sexta-feira, 21 de junho de 2019

--- S0LSTÍCIO -- Primavera --  Verão --
-I-
Aqui onde estou sentado,
Neste dia clarão,
Direi adeus à Primavera,
Com agrado recebo o Verão.
-II-
Neste tempo encoberto,
Mal consigo ver a serra,
As nuvens negras estão,
A chuva borrifa a terra,
Do ano qual a estação,
Quero que fique registado,
Para todos desilusão,
Até eu estou desolado,
Sem pingo de inspiração,
Aqui agora sentado.
-III-
Só faltava agora o vento,
A soprar desta maneira,
As árvores deste mundo,
As folhas da palmeira,
Num reboliço profundo,
Agora pinga a goteira,
Vai correndo lá ao fundo,
Uma senhora com seu cão,
Puxado por trela e coleira,
Neste dia clarão,
-IV-
Nada posso fazer,
Nada posso mudar,
Para o que vem a seguir,
Resta-me sim esperar,
Não quero exaurir,
Nem tão pouco azamboar,
Só me quero fazer ouvir,
Até posso ficar à espera,
Muitos anos com saúde,
Direi adeus à primavera.
-V-
Cansado de dias instáveis,
Meses de prolongado estio,
Um outono sem chuvas,
No inverno pouco frio,
Não precisei usar luvas,
Do que faço tanto brio,
Nem aquele belo capote,
 Trazia-o com satisfação,
Cobrindo o cangote,
Com agrado venha o verão.

21-06-2019 – Francisco Parreira.

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