quarta-feira, 30 de outubro de 2019

A  G A N D A 
" VIDA E MORTE  " 
Nome pelo qual eram conhecidos os rinoceronte na Índia.
O rinoceronte - femia -foi ofertada pelo sultão muzafar II da região, ao vice rei da Índia Afonso de Albuquerque, no ano de 1514.
A chegada da ganda a Lisboa, acompanhada do seu tratador, OSSEM, após 120 -cento e vinte dias de viagem - a bordo da nau, Nossa Senhora da Ajuda, comandada por Cristóvão de Brito, que atracou em Lisboa a 20-05-1515, tendo sido um grande acontecimento, pela carga excepcional que trazia, estando em construção  a Torre de Belém, a movimentação na zona ainda se tornou maior.
A ganda naquela época considerada um animal de estimação, tal como o elefante, o leão, o tigre, etc., faziam parte da ostentação de riqueza, sendo também símbolos do poder.
Durante a viagem, a ganda foi alimentada com arroz e o seu corpo
barrado com manteiga de coco. Chegada a Lisboa ficou na praça da ribeira. Os outros animais de estimação do rei D. Manuel, tal como os seus tratadores " meriageri ", estavam no palácio  dos Estaus, ou Paço dos Estaus, mais tarde Palácio da Inquisição - Tribunal da Santa Inquisição de Lisboa -.
D. Manuel conhecedor da aversão entre rinocerontes e elefantes, quis prová-lo e brindar o povo com uma festa. Mandou erguer uma arena na Casa da Mina, essa arena estava dividida por um pano escuro, para uma das partes, aquela a que o povo tinha acesso e para gáudio dos presentes. No dia 13-06-1515 - Domingo dia da Santíssima  Trindade, foi levada a ganda, para a parte oculta da arena, foi levado um elefante para o outra parte, ficando este oculto da ganda. Quando todos estavam delirantes a ver a ganda, - o rinoceronte - foi removido o pano, a ganda assim que viu o elefante, desatou a correr contra ele, que espavorido, correu contra a vedação partindo-a e fugindo da zona, tendo a guarda  real sido incumbida de o procurar e capturar.
Lisboa na altura era lugar de passagem de muitos estrangeiros, onde se faziam grandes negócios, foram esses homens de negócios e jornalistas que divulgaram os acontecimentos e a riqueza do rei de Portugal.
Os mesmo descreveram o animal de tal forma, tendo o mesmo sido passado para a tela, fizeram-se representações, livros, documentos vários, desenhos, de tal forma que durante anos, nos livros escolares alemães, mantiveram o desenho do animal.
o rei D. Manuel ofereceu a ganda ao Papa Leão X, que antes tinha apreciado muito, um elefante que lhe oferecera.
A ganda e o seu tratador acompanhados de jóias e pratas, iniciou a viagem Lisboa/Roma, em Dezembro de 1515. quando a nau navegava perto de Marselha, o rei de França Francisco I, pediu que a nau atracasse, para ele ver a ganda. A 24-01-1516 a nau atraca, numa ilha perto de Marselha.
No seguimento da viagem, quando a nau já navegava em alto mar, foi apanhada por uma enorme tempestade, a ganda indo presa, não houve maneira de a libertar, tendo morrido afogada.
recuperada a pele, regressa a Lisboa, é empalhada e de novo oferecida ao Papa, onde fez grande sucesso.
Em portugal há sinais da ganda esculpida na Torre de Belém e no Mosteiro de Alcobaça, numa gárdula em forma de rinoceronte.

Rio de Mouro, 08-07-2019
Francisco Parreira. 

Maio de 1965

Era Domingo, a viagem naquela solarenga manhã, entre a vila do Montijo e Sete Rios - Lisboa, decorria normalmente como de costume. Como tinha tempo e gostava de de fazer aquele trajecto, barco até ao Terreiro do Paço, onde normalmente ia tomar um café no Martinho da Arcada, aí apanhava o  eléctrico  que me levava até à praça do Chile, onde depois apanhava outro que me levava até Sete-Rios, Estrada de Benfica. havia trajectos para rápidos, tais como ir ao Rossio apanhar o metro, mas era  aquele o meu preferido. Naquele dia o eléctrico no Martim Moniz trocou de guarda freio, o que provocou um pequeno atraso,então quando o eléctrico no Chile abrandou para seguir pela Morais Soares, seu destino era o Alto de São João, saltei com ele ainda em andamento, para atravessar a Praça do Chile para o outro lado, junto ao antigo Serviço de Assistência à Tuberculose, o outro eléctrico já estava a sair. 
Foi tão rápido o cerco que me fizeram, que quase nem tive tempo de respirar, não conseguia compreender de onde tinham surgido tão rapidamente, tantos policias de arma em punho e apontadas na minha direcção, felizmente não perdi a calma. de entre eles saiu um graduado, com a sua pistola no coldre.
Começou o interrogatório, de onde vens? Para onde ias?  já não perguntou para onde vais, foi para onde ias, enfim um sem número de perguntas, em pleno centro do antigo cruzamento dos eléctricos, na Praça do Chile, tardiamente lá veio a pergunta, o que fazes e tens  com que te identificar? Pedi autorização, meti a mão ao bolso, tirei o cartão que me identificava, como funcionário público, do Ministério da Justiça, que lhe entreguei, não o devia ter entregue, mas sim mostrado, ele o mirou e remirou, virou e revirou, vezes sem conta, ordenou aos outros polícias que baixassem as armas, cumprimentou-me com uma continência e devolveu-me o cartão, prontificou-se ir uma carrinha levar-me ao destino, o que eu recusei, então com umas descabidas palavras, algumas delas sem sentido, pediu-me para subir a rua Manuel da Maia e na paragem seguinte apanhar o eléctrico. tanto eu como os que já estavam naquela paragem, estivemos a ser vigiados, pelo polícia que ele destacou para me seguir, mas do lado oposto da rua, como se de nada se tratasse, mas sempre visível, pelo menos até entrarmos para o eléctrico. dali para a frente tudo estava normal.
Só da parte da tarde, consegui saber que os estudantes tinham convocado concentração, mas não diziam onde, assim todos os locais possíveis para a concentração estavam policialmente vigiados    
Rio de Mouro 30-10-2019 - Francisco Parreira    

domingo, 27 de outubro de 2019

Capitão Gancho e seus
Setenta marinheiros

Partiram hoje de Belém,
O Supremo quis ficar,
Os setenta marinheiros,
Para velha Nau bem governar.
I
O Timoneiro homem sabido,
Experiência não lhe falta,
Com tanto mar percorrido,
Muito dele em maré alta,
E deverá bem saber,
As panelinhas da malta,
Para bem ouvido ser,
Com a mestria que tem,
Sendo ele o homem do leme,
Partiram hoje de Belém.
II
Longa vai ser a viagem,
Com incerta duração,
Cada qual com sua imagem,
Cumprindo sua missão,
Na conturbada Nau,
Que estão a municiar,
Com saber e varapau,
Não será fácil navegar,
Sem o Comandante máximo,
O Supremo quis ficar.
III
Tudo bem resguardado,
Tempestades ameaçam.
O Oceano está agitado,
Tantos Piratas avançam,
Vindo sem ser esperado,
Suas armas arremessam,
Estão agora lado a lado,
Com seus fiéis conselheiros,
Querem deitar abaixo,
Setenta corajosos Marinheiros.
IV
Na sala de conversações,
Os arrufos são bastantes,
Difíceis as negociações,
Em parcerias constantes,
Querem ver as soluções,
Para suas causas importantes,
Utilizando bem os milhões,
Não os alijar ao mar,
Nem fazer cativações,
Para velha Nau bem governar.

Rio de Mouro 26-10-2019
Francisco Parreira

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Passeio a elvas
Para mais um belo passeio,
Com organização da ARPI,
Do cimo do monte da graça,
Ao longe Badajoz eu vi.
I
O motorista Luís Raminhos,
Com a camioneta apareceu,
Como é seu timbre,
Com sorrisos nos recebeu.
O Senhor Luís fez a chamada,
Quem estava inscrito acorreu,
Ao local à hora indicada,
Com larachas pelo meio,
Toda a gente sentada,
Para mais um belo passeio.
II
Deu-se início à viagem,
O transito o IC dezanove enchia,
É habitual, não é miragem,
Com seu saber e mestria,
Em eficiente rodagem,
Pelos melhores atalhos seguia,
Rápido e sem paragem,
Por aqui e por ali,
Pela ponte 25 de Abril fez passagem,
Com organização da ARPI. 
III
Avançando pelo ressequido Alentejo,
A Elvas fomos parar,
Tudo estava planeado,
Para bem se começar,
Todos estavam com agrado,
Museu Militar fomos visitar,
Imenso ali foi recordado,
Quantos feitos desta raça,
Tantos castigos infligidos,
No cimo do Monte da Graça.
IV
Do Museu para o Pompílio,
Onde fomos bem almoçar,
Depois ao monte fomos subindo,
Vento agreste e frio a soprar,
Os labirínticos corredores invadindo,
Tivemos que nos agasalhar,
Antes de para casa voltar,
Até onde pude subi,
Na deslumbrante paisagem,
Ao longe Badajoz  eu vi.

24-10-2019- Rio de Mouro
Francisco Parreira.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Horário camarário
I--Pelas nove e trinta chegaram,
Cova para esgoto iam abrir,
Três eficientes trabalhadores,
Contentes, alegres e a sorrir.
II--Aquele que condizia,
A camioneta encostou,
Para onde foi laurear não sei,
Às onde e trinta voltou.
III--Noutro carro chegou o quarto,
O lugar para a cova marcou,
Iniciado o trabalho,
No mesmo carro abalou.
IV--Com enxada, picareta e pá,
Os dois coordenados e certo,
Pelas onze e trinta,
Tinham o buraco aberto.
V--Presente o motorista,
Nada havia que enganar,
Arrumaram as ferramentas,
Foram então almoçar.
VI--Lá pelas catorze e trinta,
Voltaram a aparecer,
O buraco estava estreito,
Teve mesmo que crescer.
VII—tamanho ele ganhou,
A manilha colocada,
Depois de nivelada,
Foi a mesma cimentada. 
VIII--Eram dezasseis horas,
Para o horário cumprir,
Tudo bem arrumadinho,
Tinham mesmo que seguir.
IX--No dia seguinte, hoje,
Pelas nove e trinta voltaram,
Tudo bem vistoriado,
Todo o entulho limparam.
X--Refazer a calçada,
Requer trabalho e saber,
Quanto tempo esperaremos,
Até tal acontecer.
XI--Resta-me assim constatar,
Que neste serviço camarário,
Trabalhando três horas e meia,
Fica cumprido o horário.

Rio de Mouro, 22-10-2019.
Francisco Parreira.

sábado, 19 de outubro de 2019


Dia internacional da Preguiça
I
Ao terceiro sábado de Outubro,
É celebrada a preguiça,
Não tendo uma data fixa,
Lembrá-la tem sua justiça.
II
Um dia internacional,
Tem sempre a sua razão,
Para o que este alerta,
Tenhamos muita atenção.
III
Aprendamos a viver,
Mais lentamente e melhor,
Façamo-lo já hoje,
Amanhã será pior.
IV
Com alegria no rosto,
Lentidão no andar,
Permanente o protesto,
Não nos devemos calar.
V
Ó mente humana perversa,
Estás com pensamentos tais,
Não estou a falar de arte,
Falo sim de animais. 
VI
Estes de que vos falo,
As folhas sua alimentação,
Precisão de um mês,
Para digerir uma refeição.
VII
Com a intenção do lucro,
Por humanos aprisionados,
Para viverem em cativeiro,
São sempre bem remunerados.
VIII
O grave de tudo isto,
Estão em vias de extinção,
Para prazer doutros humanos
Como animais de estimação.

Rio de Mouro- 19-10-2019
Francisco Parreira.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Praceta das Amoreiras
Olá! Universidade Sen.de Rio de rio de Mouro
Tu és conhecida por USCARM ?
Vou apresentar-me, posso?
Sou a Praceta das Amoreiras,
Estava a ver que não vinhas,
Também agradecer quero,
Por teres pulado as linhas,
Para mim tua vinda trouxe,
Mais alento e movimento,
Que andam arredio,
Há bastante tempo,
Era sítio feio e frio,
Onde estás locada,
Construção sem brio.
De aspecto abandonada,
Paredes negras e nuas,
Com bom gosto foi pintada,
Deram-te cor e alegria,
Utilizando lindas cores,
Da junta de freguesia,
Meus passeios são mais pisados,
Durante todo o dia,
Não me custa, não me importa,
São os seniores,
Vão entrar naquela porta,
Fazem-no com candura,
Nos lábios trazem sorrisos,
Nos olhos brilha ternura, 
Sou uma praceta letrada,
De sabedoria cheia,
De orgulho empanturrada,
Para aprender na escola,
Está aquela criançada,
Do outro lado ao fundo,
Tu és a guardiã,
Em sabedoria do mundo,
Os idosos teus alunos,
 Ricos em saber profundo,
Ávidos por mais aprender,
Neste recanto encantado,
Rogo-te-fica aqui,
Não abales para outro lado.

Rio de Mouro 17-10-2019

Francisco Parreira

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Dia mundial
Neste triplo dia mundial,
Cuide da sua coluna,
Tenha nisso precaução,
Faça algum exercício,
Uma boa alimentação,
No dia mundial da mesma,
Mas não façais confusão,
Também hoje é celebrado,
O dia mundial do pão,
Com orgulho se comemora,
É já uma tradição,
Vinda de tempos doutrora,
Tenhamos isso em atenção,
Há mais de quatro mil anos,
Com pedras moíam raiz e grão,
Depois com água amassado,
Já com fermentação,
Em bolas era moldado,
Espalmado com a mão,
Sobre lajes e bom lume
Cozido ficava pão,
Para todos alimentar,
Naquele grande país,
 Egipto à beira mar,
Para o povo pão de raiz
O de menor qualidade,
O pão de grão era o bom,       
Para a alta sociedade,
Casais-Rio de Mouro 16-10-2019
Francisco Parreira

quinta-feira, 10 de outubro de 2019


Quinto aniversário da USCARM

A vida assim o proporcionou,
Com dias de atraso,
Aqui estou de peito aberto,
E recordar não tem prazo,
Foi no dia do idoso,
Que a USCARM comemorou,
Seu quinto aniversário,
Com linda festa nos brindou,
Muitos quiseram estar presentes,
Três autocarros encheu,
Cerca de centena e meia,
No segundo ia eu,
Saímos de Rio de Mouro,
Rumámos à Lourinhã,
Uma agradável viagem,
Naquela bela manhã,
Para passear ao ar livre,
Na terra dos dinossauros,
Algum tempo lá estive,
Por volta do meio-dia,
Nossos lugares retomámos,
Demos pequeno passeio,
À Areia Branca passámos,
A caminho do Teimoso,
Restaurante conhecido,
E naquela grande sala,
Bom almoço nos foi servido,


De seguida veio o baile,
Para ajudar à digestão,
Prendas foram distribuídas,
Reinava a boa disposição,
Seguiu-se um espectáculo,
Executado com alma e coração,
Pelos professores voluntários,
Uma linda actuação,
E para novos compromissos,
Com sorrisos e alegria.
Novos contractos assinaram,
Para tudo estar em dia,
Veio o lanche, veio o bolo,
Cantaram-te os parabéns,
Amor carinho e afectos,
São qualidade que tens
Rodopiando naquele espaço,
Depois de tanta folia,
Ninguém mostrava cansaço,
Mesmo já ao fim do dia,
Os ponteiros sem parar,
O sol já se escondia,
Era a hora indicada,
Para a rua das Escadinhas,
A viagem estava marcada.
Rio de Mouro 10-10-2019
Francisco Parreira