segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

OLopes é um homem amá- vel e paciente mas, naquele momento, a voz dele reflectia alguma inquietação: – Então, Ricardo, o conto? Ainda não mandaste o conto! Não compreendo e manifesto estranheza: – Tenho mais três dias, não? Ainda estamos a 17! – Qual 17, pá! É dia 20, queremos fechar a revista, só falta o raio do conto. Está escrito, julgo eu. – Nem pensado. – Homem, desembrulha-te. Tens até à meia-noite para me fazeres chegar o conto, via on-line, bem entendido. Despacha-te. Aplica-te. Corro para o pequeno gabinete onde habitualmente escrevo, a tempo e horas. Desta vez sinto-me entalado. Um conto? Assim, do pé para a mão? Detesto escrever pressionado embora reconheça: a pressão gera adrenalina criativa. Desde que consiga concentrarme, o que não é fácil com a baru - lheira da música e vozes que cai do piso de cima, logo haveria de ser hoje a festa da arromba. Tento desviar a atenção mas não consigo, o chinfrim é demasiado intenso e desvairado. Que faço? Subo os doze degraus que me separam do piso acima e primo o botão da campainha. Nada. Nem devem ouvir a campainha, sufocada pelo seu próprio barulho. Então bato na porta – palmadas fortes e reclamativas. A resposta não é o silêncio – é apenas o mesmo baru - lho. E ninguém que apareça a saber porque toco, bato e reclamo. Desço. A meio do trajecto para voltar a casa, páro, mão na cabeça. Um conto? Assim a mata-cavalos? Teria imaginado um enredo se soubesse que hoje é dia 20 e não dia 17. Sento-me de novo à secretária, tapei os ouvidos com bolas de algodão. Pouco atenuam a baru - lheira, mas vamos lá, vamos lá. Talvez uma história de má vizi - nhança, gente sem respeito pela comodidade dos outros. Comodi - dade? Qual comodidade! Eu preciso é de sossego e cabeça limpa para escrever um conto Começo a enervar-me. Chamo a Polícia? Não adianta, dizem-me que até à meia-noite cada um, em sua casa, pode fazer o cagaçal que lhe der na veneta. Espera, parece que abrandaram. Ou é o algodão que me engana? Esperemos um pouco. Terá de ser pouco, faltam cinco para as dez, o limite é a meia-noite. E se eu escrevesse uma historiazinha de amor? Qual amor, no estado de espí- rito em que estou não há amor que triunfe. Mas tentarei serenar. Um momento, o que é isto? Do andar de baixo chega-me um zumbido de panela de pressão a descomprimir sem poupar nos decibéis. Coisa de máquina. Vari nha mágica? Secador de cabelo? Serra eléctrica? Seja o que for, zumbe alto, mau som. Agora desço. Toco a outra campainha, de outra porta. Sem resposta, volta à opção dos murros na madeira. Pedirei delicadamente: cara vizinha, importa-se de desligar essa gaita? Sabe, quero escrever um conto e esse zunido não me deixa nem pensar. É o que lhe digo se a excelentíssima assomar à porta. Mas não assoma. Sinto-me entre dois fogos, baleado por cima e por baixo, é uma conspiração malvada para eu falhar o compromisso de entregar o conto. Para grandes males, grandes remédios. Vou mesmo chamar a Polícia. Olha, nem de propósito: a Polícia chega no elevador, logo dois guardas, aliás um e uma. Obrigado por terem vindo. Salta do apartamento de baixo a vizinha mouca aos meus apelos e grita para a autoridade: – Fui eu que chamei a Polícia. Este senhor anda por aqui a dar murros nas portas, não se aguenta. Fico apalermado, nem sei o que dizer, agora vem o vizinho do andar de cima e aponta-me um dedo acusador: – Eu também chamei a Polícia e fi-lo para me queixar de pancadas insuportáveis na porta do meu apartamento. – Volta-se para mim: – o senhor está bêbado? – Eu? Eu só queria escrever um conto… O duo policial dá o assunto por resolvido, recomenda calma e boa vizinhança, retira-se. Volto ao meu pequeno escritório, espremo as meninges. Um conto? Ora deixa ver que horas são: onze e meia! Tenho meia hora para escrever e enviar um conto? Deixem-me rir, ou antes, deixem-me chorar. No entanto, ainda não atirei a toalha ao chão, como se faz no boxe quando um desgraçado se escusa a levar mais pancada. Esforço-me, bolas, esforço-me, será que não merecia um adiamento no prazo? Prazo… pode ser uma ideia, prazos que crescem, prazos que encolhem. Vamos a isto. Chiça, agora o telefone. Quem me telefone a hora tão inconveniente? Levanto o auscultador e resmungo: – Estou. Soa-me a voz do Lopes: – Ainda bem que estás. Onde estavas? É a quinta vez que ligo e não atendes. – A quinta vez? Ainda não é meia-noite… – Mas estou farto de ligar para te dizer que não te preocupes. Para a página em branco vai uma notícia de última hora, assunto importante. Já tinhas escrito o conto? Minto despudoradamente: – Todinho. – Claro, aí nessa tranquilidade, sozinho em casa, um conto é canja. – Exacto. Às onze já o tinha pronto. Mas, sendo assim, não é preciso enviar, pois não? – Nem terias escrito se atendesses o telefone. Mas tudo bem. – Espero que me paguem o trabalho... ■ O
Nunca Gregório Gil tinha imaginado que o seu insuperável romance de amor com Tininha Benzadeus pudesse rebentar como um foguete de lágrimas. Tinham-se conhecido, três anos antes, na festa de aniversário de um amigo comum. A conversa de circunstância logo gerou uma simpatia recíproca, simpatia tal que combinaram encontrar-se no dia seguinte, para um café e mais conversa. Nesse segundo encontro nasceu a vontade do terceiro, e do terceiro brotou o desejo do quarto, palavra aqui utilizada no seu sentido numérico, depois o quinto, cada vez ela admirava mais as qualidades e modos dele, ele mais se entusiasmava com os encantos dela, não só físicos mas também. Só à segunda quinzena de encontros, cada um mais saboroso que o anterior, Greg, diminutivo que lhe colaram na adolescência e que Tininha achou o máximo, só passado esse tempo todo, ele ousou estender-lhe a mão. E ela estendeu a mão para a mão dele, Depois a segunda mão dela estendeu-se para a segunda mão dele. Abreviando, passou outra quinzena até se estenderem de corpo inteiro no T1 do namorado. Esse contacto de manifesta importância acendeu a paixão a calores que nem ele nem ela se julgavam capazes de atingir, Tininha já só quis sair do T1 de Greg quando ambos, como sempre em perfeito acordo, se mudaram para um T2. O tempo corria, animado e feliz. Segredavam mesmo que ti - nham atingido o topo da felicidade, mais era impossível. Engano, nos dias seguintes iriam descobrir que essa felicidade não parava de aumentar. Mesmo quando Tininha passou a bocejar durante declarações de amor eterno com que Greg não se cansava de a mimosear, esse insignificante gesto não se podia confundir com farrapo de nuvem na claridade do céu. Foi com sorridente estranheza que Greg a observou, numa manhã de sábado, a acomodar os trapinhos na mala. – Vamos viajar, amorzinho? – quis saber, sem desmanchar o sorriso E ela explicou: – Tu ficas, querido. Contigo fica a minha gratidão por todo este tempo de plena felicidade que me deste mas talvez tudo seja demasiado perfeito, não sei, preciso de partir para etapa nova na minha vida. – Tininha, Tininha, vais deixarme? – gritou ele, entre incrédulo e assustado. Ela passou-lhe pelo rosto as duas palmas das mãos que ele tanto apreciava e disse: – Não, Greg, eu não vou deixarte, vamos deixar-nos, o que é diferente. O nosso romance chegou ao fim. Em alta. Beijou-o nas duas orelhas e saiu, com a mala e o sorriso meigo de todos os dias. Mesmo conhecedora de como era intenso o amor que o agora dispensado lhe votava, Tininha Benzadeus não terá avaliado os estragos. Homem de alta emotividade, Greg perdeu a cabeça, não posso viver sem ela, dizia-se a si mesmo. Não posso viver sem ela e não quero viver sem ela. Logo, o que eu realmente quero é morrer. Esta ideia horrível dominavalhe qualquer esboço de serenidade e decidiu, irrevogavelmente, pôr fim aos seus dias. A dúvida estava em como. Receou que lhe faltasse a coragem para meter o pescoço no laço de uma corda, nem pistola tinha para um tiro em que fosse ele o alvo. Mais simples seria se o matassem, concluiu. E assim concluindo, dirigiu-se de madrugada a um arrabalde da cidade que, diziase nos jornais, era palco frequente de assaltos e homicídios. Por ali andavam criminosos do piorio. Lá foi e, corajosamente, desafiou os malfeitores a que o matassem. Eles riram-se muito, tiraram-lhe a carteira, o relógio e o telemóvel, mas quanto a violência não lhe deram mais que pontapés no rabo. E ninguém morre com pontapés no rabo. Desolado, pensou noutra forma de morte, o que ele não suportava era a estranha forma de vida, sem a Tininha. Optou, então, pelos venenos. Correu a comprar raticidas, insecticidas e tudo quanto encontrasse de apropriado e sem necessidade de receita médica. Inclusive produtos usados na agricultura para liquidar ervas dani - nhas e bichos. De todos os venenos deitou boa porção em copos separados mas, em todas as provas, ao primeiro contacto das beberragens com o seu paladar apurado, vomitava convulsivamente. Tomado pelo desespero foi à varanda do seu quinto andar dispostíssimo a dar o salto para o além. Mas sofria de vertigens. Mal se debruçara deu um salto à retaguarda e insultou-se com todos os nomes que lhe ocor - reram: cobarde, medricas, medroso, merdoso, caguinchas. Sentou-se no chão, cabisbaixo, só levantou os olhos quando sentiu a porta a abrir-se. – Voltei, Greg! Voltei para ti, amor da minha vida! Ele olhou-a, quis falar mas as palavras não saíam, quis correr na direcção dela mas as pernas não se moveram, sentiu a comoção da felicidade absoluta, levou as mãos ao peito como para uma mensagem de amor, e morreu. ■ P
Da casa onde mora até à Segunda Circular vai-se fácil e rápido. Mas atingido esse canal de tráfego que vai enchendo e escoando Lisboa, a marcha é um desespero de lentidão. Gilberto alcançou a faixa do meio, ligou o rádio, espreitou o relógio e o indicador da disponibilidade de combustível. Nada de inconveniente. Aborrecida tinha sido a discussão com a mulher, Flávia, na hora de partirem, cada um à sua vida profissional, em pontos opostos da periferia citadina. Estranhou as buzinadelas de condutores e condutoras que o ultrapassavam, pela esquerda e pela direita. Intrigou-o, ainda mais, perceber que o alvo do banzé era ele, mais concretamente o carro que conduzia, a direito, na faixa do meio, à escassa velocidade que o trânsito ia permitindo. Assustou-se: um furo? Estariam a avisá-lo que um pneu se demitira da sua função por falta de ar? Não podia ser. Dizia-lhe a experiência que um percalço dessa natureza se revela às mãos que seguram o volante. E não eram só ataques de buzina. Os parceiros da estrada dirigiam-lhe olhares zangados, faziam sinais com as mãos e os braços, inclusive com dedos espetados, alguns mandavam que se encostasse à berma, olha, olha, não é canja chegar à berma quando se vai, devagarinho, pela fila do meio, bloqueado pelo cortejo de viaturas quase coladas e com pressa na fila da direita. Quer da direita, quer da esquerda, viravam-se para ele, espantados, ameaçadores, alguns pareciam atirar-lhe insultos. Que diabo é isto? A insignificância de uma porta mal fechada? Nem podia ser o caso. Aquele carro, por sinal comprado por Flávia em terceira mão, dispunha do pequeno luxo de sinalizar qualquer problema desse tipo. Então, mas então? Estaria o tubo de escape a fumegar excessivamente? Torceu-se no assento, o que viu foi o motorista da carrinha à rectaguarda, de punho fechado e expressão facial não menos agressiva. Lembrou-se de ligar à mulher pelo telemóvel e perguntar se teria notado, na véspera, algum problema na condução. Desistiu. Não era boa altura. Ao fim da tarde, no regresso de ambos à casa comum, tudo seria paz e compreensão. Agora estaria ainda fula e convém evitar conversas com pessoas fulas. No final do dia, talvez ela ainda soltasse um brando queixume mas não tardariam a rirse. Como de costume. O problema de hoje deveu-se a ele ter deixado o carro na oficina, para a revisão, e não podia passar sem o transporte individual, tantas eram as voltas que teria de dar. Então, decidira: “Querida, vou levar o teu carro.” Ideia mal recebida: “Ai isso é que não levas” – ripostou a senhora, e explicou: “Depois de sair do escritório, e bem longe fica, tenho de ir a casa da minha mãe, que fez uma tachada se arroz doce para nós, e depois visitar a avó Luciana que está com a gripe.” Discutiram. O mal das discussões é a tendência para azedarem. Homem esclarecido, ele calou-se, entrou no carro e apoderou-se da chave de ignição. Mas não se precipitou: espera, esquecia-me do carregador do telemóvel, não tarda a ser necessário, o visor mostra só um risquinho. E a papelada que teria de entregar. Levaria alguns minutos a juntar os papéis dispersos, a desarrumação dele não tinha emenda. Boa ideia, pensou, foi ter sacado a chave de ignição. Flávia continuava junto do carro, estática e teimosa, Gilberto não resistiu a sorrir, monologando: “Assim não vai a lado nenhum” . Desceu. Fingiu não reparar na cara de pau da mulher e adoçou a voz: “Até logo, amorzinho”. Sem resposta. Paciência. Ao fim da tarde tudo voltaria à normalidade. Sobrepondo-se agora à ofensiva das buzinas, ouviu a sirene de um carro da Polícia. E junto à janela, outro polícia, de mota, mirava-o, carrancudo. Detiveram o trânsito na faixa direita e, com gestos imperativos, encaminharam-no para a berma. Obedeceu, que remédio. Exigiram documentos – “não tenho aqui o registo de propriedade, é o carro da minha mulher”, balbuciou – e ouviu a ordem para sair. Saiu, desorientado. O mais corpulento dos guardas colocou-lhe uma manápula no pescoço e conduziuo à traseira do veículo. Sofreu, então, o choque do absurdo. Preso com fita-cola, voltas e voltas de fita-cola, um cartão à largura do porta-bagagem acusava: ATENÇÃO, ESTE CARRO FOI ROUBADO. Meteram-no no transporte da Polícia, um agente tomou lugar ao volante da viatura denunciada. Seguiram em cortejo para a esquadra. Nova e não menor surpresa: Flávia, em carne e osso, ali estava, risonha, muito solta, à conversa com o chefe. Já apresentara a documentação, dela própria e do carro sua pertença. E ria-se, ria-se muito, ao identificar o querido esposo, explicando em todo o redor que ele teria sido vítima de uma partida dos amigos, uns pândegos, uns brincalhões. Toda a esquadra se tornou riso. Ainda assarapantado, o detido cravou nos olhos da mulher um olhar de fúria. Por mais que tentasse, não conseguia sequer o esboço de um sorriso. Enfim, talvez logo, ao fim da tarde. ■ O
J acinto fez-se forte e gesticulou um adeus mas Elvira não conseguiu reter o choro. Lá se iam, no carro de um neto, os ve lhos Tomás e Rosário. Assim emagrecia a aldeia para três habitantes, com Elvira e Jacinto resistirá só o Sebastião Silas, para amarga ironia o menos amigável da povoação que se ia despovoando. Também ele veio à porta para assistir à abalada mas nenhuma emoção se lia naquele rosto magro e duro. – E agora, Jacinto? Aqui ficamos os dois, sozinhos, olhando as casas vazias onde morava gente de estima. Primeiro foram saindo os mais moços, depois os nossos companheiros desde crianças. Uns porque morreram, outros porque se foram para as cidades, deixando a aldeia às portas da morte. Restamos nós. Sentado na cadeira encostada à lareira, o homem enrolava um mínimo de tabaco na mortalha de papel. Tentou animar. – Ainda temos cá o Sebastião, sempre é uma vizinhança. – Esse? – reagiu a mulher – Nem nos fala. No dia em que se lhe meteu na cabeça que as nossas galinhas foram depenicar nas favas dele, só lhe ouvimos os berros e emudeceu. Nem bom dia, nem boa tarde. Nunca mais. Jacinto mexeu as brasas com o canudo de ferro que servia para as soprar e disse: – Um dia passa-lhe. – Passa-lhe? Como, Jacinto? Pois se é mesmo o feitio dele, sempre embezerrado, até quando a aldeia era uma festa de gente raro se atardava numa conversa. Só estará contente quando marcha sozinho para a caça, atroa os ares de tiros e uma vez – há quanto tempo isso foi! – até nos veio trazer uma lebre. Muito me admirou. – E eu – deves também lembrarte – levei-lhe o queijo grande que a nossa Luisinha trouxe quando veio ver-nos. Também podes dizer: há quanto tempo isso foi! – Vou ligar a televisão – disse Elvira. – Para quê? Desde que mudaram o sistema, ou lá como isso se chama, fizeram-nos gastar um di nheirão e ficou pior que dantes. É o progresso. Eles é que sabem. O cigarro ardeu mais de metade à primeira fumaça, mas Jacinto manteve-o entre os dedos calosos. – Acho que já podias dar-me a sopa. – Hoje fiz canja. Tive pena de matar o galo, guardei-o para um almoço de despedida da Rosário e do Tomás. Mas o neto tinha pressa. – Vê as coisas pelo lado bom: deixaram o galo. Entreolharam-se ao ouvirem o súbito roncar de um motor. Coisa espantosa, alguém chegou. Esprei - taram e viram dois estranhos a descer de uma moto. – Devem ter-se perdido – calculou Jacinto. – Ou serão parentes do Se - bastião? – alvitrou Rosário. Saíram à rua a ver em que poderiam ser úteis. – Bom dia – saudou Jacinto – Quem procuram? – O senhor mesmo – disse um. – Somos da Inspecção Sanitária – afirmou o outro. – Inspecção quê? – Sanitária. Temos de ver os canos. – Canos? – riu-se Rosário – Não temos água de canos em casa. Foram entrando. Jacinto estra - nhou que fechassem a porta mas não tardou a perceber: tinha a ponta de uma faca a bailar-lhe no pescoço. – Ouro. Ouro e dinheiro. Tudo e já! – ordenou o mais falador dos assaltantes. Rosário gritou e o outro homem esmurrou-a fazendo-a tombar. – Malvado! – enfureceu-se Jacinto e logo travou a lâmina numa ameaça de morte imediata. Foi então que os quatro se sobressaltaram com o estrondo da porta aberta a pontapé. Na moldura das ombreiras desenhou-se a figura de Sebastião, tenso, de espingarda apontada. – O que se passa aqui? – perguntou em voz, meio doce. A resposta traduziu-se no pânico dos assaltantes, balbuciando súplicas de perdão e correndo como lebres a caminho da moto. Sebastião fez pontaria. Na casa, Jacinto e Rosário abraçavam-se quando ouviram dois tiros. – Deus do céu – murmurou a mulher. Sebastião reentrou na casa e Jacinto, trémulo, não resistiu a perguntar: – Matou-os? O outro riu-se. Há muito, talvez nunca, o tinham visto tão risonho. Depois disse: – Não matei ninguém. Só lhes rebentei os pneus da moto. E agora aí vão eles esgalgados cerro acima, muito terão de dar às pernas por esses matos. Lá se riram os três. – E o amigo Sebastião, que nos salvou desses demónios, não aceita almoçar com a gente? – convidou Rosário. – Olhe que não me cairá mal. E o que é o almoço? – Canja de galo – informou Jacinto. – Seguida de galo. Tostadinho no forno – acrescentou a mulher. – Olha que banquete! – aplaudiu Sebastião. Depois de meditar em silêncio prolongado, o dono da casa disse: – Aqueles canalhas, até o galo nos iam levar. ■ Um galo e dois tiros
Boa surpresa foi ver desocupado de carros os quatro metros de rua mesmo à porta do Café-Bar Sesinando. E de uma própria e antiga residência, terceiro andar, no prédio do estabelecimento. Tentou lembrar-se se alguma vez tinha encontrado livre e convidativo aquele pedaço de chão. Nunca, durante o ano e quatro meses que morara ali. Só por este bom começo de dia já tinha valido a pena. O senhor Sesinando abriu os braços e um sorriso espantado quando o viu entrar: – Olha quem! Há quanto tempo, meu amigo, há quanto tempo não tenho o gosto de lhe pôr a vista em cima. Abraçaram-se. – O que vai ser? – Um café. – Só o café? Vai permitir que lhe ofereça um licor de poejo, este ainda não conhece. – Vá lá. Mas uma gota. Sesinando ardia em curiosidade mas travava a língua no receio de ser indiscreto. Por fim, considerou que não seria abusivo informar: – A doutora Helena é que vejo todos os dias. Galão, pastel da nossa terra e o café. – Como sempre – disse João Eduardo. – Deve estar aí a aparecer, - Fixou um olhar de inspecção na porta que tinha na frente e suspendeu a interrogação que lhe assomou à boca: vocês falam-se? Teve resposta quando a cliente surgiu na moldura da porta, olhou, pareceu ter respirado fundo e foi sentar-se diante de João Eduardo. – Bom dia, disse. – Olá, Helena, como estás? – Muito bem, João. E tu? – Tenho-me adaptado. – Adaptado? – Ao princípio custou-me a adaptação a uma zona da cidade que me era estranha. E tive saudades, confesso. Helena demorou uns segundos, a meditar como devia entender. Por fim, quis saber: – Saudades de quê, de quem, João? – Desta rua, do bar, do senhor Sesinando, do quiosque dos jornais, um tipo habitua-se e depois sente a falta. Tu, Helena, não sofreste essa sensação de perda. – Não perdi, de facto, nada do que dizes. O que estranhei foi teres levado tanto tempo para fazeres o que vieste fazer hoje: levar o resto dos teus pertences. Livros, discos, a gabardina, dois pares de sapatos pretos… nem sei que mais. – Quanto a livros e discos, comprámo-los juntos, escolhe tu, Helena, os que te agradarem mais. Podem ser todos. É verdade, tínhamos aceitado este encontro para acertar trocas e baldrocas – ignoro se notaste que, misturado com as minhas camisas, levei um vestido teu. O amarelo, cintado, curto, descobria-te as pernas até ao meio das coxas. – E daí? Incomodava-te a visão das minhas pernas? – Disparate. Só podia incomodar-me não ver a metade de cima. – Deixa-te de lérias. Bem te ouvi que o vestido era indecente e atraía demasiadas atenções. Ciumeiras parvas, João. – Não foram os meus ciúmes que nos separaram, mas sim os teus. A tua bela carinha torcia-se de desconfiança quando eu saía à noite para me encontrar com um amigo. E, de súbito, o estrondo. Eu nem podia conceber mas foste bisbilhotar no meu telemóvel e endoideceste ao ler um sms: “Nove e meia na minha casa. Espero-te. Maria Graça”. Não me disseste uma palavra, acredito que pelo pudor de confessares a feia atitude de me policiares o telemóvel. A partir daí, a nossa casa gelou. Espantado, o que passei a receber de ti foram má cara e palavras secas. Quando pedi explicações o que ouvi foi que estavas farta de mim. E insultos. Então, é verdade, irritei-me e contrataquei furioso. – Foi horrível. Não podíamos continuar juntos. – Sim, dissemos horrores. Eu e tu. Hoje vim cá porque assim tí - nhamos combinado, mas pouco ou nada me interessam os livros, os discos, acho que pertencem à casa. Bem entendido, julgo que vou levar os meus sapatos pretos. – Calou-se mas, ante o silêncio de Helena, acrescentou: - A não ser que tenhas namorado e tão sortudo que até calça o mesmo número que eu. Finalmente, ela riu-se. – Não tenho namorado, João Eduardo. E tu? Com quem vives? – Sozinho com os meus pensamentos. Esperavas o quê? Uma Maria da Graça? Olha, menina: só depois de sair, irado, confesso, me lembrei que tinhas gritado um nome sem eu entender. Mais tarde, passando em revista os sms, percebi tudo. Estive a ponto de voltar atrás para fazer luz na tua cabeci - nha. Mas já nos tínhamos insultado a um ponto indesculpável. E lá se foi. Helena passa as mãos pelo cabelo, parece ir falar mas logo volta a um silêncio de embaraço. – Não compreendo o que dizes, João, só sei que me atiraste palavras demasiado cruéis. Sim, também me culpo, perdi a cabeça. E agora dizes que depois de saíres fulo, alucinado, pensaste em voltar? Pela primeira vez nessa hora de reencontro, João Eduardo segurou as mãos de Helena. – Quando percebi, quis que percebesses. Bastava mostrar-te o sms que te tinha desvairado e ligar para o número de onde provinha. Saberias, então, que a Maria da Graça inventada pela tua mente desconfiada era um equívoco. O M. Graça, da assinatura era, tão simplesmente, o Miranda Graça, um amigo de infância. Ele quis reunir, num jantar, companheiros de juventude, desencontrados há muitos anos. Vou chamá-lo. Agora. – Não, por favor, desculpa. Podias ter esclarecido logo, evitavase a zanga insanável. – Insanável, Helena? – Tu não achas? – Acho que não vou levar os sapatos, devolvo-te o vestido indecente e, se estiveres de acordo, subimos para a nossa casa. – Queres mesmo, João? – Não vim cá para outra coisa. ■ Ida e volta /

domingo, 17 de janeiro de 2016

Vê as 10 profecias de Nostradamus para o ano de 2016:

1ª Terceira Guerra Mundial

Segundo Nostradumus, a terceira guerra mundial irá começar em 2016 e terá a duração de 27 anos. Duas grandes nações se levantarão uma contra a outra e iniciarão uma série de conflitos; inclusive um conflito nuclear será registrado. Coincidentemente, o francês afirma que um cometa passará na órbita da terra no mesmo período.

2ª Erupção do vulcão Vesúvio

O vulcão que fica localizado no golfo de Nápoles na Itália entrará em erupção e gerará uma série de terremotos a cada cinco minutos. O acontecimento irá ocasionar uma grande tragédia. Segundo a profecia, de 6 a 16 mil pessoas perderão a vida.

3ª Grande terremoto nos Estados Unidos

Um terremoto devastará a parte ocidental dos Estados Unidos e abalará a maior economia do mundo. O abalo será tão forte que poderá ser sentido em países vizinhos.

4ª Permissão para paternidade

O ser humano terá que obter licenças governamentais para poder gerar filhos. Licenças e permissões terão que ser requisitadas caso um casal deseje ter filhos.

5ª Colapso económico mundial

Uma grande crise económica sem precedentes abalará as grandes nações e consequentemente se estenderá aos países emergentes.

6ª Fim da cobrança de impostos

Uma nação do mundo deixará de cobrar impostos. Uma política inédita e igualitária surpreenderá o mundo.

7ª Radiação Solar destruirá o meio ambiente

Uma intensa radiação solar provocará queimadas em florestas e destruirá uma parte considerável da flora e fauna mundial.

8ª Expectativa de vida de 200 anos

Os avanços da medicina chegarão a tal ponto que o ser humano poderá viver até 200 anos. Nas previsões, pessoas de 80 anos terão a mesma disposição de uma de 50 anos.

9ª Comunicação de animais com seres humanos

Um método de comunicação de seres humanos com animais será desenvolvido. O homem poderá se comunicar perfeitamente com seu animal de estimação.

10ª Fim da barreira de idiomas

Segundo Nostradamus, os avanços tecnológicos farão com que todos os povos de todas as nações se comuniquem sem precisar aprender o inglês, apenas com um dispositivo tradutor automático, tecnologia comparada a de um aplicativo.

Texto de ADRIANO MOREIRA‏


VERGONHA é um Cidadão ter que descontar 40 ou mais anos para receber reforma e aos deputados bastarem somente 3 ou 6 anos conforme o caso e que aos membros do governo para cobrar a pensão máxima só precisam do juramento de posse. 
VERGONHA é que os deputados sejam os únicos trabalhadores (???) deste país que estão Isentos de 1/3 do seu salário em IRS… e reformarem-se com 100% enquanto os trabalhadores se reformam na base de 80%... 
VERGONHA é pôr na administração milhares de Assessores (leia-se amigalhaços) comsalários que desejariam os técnicos mais qualificados. 

VERGONHA é a enorme quantidade de dinheiro destinado a apoiar os partidos, aprovados pelos mesmos políticos que vivem deles. 
VERGONHA é que a um político não se exija a mínima prova de capacidade para exercer o cargo (e não falamos em intelectual ou cultural). 
VERGONHA é o custo que representa para os contribuintes a sua comida, carrosoficiais, motoristas, viagens (sempre em 1ª Classe), cartões de crédito. 
VERGONHA é que S. Exas. tenham quase 5 meses de férias ao ano (48 dias no Natal, uns 17 na Semana Santa mesmo que muitos se declarem não religiosos, e uns 82 dias no verão). 
VERGONHA é S. Exas. quando cessam um cargo, manterem 80% do salário durante 18 meses. 
VERGONHA é que ex-Ministros, ex-Secretários de Estado e altos cargos da política quando cessam são os únicos cidadãos deste país que podem legalmente acumular 2 salários do erário público. 
VERGONHA é que se utilizem os meios de comunicação social para transmitir àsociedade que os funcionários só representam encargos para os bolsos doscontribuintes. 
VERGONHA é ter residência em Sintra e cobrar ajudas de custo pela deslocação àcapital porque dizem viver em outra cidade. 

Esta deveria ser uma dessas correntes que não deveriam romper-se pois só nós podemos remediar TUDO ISTO.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Vocês sabem a diferença entre o tratamento por tu e por você? 
Vocês pensam que sabem, mas vejam abaixo.
Um pequeno exemplo, que ilustra bem a diferença:


O Director Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante director, que depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele, sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então o Director Geral do Banco chamou um detective e disse-lhe:
- Siga o Dr. Mendes durante uma semana, durante a hora do almoço.
O detective, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:
- O Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Responde o Director Geral:
- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.
O detective pergunta-lhe:
- Desculpe. Posso tratá-lo por tu?
- 'Sim, claro' respondeu o Director surpreendido!
- Então vou repetir: o Dr. Mendes sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.
Fabulosa... esta língua portuguesa! Ler devagar e atentamente!
VAMOS MAS É TRATAR-NOS TODOS POR TU, NÃO VÁ HAVER DESTES ENGANOS...

A lingua Portuguesa é estupenda e presta-se a estas coisas: Por exemplo:

Se o Mário Mata, a Florbela Espanca, o Jaime Gama e o Jorge Palma, o que é que a Rosa Lobato Faria?
E, já agora: alguém acredita que a Zita Seabra para o António Peres Metello?
 A lingua Portuguesa é mesmo fascinante!
V I R A D O 
Difícil é :
acordar virado, 
ligar o rádio, ouvir ais,
era a campanha de Paulo Morais,
acordar assim não,
quero estar esperto,
mudo de antena,
fala Henrique Neto
tento não perder o tino,
tento ouro rádio,
discursa o Constantino,
não acho maneira,
mudo de posto,
encontro o Sequeira,
procuro esta bem,
mais um clique,
ouço Maria de Belém,
não é brincadeira,
lá está o Ferreira,
não o quero escutar,
um clique mais
ouço o Edgar,
salto pego na camisa,
mudo de posto,
lá estava a Marisa,
chiça mas que raio,
volto a mudar,
sai-me o Sampaio,
dia que queria belo
não consigo acertar
agora aqui está o Marcelo,
fico danado,
não, não quero mais,
acordar para aquele lado virado    13-01-2016   Francisco Parreira

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

CARLOS DRUMOND DE ANDRADE


 
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,

A que se deu o nome de ano,

Foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança

Fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano

Se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra

Vez com outro número e outra vontade de acreditar

Que daqui para adiante vai ser diferente...



Para você,

Desejo o sonho realizado.

O amor esperado.

A esperança renovada.

Para você,

Desejo todas as cores desta vida.

Todas as alegrias que puder sorrir.

Todas as músicas que puder emocionar.



Para você, neste novo ano,

Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,

Que sua família esteja mais unida,

Que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas.

Mas nada seria suficiente...

Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.

Desejos grandes e que eles possam te mover a cada

Minuto, rumo à sua FELICIDADE!!! "



Carlos Drummond de Andrade.

domingo, 10 de janeiro de 2016

A mensagem do Papa Francisco: aprende a ser Feliz!
Podes ter defeitos, estar ansioso(a) e viver irritado(a) algumas vezes, mas não te esqueças que a tua vida é a maior empresa do mundo.
Só tu podes evitar que ela entre em decadência.
Há muitos que te apreciam, admiram e te querem.
Gostaria que recordasses que ser feliz, não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadiga, relacionamentos sem deceções.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas também refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições com os fracassos.
Não é apenas ter alegria com os aplausos, mas ter alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se ator da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no longínquo de nossa alma.
É agradecer a Deus cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que seja injusta!
É beijar os filhos, mimar os pais, ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que vive dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para dizer ‘enganei-me’.
É ter a ousadia para dizer ‘perdoa-me’.
É ter sensibilidade para expressar ‘preciso de ti’.
É ter capacidade de dizer ‘amo-te’.
Que a tua vida se torne num jardim de oportunidades para ser feliz…
Que nas tuas primaveras sejas amante da alegria.
Que nos teus invernos sejas amigo da sabedoria.
E quando te enganares no caminho, começa tudo de novo.
Pois assim serás mais apaixonado pela vida.
E podes facilmente constatar que ser feliz não é ter uma vida perfeita.
Mas usar as lágrimas para regar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para esculpir a serenidade.
Usar a dor para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Nunca desistas….
Nunca desistas das pessoas que amas.
Nunca desistas de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível ..,,,

sábado, 9 de janeiro de 2016

Santiago do Cacem

https://www.google.pt/search?hl=pt-PT&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1440&bih=809&q=santiago+do+cac%C3%A9m&oq=Santiago+&gs_l=img.1.6.0l10.2933.8171.0.13687.9.7.0.2.2.0.101.619.6j1.7.0....0...1ac.1.37.img..0.9.634.3gE5XA7r_Cs#facrc=_&imgdii=_&imgrc=XHUfTOeMfNTZYM%253A%3BVsb8AQU4sMAePM%3Bhttp%253A%252F%252Fmontehorizonte.com%252FPT%252Fimages%252FAlvalade.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fmontehorizonte.com%252FPT%252Fsantiago-do-cacem%252F%3B420%3B290

Poema a duas vozes

Poemas de K.Adormo Esteva: Poema a duas vozes: *................................................ ** Eu calo-me ..................... Eles sofrem! Tu calas-te .................

O Baile do Poder - A Paródia dos políticos em Portugal

P A R T O 
Ser Mãe uma benção,
sempre bem recebida,
após nove difíceis meses,
nasce uma nova vida,
este o tempo normal,
para as humanas fémeas,
em todo o mundo real,
havendo sempre a excepção,
em todo o grupo animal,
mas no meu caso vigente,
neste reino vegetal,
onde o homem legislou,
o meu período gestal,
na serra ou planície,
para poder ser mãe,
são nove ( 9 ) anos agora,
com calores e invernias,
chegou a derradeira hora,
do parto ser praticado,
já vejo enegrecidas mãos,
com machados e madeira,
a filha me vai ser tirada,
que sejam suaves os golpes,
nesta manhã soalheira,
assim sou tratada,
eu Mãe, eu sobreira
D. João V

O Rei D.João V não era pedófilo... mas sim "freirófilo"!!!

Quem não conhece a expressão “nem sempre galinha nem sempre rainha”?

O que... muitos não saberão é que a origem dessa expressão é atribuída ao rei D. João V, conhecido nos manuais da história pelo “Magnânimo” mas também conhecido pelo “Freirático” por causa da sua apetência sexual por freiras.

Ficou célebre o seu tórrido romance com a Madre Paula, do mosteiro de S. Dinis em Odivelas, com quem teve vários filhos, os quais educou esmeradamente, ficando conhecidos pelos Meninos de Palhavã, porque residiam em Palhavã, no Palácio onde actualmente funciona a embaixada de Espanha em Lisboa.

A rainha era austríaca e muito feia, ao contrário do rei que era bem apessoado, talvez por isso o rei procurava outras companhias mais agradáveis.

A rainha sentindo-se rejeitada ter-se-á queixado ao padre seu confessor.

Um dia o padre chamou o rei à razão, então o rei ordenou ao cozinheiro que a partir desse dia, o padre passaria a comer todos os dias galinha.

Nos primeiros dias o padre até ficou satisfeito e deliciado com o menu.

Mas passado três meses o homem andava agoniado e magro que nem um caniço, indo queixar-se ao rei, que o cozinheiro só lhe dava galinha.

Foi quando o rei com ar de malícia lhe disse​:

- Pois é senhor padre! Nem sempre galinha, nem sempre rainha