terça-feira, 18 de junho de 2024

 

Carta a uma amiga

Excelentíssima senhora e

 Caríssima amiga Gracinda

 

Caríssima amiga o nosso contacto tem sido restringido a este espaço de afeto universitário a USCARM, onde todos nos sentimos bem e seguros e ao qual também chamamos porto de abrigo.

Nesta Universidade Sénior nós participamos a mesma aula, e, provavelmente quando a colega me foi apresentada, eu devia estar aéreo, o que não é raro acontecer-me, só retive o primeiro nome, do qual gosto muito.

Ao longo do ano escolar reparei, que adoras a praia, gostas de escrever e ler tanto testo como poesia, gosto de te ouvir ler, sempre pausada e as palavras ditas com dicção.

Não sei de que flores mais gostas, como todas as senhoras gostam de rosas, são essas que te dedico.

Como sempre que falo em rosas ou escrevo esta palavra, recordo-me da minha avó materna, vou contar-te uma pequena história, ela para os vizinhos era a vizinha Rosa, para os filhos a mãe Rosa, para os netos a avó Rosa.

Depois de tantos anos a dizer avó Rosa, foi para mim uma grande surpresa, quando fui arrumar os papeis deixados pela minha mãe, após cumprir a missão terrena, onde encontrei a sua cédula e nela constava que era filha de Maria José, de onde veio o nome de Rosa, ninguém houve que me soubesse explicar a sua origem e que ficará comigo sem nunca ser explicado.

Tal como a colega sou um reformado e estudante universitário.

Chamo-me Francisco Parreira, natural de Santiago do Cacem, Baixo Alentejo e moro aqui no Rio de Mouro desde 15 de abril de 1963.

Não esperavas receber esta carta de um quase desconhecido, mas as rifas são assim e a colega que me saiu na rifa foi a: GRACINDA.

Rio de Mouro ,08-05-2024 - Francisco Parreira

quarta-feira, 1 de maio de 2024

SÓ EM PORTUGAL

Um ex-primeiro Ministro oriental,

Um Primeiro Ministro rural,

Um presidente genial,

Tudo isto só em Portugal.

Da boca de um professor,

 Estas palavras ouvir,

Tal nunca esperei,

A todos fizeram rir.

Palavras ditas cinquenta 

Anos após a revolução,

Que derrubou uma ditadura,

Que tanto atrazou a Nação.

A Ditadura Nacional desde 1926,

Renomada Estado Novo,

Vestindo nova roupagem,

Sempre amordaçando o povo.

Povo sem alegria,

Habitando este torrão,

Com mais antigas fronteiras,

Benvinda foi esta rwevolução.

Que nos trouxe paz,

Direitos, liberdade e igualdade,

Para viver na livre sociedade.

Rio de Mouro, 25-04-2024

Francisco Parreira.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

texto de Marisa Pereira

 50 anos de Liberdade

Daquela madrugada que Sophia esperava... e que os capitães de Abril nos deram...
50 anos de um país que soube fazer uma revolução sem armas...
50 anos de cravos na espingarda... que viraram símbolo de um dia feliz...
50 anos de lutas e avanços...
50 anos para se falar, pensar, agir livremente...
50 anos de Portugal Livre..
Que seja Abril, sempre!
Nasci filha da liberdade ...
Nasci livre...
Como um pássaro sem gaiola...
Sempre vivi com ela...
Nem sei se saberia viver de outra maneira.
Daqueles tempos não tenho memória...
Mas a História... ficará sempre.
Do que estudei... do que ouvi...
Ficará a certeza que aquele dia mudou para sempre o rumo do meu país.
Deste país que amo...
Que me permitiu ser criança, adolescente e me deixa ser mulher livre...
Que todos os dias possamos trazer às nossas acções a luta por um país livre... sem amarras...
Que nada nem ninguém consiga voltar atrás...
Que o caminho seja sempre em frente e em liberdade...
O Abril de um povo... que unido jamais será vencido..

quarta-feira, 24 de abril de 2024

 Aquele abril 

Aquele abril de 1974- 25,

Á quinta-feira calhou,

Após na rádio a canção do sinal,

Ninguém mais parou,

Aqueles audazes militares,

Com destinos concretos,

Em todas as direções,

Ocuparam os lugares certos,

Tomaram certas as posições,

Do trono apearam a PIDE,

Abriram as portas às prisões,

Libertaram presos políticos,

Torturados noite e dia,

Foram momentos únicos,

Horas de tanta alegria.

Os audazes e destemidos

Militares em ação,

Com saber e arte,

Fizeram a revolução.

Uma revolução de cravos,

Vermelhos, nas ruas, lapelas

E canos das espingardas,

Eram imagens tão belas. 

Ver o povo assim alegre,

Fazer uníssona ovação,

Aos valentes militares,

Envolvidos na revolução.

Em liberdade gritavam,

O povo é quem mais ordena,

Dentro de to ó cidade,

Grândola vila morena.

O povo sem medo bradava,

Fascistas para a prisão,

Viva o MFA,

Que libertou a Nação. 

Rio de Mouro 27-03-2024

Francisco Parreira.

 ABRIL DE SIM ABRIL DE NÃO


Eu vi abril por fora e abril por dentro

Vi o abrril que foi e o abril de agora

Eu vi o abril em festa e abril lamento

Abril com quem ri como quem chora.


Eu vi chorar abril e abril partir 

Vi o abril de sim e abril de não

Abril que já nõ é abril por vir.


Vi o abril que ganha e abril que perde

Abril que foi abril e o que não foi

Eu vi abril de ser e de não ser.


Abril de abril vestido (Abril tão verde)

Abril de abril despido (abril que doi)

abeil já feito. E abril por fazer.


poema de Manuel Alegre

Rio de Mouro 24-04-2024

Francisco Parreira, lido hoje na USCARM. 

segunda-feira, 15 de abril de 2024

 

Truca-truca…
O poema "Truca-truca" foi escrito por Natália Correia em 1982.
Durante o primeiro debate parlamentar sobre a interrupção voluntária da gravidez João Morgado, deputado do CDS, afirmou que “o acto sexual é para fazer filhos”.
Inspirada pelas declarações do deputado, Natália Correia, que lutava pela despenalização do aborto, escreveu o seguinte poema:
Truca-Truca
“Já que o coito – diz Morgado –
Tem como fim cristalino,
Preciso e imaculado
Fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai de um só rebento, lógica é a conclusão
De que viril instrumento
só usou – parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão – diz o ditado –
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.”
(In Diário de Lisboa, 5 de abril de 1982)

Imagem: Cópia do manuscrito do poema "Truca-Truca"

sábado, 6 de abril de 2024

 

Provérbios

 Quem cala consente,

Quem condiciona censura,

Camuflar caso da gémeas,

Quanto tempo ainda dura?

Quem não se sente,

Não é filho de boa gente,

Mas viver sem a verdade,

Não há povo que aguente.

Cada povo com seu igual,

Expondo à sua maneira,

Sendo mentira ou verdade,

Nesta democracia verdadeira.

Tal pai, tal filho,

Metidos nesta trapalhada,

Até alguma comunicação parece,

Também estar baralhada.

Se queres ser bom juiz,

Ouve o que cada um diz,

Cala sempre essa boca,

Não digas o que eu fiz.

Pelos frutos se conhece a árvore,

E a sua qualidade,

Às vezes com seus sinais,

Devido à sua idade. 

A justiça começa em casa,

Para resolver a ambição

Cria-se um pequeno caso,

Para desejada demissão.

O homem põe, Deus dispõe,

Tudo bem arrumadinho,

Nos lugares à sua maneira,

Os contras ficaram pelo caminho.

Muito juízo pouco siso,

Cada macaco em seu galho,

Resguardados da intempérie,

Fazendo o desejado trabalho.

Querer é poder,

Só a verdade doa a quem doer,

Quem foi o mandante daquele tratamento?

O povo quer saber. 

Rio de Mouro, 06-04-2024

Francisco Parreira

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Mensagem do Papa Francisco.

 “Comam o que quiserem na Páscoa, o sacrifício não está no estômago, mas no coração.

Abstêm-se de comer carne, mas não falam com os irmãos ou familiares, não vão visitar os pais ou pesa-lhes atendê-los, não partilham a comida com os necessitados, proíbem os filhos de verem o pai, proíbem os avós de verem os netos, criticam a a vida dos outros, espancam a mulher etc...
Um bom churrasco ou um guisado de carne não vai fazer de você uma pessoa ruim, assim como um filete de peixe vai fazer de você santo.
Melhor procurarmos ter um relacionamento mais profundo com Deus através de um tratamento melhor ao próximo.
Sejamos menos soberbos e mais humildes de coração.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

ABRIL Texto de Marisa Pereira

 Andamos a preparar Abril...

Aquele Abril...
Aquele Abril que não vivi, mas que agradeço todos os dias ter acontecido...
Aquele Abril que acabou com histórias difíceis e duras... de um tempo... sem tempo... e sem Liberdade...
Aquele Abril que abriu caminho às novas gerações... lhes deu a possibilidade de escolha...
Aquela madrugada... que entre soldados, senhas, povo e cravos trouxe às ruas a revolução que mudou Portugal...
Nasci filha da liberdade ...
Nasci livre...
Como um pássaro sem gaiola...
Sem gaiola...
Sempre vivi com ela... a Liberdade...
Não sei se saberia viver de outra maneira.
Não sei...
Daqueles tempos não tenho memória...
Mas a História... ficará sempre...
Temos que querer que a História fique sempre...
Não podemos permitir que seja esquecida...
Por isso todos os anos... peço que me falem daquele Abril...
Do Abril que viveram...
Do Abril que sonharam...
Do Abril que esperaram...
Do Abril que lhes deu uma nova vida...
Obrigada por contarem a vossa história... que é reflexo da história do nosso país... e por demonstrarem que foi tão preciso... acontecer... Aquele Abril!
Que seja sempre Abril!
E que possamos ser sempre... LIVRES..

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Texto de DRA. MARISA

 Parabéns CRIAR AFECTOS


❤
Os começos têm uma magia difícil de explicar…
Trazem a beleza da primeira vez.
“Acaba a praia, começa a minha solidão”
Foi a frase que fez nascer este projecto.
Este projecto que se tornou de AFECTOS… de NOME e de REALIDADE.
Chegámos…
Mudámos a resposta social da freguesia…
Colocámos as pessoas em primeiro lugar e fizemos do combate à solidão a nossa bandeira.
Passo a passo, fomos crescendo, criando laços, derrubando pré-conceitos, promovendo novas experiências, permitindo superação.
Dia após dia fizemos do nosso caminho… um caminho de AFECTOS.
Dentro da nossa história, contam-se outras histórias… que no fundo são a nossa…
Nesta história somos todos actores principais pois é preciso cada um de nós para a construir.
Esta história… a nossa história.
O CRIAR AFECTOS mudou vidas…
O CRIAR AFECTOS permitiu dar novo brilho, a olhares tristes…
Permitiu tirar do baú sonhos antigos e realizá-los…
Permitiu criar redes de ajuda…
Possibilitou aprender coisas que nunca imaginaram aprender.
O CRIAR AFECTOS tornou-se um Porto de Abrigo.
Obrigada presidente Filipe por ter decidido que era a hora de dar mais… por nos ter permitido começar a caminhada...
Obrigada presidente Bruno pela forma como sentiu os afectos e por ter tido a vontade de nos fazer crescer...
Obrigada presidente Raquel por nos permitir continuar a sonhar e a concretizar todos os dias...
Obrigada a todos que na retaguarda ajudam a fazer uma linha da frente positiva e de qualidade…
Obrigada Luís, por estes 15 anos de companheirismo e ajuda, move-nos a vontade de fazer o melhor por cada uma das nossas pessoas.
Obrigada aos nossos professores... aqueles que estão e aos que já não estão... a vossa doação é fundamental e preciosa.
Obrigada a tod@s que de uma maneira ou de outra ajudaram ou ajudam a manter o projecto a funcionar
Obrigada a todos os alunos e alunas... Obrigada pela confiança, pelo carinho, pelos sorrisos, por os abraços… por nos darem o enorme privilégio de mudarmos as vossas vidas.
É uma honra a vossa amizade, amor e confiança…
Sem cada um de vocês nada existia…
Estes 15 anos foram feitos de felicidade, partilha e doação…
Esta história é a nossa história…
De todos…
Dos que passaram, dos que ficaram, dos que estão… todos… sem exepção… OBRIGADA
Sejam felizes…
Muito felizes…
E sempre que a memória trouxer o CRIAR AFECTOS… que essa lembrança seja sempre acompanhada de um grande sorriso e uma enorme alegria no coração…
Se era possível viver sem CRIAR AFECTOS?
Não seria certamente a mesma coisa.
Obrigada por tudo

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

 

Dia da tristeza

 

 

Neste dia da tristeza

Terceira segunda-feira de janeiro

Foi este dia criado,

Após psicólogo Cliff Arnall

Ter estudo efetuado,

A pedido de Sky Travel

Para ter período acertado,

Assim fazer correta a marcação

Para todos os clientes

Nas suas férias de verão,

Estando assim cientes,

Ser certa a ocasião,

Por estarmos a meio do mês,

Mês de muita frustração

Ano novo vida nova

E sem nada bulir,

Sem nada mudar,

Tudo parece ruir,

Abaixo de zero os cartões estão,

Os créditos sempre a subir,

Culpado é o consumismo,

Que todos já fez sorrir, 

Sem travão nem peia,

Foi a exibição da grandeza

Naquela robusta ceia

Posta naquela mesa. 

 

 Mem Martins 15-01-2024

Francisco Parreira.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Coligação

P edimos ao Supremo Divino,

P ara com alguma decência,

D evolver o que é nosso,

/  barra de incidência,

P edido este para andar,

S em tempo já nem paciência,

D iabo veloz vem sem escaldar,

/ barra de união boa,

A vião é rapido para chegar,

D estino será Lisboa,

/ barra para mais uma adição,

P oderemos assim parlar,

P atranhas e mentiras ouvirão,

M entiremos a quem em nós acreditar.

08-01-2024 - Rio de Mouro


 

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

F U G A 

 03-01-1960 era Domingo,

final do dia,

contam-se hoje 64 anios,

fazia frio e chovia,

lá no Forte de Peniche,

noite escura pouco se via,

GNR era o soldado insatisfeito,

na carreira não subia,

apesar das provas dadas,

ruido de nervos bulia,

andava de lado para lado,

com as botas ele batia

naquele chão empapado,

mas debaixo do seu capote,

deu cobertura e agasalho,

àqueles 10 prisioneiros,

lá fez o seu trabalho,

como fora compensado,

para esse serviço tal,

saiu primeiro Jaime Serra,

seguido por Alvaro Cunhal,

com tantos o soldado rabujou,

desceram 10 no total,

sem qualquer contrariedade,

cada um foi para seu lado,

assim ficaram em liberdade.

03-01-2024 -Rio de Mouro

Francisco Parreira.