segunda-feira, 18 de julho de 2022

 O capataz e a sobrinha

Eu sou o capataz,

Tu és a minha sobrinha,

Aquele que nos fizer frente,

Vai ter negra a vidinha.

I – Por onde tenho passado,

A categoria é um posto,

Não pela importância,

Mas pelo poder imposto,

Sempre com arrogância,

Do nascer ao sol-posto,

Para agradar ao patrão,

Trago na barriga o rei assaz,

Exerço o poder então,

Eu sou o capataz.

II – Tudo anda a toque de caixa,

Com aquele mandão,

Familiar cara bonita,

Para fazer a excepção,

Nela tudo é catita,

Esteja certo ou não,

Ele não se precipita,

Abeira-se da cantarinha,

Dela bebe uma gotita,

Tu és a minha sobrinha.

 

 

 

III – Em dupla somos mais fortes,

Nisso tenho a certeza,

Tu alias-te a mim,

Seremos dois em dureza,

Duros até ao fim,

Ninguém vence com moleza,

O poder será nosso,

O patrão está ausente,

Irá ter problemas,

Aquele que nos fizer frente.

IV – Pós e contras pesados,

Positivo é o resultado,

Deste conluio eficaz,

Entre tu bem parecida,

E eu experiente capataz,

Tudo dá certo na vida,

As ordens todos acatam verás,

Disso tenho a certezinha,

Aquele que nos desobedecer,

Vai ter negra a vidinha.

 

Rio de Mouro, 04-07.2022

Francisco Parreira

Sem comentários:

Enviar um comentário