sexta-feira, 31 de março de 2023

 Assim se plantaram algumas árvores na mata de Fitares. Eu mais dois a trabalhar, todos os outros a oulhar, a ver como se fazia, perdeu-se a imagem..

domingo, 19 de março de 2023

 Quando eu era pequenina

Disfrutava o teu carinho
Sempre que me afagavas
E me davas um beijinho.
A tua presença constante
Na minha vida de criança
Eu conservo com ternura
No mais intimo da minha mente
Hoje… neste aqui e agora
Que dialogo contigo,
Escuto o timbre da tua voz
Num sussurrar de mansinho.,
Fecho os olhos e adivinho
O teu olhar sobranceiro
A tua voz me fascina….
E me acalma por inteiro.
Amigo, herói, companheiro,
Hoje eu quero agradecer- te
Porque foste sempre e serás
O meu cavaleiro andante
Protetor , leal, verdadeiro
Tua filha.
laurette

sábado, 18 de março de 2023

 HUMILDADE

Não basta ser homem
é preciso mostrar qualidades de o ser…
Ser humilde
é não esquecermo-nos de nós mesmos,
das nossas limitações,
da grandeza
dos nossos pensamentos materialistas
e das ações
que nos levam a patamares imerecidos.
Ser humilde
é termos a capacidade de sentir,
de nos ouvirmos,
em vez de ouvirmos o exterior;
de termos bondade e ternura,
paz e serenidade interior
e força animalesca
quando são atacados os nossos valores mais íntimos.
Ser humilde
é estarmos gratos ao nosso Criador:
ao Criador de tudo o que pensamos,
o que sentimos
e o que agimos em nós e nos outros,
pois assim temos uma base sólida
em todas as virtudes que a humildade contém.
Ser humilde
é acreditarmos
que a nossa maior riqueza
é alcançar,
com inteligência e afetividade,
a humildade,
sem orgulho,
mas com a sabedoria da alma:
que tudo une,
tudo retrata,
tudo experiencia,
tudo tolera
e tudo reencarna.
Ser humilde
é amar o sofrimento,
mesmo quando ele nos agigante
na verdade, de outra realidade,
doutra motivação e sabedoria;
quando se aceita uma pobreza
que se desconhece,
mas que o coração alerta
e o espírito confirma;
quando o céu nos empurra para uma trovoada,
em vez de abraçarmos
a chuva desejada do nosso amanhecer.
Ser humilde
é reconhecer a nossa imperfeição,
a razão de cada aqui e agora;
de corrigimos os nossos erros
quando são alertados pelo coração;
de não desejarmos ser adorados,
prestigiados e bajulados.
Sermos apenas:
AQUILO QUE SOMOS.
Luciano Reis
2023-02-22
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domingo, 5 de março de 2023

 Texto de Alcina Viegas - GUERRA AO OCIDENTE

1. Tive a sorte e o privilégio de ter nascido no berço da civilização ocidental, a mais extraodinária criação da humanidade, nunca suplantada por qualquer outra. Por isso, e em primeiro lugar, cumpre-me agradecer aos nossos antepassados a maravilhosa herança que nos legaram, em todos os domínios da actividade humana, seja na esfera espiritual dos princípios e dos valores, seja no plano tangível do bem material. O fulgor rutilante dos fastos da civilização ocidental é inexprimível. Bondará, no entanto, singularizar alguns factos históricos iniludíveis, para esboçar e prelibar a sublimidade da civilização a que me orgulho de pertencer:
a. Foi o génio do Ocidente que iluminou o pensamento e o conhecimento, e a ele se deve o fantástico progresso técnico-científico de que toda a humanidade actualmente beneficia;
b. Foi no Ocidente que se fundaram as mais antigas Universidades do mundo, que iluminaram o pensamento, a palavra escrita, a pesquisa e a invenção. Continuam a ser faróis do espírito e fonte de sabedoria.
c. Foram os povos ocidentais que desenvolveram os meios de comércio mais bem sucedidos no mundo, incluindo o livre fluxo de capitais. Este sistema de capitalismo de mercado tirou mais de mil milhões de pessoas da pobreza extrema só no século XXI, até ao presente.
d. Foi no Ocidente que floresceu o princípio da representatividade democrática e vicejou a liberdade política, de pensamento, de expressão e de consciência, se edificaram os códigos dos direitos humanos, e se sagrou o primado da dignidade do ser humano, à luz da mensagem cristã.
e. O Ocidente brindou o mundo com realizações culturais prodigiosas e imorredouras, na literatura, nas artes, com apogeu nas deslumbrantes catedrais, na escultura, na pintura, na música, etc..
f. Os povos do Ocidente, e aqui cabe glorificar a gesta heróica lusitana, descobriram o mundo, novas paragens, novas gentes, novas culturas, entrelaçando deste modo laços espirituais e materiais entre todos os seres humanos do planeta.
g. Se dúvidas restassem sobre a grandeza e a riqueza da civilização ocidental, caberia perguntar: para onde se dirigem os crescentes fluxos migratórios que diariamente testemunhamos? Não se dirigem para a China, ou Rússia, ou Ásia, ou África, mas sim, esmagadoramente, para o mundo ocidental, designadamente para a América do Norte, Canadá, Grã-Bretanha, Austrália e União Europeia.
2. Acontece que esta nossa civilização ocidental foi invadida, como no passado, pelos bárbaros da modernidade. Assiste-se presentemente a uma guerra cultural entre os que defendem ardorosamente os ideais e os valores do Ocidente, e os que visam o seu desmoronamento. Por complexo freudiano, por inveja, por ressentimento, por ignorância, por fanatismo ou por imbecilidade, esses bárbaros, nascidos ou recolhidos na civilização ocidental, ruminam e conjuram tendo em mira a demonização do ocidente, a derrocada dos seus alicerces e das suas muralhas, o desmantelo das suas fundações espirituais e culturais. A alternativa que esta gente oferece é a desconstrução e o vazio. A investida chega a atingir paroxismos mórbidos. Falar das épocas de glória do Ocidente, é reaccionário e colonialista; falar dos defeitos de outras culturas, é discurso de ódio.
3. Estas criaturas, maioritariamente da tribo do politicamente correcto, lembram os prisioneiros da alegoria da caverna de Platão. Aprisionados em coletes de forças de verdades e de certezas por outros proclamadas, e sem tentar ir ao encontro de um sentido racional da vida, desprezando a leitura, o pensamento e a reflexão, sucumbem às sombras da parede e aos ecos na caverna, que são ideias pré-estabelecidas, doutrinas menticidas e estereotipadas, falácias, fabulações e opiniões alheias que têm por verdadeiras. Confundem a ilusão com a realidade. Aceitam sem confutar a alogia, o monoideísmo, o relativismo e o niilismo. E acabam por experimentar um sentimento de instabilidade, de insegurança, de vazio, de indiferença e de tédio, que tantas vezes culmina na verrina, na insídia, na agressividade, na lascívia, na podridão moral, ou na servidão. E noutros casos, no autismo, na alienação, na soledade, na ansiedade existencial, e em desordens psicológicas e comportamentais. O obscurantismo cultural é a razão seminal desta ecopatia e deste fanatismo, num intermúndio sem luz, caliginoso e sem sentido.
Como sucede no mito de Platão, muitos, felizmente, com centelha e talento, conseguem libertar-se das grilhetas que os manietavam, e fugir da escravidão, porque decidiram trepar na vereda da cultura para ver o Sol brilhar, que na visão esplendorosa de Platão corresponde também ao Bem. Não se acomodam à mendácia subterrânea, nem ao açamo e retrogressão obscurantista, nem à morbidez do vazio, nem à destruição universalizada da cultura e da palavra, porque tentam responder ao grande poeta Alexander Pope, quando sublinha que «a questão filosófica última é o lugar do homem no mundo». Estou absolutamente convicto de que esta guerra cultural vai terminar com a vitória incontestável da civilização ocidental. Porque os prisioneiros da caverna de Platão vão-se libertando progressivamente das trevas, em busca da luz