Carta a uma amiga
Excelentíssima senhora e
Caríssima amiga Gracinda
Caríssima
amiga o nosso contacto tem sido restringido a este espaço de afeto
universitário a USCARM, onde todos nos sentimos bem e seguros e ao qual também
chamamos porto de abrigo.
Nesta Universidade
Sénior nós participamos a mesma aula, e, provavelmente quando a colega me foi
apresentada, eu devia estar aéreo, o que não é raro acontecer-me, só retive o
primeiro nome, do qual gosto muito.
Ao longo do
ano escolar reparei, que adoras a praia, gostas de escrever e ler tanto testo
como poesia, gosto de te ouvir ler, sempre pausada e as palavras ditas com
dicção.
Não sei de
que flores mais gostas, como todas as senhoras gostam de rosas, são essas que
te dedico.
Como sempre
que falo em rosas ou escrevo esta palavra, recordo-me da minha avó materna, vou
contar-te uma pequena história, ela para os vizinhos era a vizinha Rosa, para
os filhos a mãe Rosa, para os netos a avó Rosa.
Depois de
tantos anos a dizer avó Rosa, foi para mim uma grande surpresa, quando fui
arrumar os papeis deixados pela minha mãe, após cumprir a missão terrena, onde
encontrei a sua cédula e nela constava que era filha de Maria José, de onde
veio o nome de Rosa, ninguém houve que me soubesse explicar a sua origem e que
ficará comigo sem nunca ser explicado.
Tal como a
colega sou um reformado e estudante universitário.
Chamo-me
Francisco Parreira, natural de Santiago do Cacem, Baixo Alentejo e moro aqui no
Rio de Mouro desde 15 de abril de 1963.
Não
esperavas receber esta carta de um quase desconhecido, mas as rifas são assim e
a colega que me saiu na rifa foi a: GRACINDA.
Rio de Mouro
,08-05-2024 - Francisco Parreira