#Esperança #
Era rapaz, inexperiente jovem.
Idade do
amor e esperança,
Sem futuro
nem liberdade,
Muito menos
confiança.
Não podia
juntar amigos,
As câmaras não nos espiavam,
Tínhamos olhos
inimigos,
Que os paços
nos vigiavam.
Sempre disponíveis
e prestáveis,
As nossas
conversas ouviam,
Sem nos
apercebermos,
O cerco
assim nos faziam.
A altas
horas da noite,
Por desconhecidos
acordados,
Sem quaisquer
explicações,
Eramos encarcerados.
Tudo bem
preparado,
Na mira a
eleição
Do candidato
indicado,
Para a farsa
e ilusão.
Já durante a
campanha,
Sem qualquer
fiscalização.
Os ajuntamentos
proibidos,
Vinha logo a
repressão.
Vinha de
qualquer lado,
Tudo era
confusão,
Tudo tinha
que andar alerta,
Para não ir
para a prisão.
De atalaia e
aprumados,
Íamos olhando
em frente,
Íamos imaginando
e vendo
O candidato
Arlindo Vicente.
Mas toda a esperançados,
Estava ali
ao lado,
Para aí olhávamos,
Víamos Humberto
Delgado.
Olhando lá
para trás,
Víamos Américo
Tomás,
Para cima
ninguém queria olhar,
Porque aí víamos
o Salazar.
Rio de Mouro
11-05-20,
Francisco
parreira.