediar TUDO ISTO.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Vocês sabem a diferença entre o tratamento por tu e por você?
Vocês pensam que sabem, mas vejam abaixo.
Um pequeno exemplo, que ilustra bem a diferença:
O Director Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante director, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então o Director Geral do Banco chamou um detective e disse-lhe:
- Siga o Dr. Mendes durante uma semana, durante a hora do almoço.
O detective, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
- O Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Responde o Director Geral:
- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.
O detective pergunta-lhe:
- Desculpe. Posso tratá-lo por tu?
- 'Sim, claro' respondeu o Director surpreendido!
- Então vou repetir: o Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Vocês pensam que sabem, mas vejam abaixo.
Um pequeno exemplo, que ilustra bem a diferença:
O Director Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante director, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então o Director Geral do Banco chamou um detective e disse-lhe:
- Siga o Dr. Mendes durante uma semana, durante a hora do almoço.
O detective, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
- O Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Responde o Director Geral:
- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.
O detective pergunta-lhe:
- Desculpe. Posso tratá-lo por tu?
- 'Sim, claro' respondeu o Director surpreendido!
- Então vou repetir: o Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Fabulosa... esta língua portuguesa! Ler devagar e atentamente!
VAMOS MAS É TRATAR-NOS TODOS POR TU, NÃO VÁ HAVER DESTES ENGANOS...
A lingua Portuguesa é estupenda e presta-se a estas coisas: Por exemplo:
Se o Mário Mata, a Florbela Espanca, o Jaime Gama e o Jorge Palma, o que é que a Rosa Lobato Faria?
E, já agora: alguém acredita que a Zita Seabra para o António Peres Metello? A lingua Portuguesa é mesmo fascinante!
A lingua Portuguesa é estupenda e presta-se a estas coisas: Por exemplo:
Se o Mário Mata, a Florbela Espanca, o Jaime Gama e o Jorge Palma, o que é que a Rosa Lobato Faria?
E, já agora: alguém acredita que a Zita Seabra para o António Peres Metello? A lingua Portuguesa é mesmo fascinante!
V I R A D O
Difícil é :
acordar virado,
ligar o rádio, ouvir ais,
era a campanha de Paulo Morais,
acordar assim não,
quero estar esperto,
mudo de antena,
fala Henrique Neto
tento não perder o tino,
tento ouro rádio,
discursa o Constantino,
não acho maneira,
mudo de posto,
encontro o Sequeira,
procuro esta bem,
mais um clique,
ouço Maria de Belém,
não é brincadeira,
lá está o Ferreira,
não o quero escutar,
um clique mais
ouço o Edgar,
salto pego na camisa,
mudo de posto,
lá estava a Marisa,
chiça mas que raio,
volto a mudar,
sai-me o Sampaio,
dia que queria belo
não consigo acertar
agora aqui está o Marcelo,
fico danado,
não, não quero mais,
acordar para aquele lado virado 13-01-2016 Francisco Parreira
Difícil é :
acordar virado,
ligar o rádio, ouvir ais,
era a campanha de Paulo Morais,
acordar assim não,
quero estar esperto,
mudo de antena,
fala Henrique Neto
tento não perder o tino,
tento ouro rádio,
discursa o Constantino,
não acho maneira,
mudo de posto,
encontro o Sequeira,
procuro esta bem,
mais um clique,
ouço Maria de Belém,
não é brincadeira,
lá está o Ferreira,
não o quero escutar,
um clique mais
ouço o Edgar,
salto pego na camisa,
mudo de posto,
lá estava a Marisa,
chiça mas que raio,
volto a mudar,
sai-me o Sampaio,
dia que queria belo
não consigo acertar
agora aqui está o Marcelo,
fico danado,
não, não quero mais,
acordar para aquele lado virado 13-01-2016 Francisco Parreira
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
CARLOS DRUMOND DE ANDRADE
" Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,A que se deu o nome de ano,Foi um indivíduo genial.Industrializou a esperançaFazendo-a funcionar no limite da exaustão.Doze meses dão para qualquer ser humanoSe cansar e entregar os pontos.Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outraVez com outro número e outra vontade de acreditarQue daqui para adiante vai ser diferente...Para você,Desejo o sonho realizado.O amor esperado.A esperança renovada.Para você,Desejo todas as cores desta vida.Todas as alegrias que puder sorrir.Todas as músicas que puder emocionar.Para você, neste novo ano,Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,Que sua família esteja mais unida,Que sua vida seja mais bem vivida.Gostaria de lhe desejar tantas coisas.Mas nada seria suficiente...Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.Desejos grandes e que eles possam te mover a cadaMinuto, rumo à sua FELICIDADE!!! "Carlos Drummond de Andrade.
domingo, 10 de janeiro de 2016
A mensagem do Papa Francisco: aprende a ser Feliz!
Podes ter defeitos, estar ansioso(a) e viver irritado(a) algumas vezes, mas não te esqueças que a tua vida é a maior empresa do mundo.
Só tu podes evitar que ela entre em decadência.
Há muitos que te apreciam, admiram e te querem.
Gostaria que recordasses que ser feliz, não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadiga, relacionamentos sem deceções.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas também refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições com os fracassos.
Não é apenas ter alegria com os aplausos, mas ter alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se ator da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no longínquo de nossa alma.
É agradecer a Deus cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que seja injusta!
É beijar os filhos, mimar os pais, ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que vive dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para dizer ‘enganei-me’.
É ter a ousadia para dizer ‘perdoa-me’.
É ter sensibilidade para expressar ‘preciso de ti’.
É ter capacidade de dizer ‘amo-te’.
Que a tua vida se torne num jardim de oportunidades para ser feliz…
Que nas tuas primaveras sejas amante da alegria.
Que nos teus invernos sejas amigo da sabedoria.
E quando te enganares no caminho, começa tudo de novo.
Pois assim serás mais apaixonado pela vida.
E podes facilmente constatar que ser feliz não é ter uma vida perfeita.
Mas usar as lágrimas para regar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para esculpir a serenidade.
Usar a dor para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Nunca desistas….
Nunca desistas das pessoas que amas.
Nunca desistas de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível ..,,,
Só tu podes evitar que ela entre em decadência.
Há muitos que te apreciam, admiram e te querem.
Gostaria que recordasses que ser feliz, não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadiga, relacionamentos sem deceções.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas também refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições com os fracassos.
Não é apenas ter alegria com os aplausos, mas ter alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se ator da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no longínquo de nossa alma.
É agradecer a Deus cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que seja injusta!
É beijar os filhos, mimar os pais, ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que vive dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para dizer ‘enganei-me’.
É ter a ousadia para dizer ‘perdoa-me’.
É ter sensibilidade para expressar ‘preciso de ti’.
É ter capacidade de dizer ‘amo-te’.
Que a tua vida se torne num jardim de oportunidades para ser feliz…
Que nas tuas primaveras sejas amante da alegria.
Que nos teus invernos sejas amigo da sabedoria.
E quando te enganares no caminho, começa tudo de novo.
Pois assim serás mais apaixonado pela vida.
E podes facilmente constatar que ser feliz não é ter uma vida perfeita.
Mas usar as lágrimas para regar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para esculpir a serenidade.
Usar a dor para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Nunca desistas….
Nunca desistas das pessoas que amas.
Nunca desistas de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível ..,,,
sábado, 9 de janeiro de 2016
Poema a duas vozes
Poemas de K.Adormo Esteva: Poema a duas vozes: *................................................ ** Eu calo-me ..................... Eles sofrem! Tu calas-te .................
P A R T O
Ser Mãe uma benção,
sempre bem recebida,
após nove difíceis meses,
nasce uma nova vida,
este o tempo normal,
para as humanas fémeas,
em todo o mundo real,
havendo sempre a excepção,
em todo o grupo animal,
mas no meu caso vigente,
neste reino vegetal,
onde o homem legislou,
o meu período gestal,
na serra ou planície,
para poder ser mãe,
são nove ( 9 ) anos agora,
com calores e invernias,
chegou a derradeira hora,
do parto ser praticado,
já vejo enegrecidas mãos,
com machados e madeira,
a filha me vai ser tirada,
que sejam suaves os golpes,
nesta manhã soalheira,
assim sou tratada,
eu Mãe, eu sobreira
Ser Mãe uma benção,
sempre bem recebida,
após nove difíceis meses,
nasce uma nova vida,
este o tempo normal,
para as humanas fémeas,
em todo o mundo real,
havendo sempre a excepção,
em todo o grupo animal,
mas no meu caso vigente,
neste reino vegetal,
onde o homem legislou,
o meu período gestal,
na serra ou planície,
para poder ser mãe,
são nove ( 9 ) anos agora,
com calores e invernias,
chegou a derradeira hora,
do parto ser praticado,
já vejo enegrecidas mãos,
com machados e madeira,
a filha me vai ser tirada,
que sejam suaves os golpes,
nesta manhã soalheira,
assim sou tratada,
eu Mãe, eu sobreira
D. João VO Rei D.João V não era pedófilo... mas sim "freirófilo"!!!
Quem não conhece a expressão “nem sempre galinha nem sempre rainha”?
O que... muitos não saberão é que a origem dessa expressão é atribuída ao rei D. João V, conhecido nos manuais da história pelo “Magnânimo” mas também conhecido pelo “Freirático” por causa da sua apetência sexual por freiras.
Ficou célebre o seu tórrido romance com a Madre Paula, do mosteiro de S. Dinis em Odivelas, com quem teve vários filhos, os quais educou esmeradamente, ficando conhecidos pelos Meninos de Palhavã, porque residiam em Palhavã, no Palácio onde actualmente funciona a embaixada de Espanha em Lisboa.
A rainha era austríaca e muito feia, ao contrário do rei que era bem apessoado, talvez por isso o rei procurava outras companhias mais agradáveis.
A rainha sentindo-se rejeitada ter-se-á queixado ao padre seu confessor.
Um dia o padre chamou o rei à razão, então o rei ordenou ao cozinheiro que a partir desse dia, o padre passaria a comer todos os dias galinha.
Nos primeiros dias o padre até ficou satisfeito e deliciado com o menu.
Mas passado três meses o homem andava agoniado e magro que nem um caniço, indo queixar-se ao rei, que o cozinheiro só lhe dava galinha.
Foi quando o rei com ar de malícia lhe disse:
- Pois é senhor padre! Nem sempre galinha, nem sempre rainha
Subscrever:
Mensagens (Atom)