Consumismo
A- Que barafunda neste quarto, o que estás a fazer?
B- Estou a separar roupa velha ou que já não uso, para levar
para o lixo e arranjar lugar para a peças que vou comprar, vem aí o Natal.
Olha, olha está aqui uma peça que ainda não a estriei, já não se usa e eu não
gosto dela, vai também.
A- Em lugar de pores no lixo toda essa roupa, porque não a
pões num saco ao lado do contentor,
que alguém ainda a aproveita.
B -Não gosto de me ver com ela, não gosto de ver mais alguém
usá-la.
A -Está bem tu é que sabes.
B - Agora tenho que comprar roupas com mascaras a condizer.
A - Também não é preciso tanto exagero.
B -T u quando compras
uma camisa ou um fato, compras gravatas a condizer, eu também posso comprar
adereços a condizer.
A -Está bem, está bem,
olha falaste no Natal, como vai ser este ano, na nossa casa ou na casa dos
filhos?
B - Não sei ainda, é cedo e este ano não estou na disposição
de por as mãos nas massas. Não deve faltar onde comprara os fritos e os doces.
A - Sim mas nós adoramos os caseiros feitos por ti, mas assim
talvez não haja tanto desperdício.
B -Este ano não faço doces para ninguém.
A -Olha e com respeito às prendas, como é este Natal?
B -Ainda não sei, tenho andado a ver umas coisas lindas, mas
ainda não decidi, e tu o que queres?
A -Há eu fico barato, cada um de vocês dá-me um abraço bem
apertado e eu fico consulado.
Rio de
Mouro, 21-10-2020. Francisco Parreira.
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