segunda-feira, 11 de maio de 2020


#Esperança #
Era rapaz, inexperiente jovem.
Idade do amor e esperança,
Sem futuro nem liberdade,
Muito menos confiança.
Não podia juntar amigos,
 As câmaras não nos espiavam,
Tínhamos olhos inimigos,
Que os paços nos vigiavam.
Sempre disponíveis e prestáveis,
As nossas conversas ouviam,
Sem nos apercebermos,
O cerco assim nos faziam.
A altas horas da noite,
Por desconhecidos acordados,
Sem quaisquer explicações,
Eramos encarcerados.
Tudo bem preparado,
Na mira a eleição
Do candidato indicado,
Para a farsa e ilusão.
Já durante a campanha,
Sem qualquer fiscalização.
Os ajuntamentos proibidos,
Vinha logo a repressão. 
Vinha de qualquer lado,
Tudo era confusão,
Tudo tinha que andar alerta,
Para não ir para a prisão.
De atalaia e aprumados,
Íamos olhando em frente,
Íamos imaginando e vendo
O candidato Arlindo Vicente.
Mas toda a esperançados,
Estava ali ao lado,
Para aí olhávamos,
Víamos Humberto Delgado.
Olhando lá para trás,
Víamos Américo Tomás,
Para cima ninguém queria olhar,
Porque aí víamos o Salazar.

Rio de Mouro 11-05-20,
Francisco parreira.

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