terça-feira, 12 de maio de 2020

==Andorinha==
Andorinha chegaste,
Os insectos que se cuidem,
És das poucas aves,
Que se alimentam a voar,
Como gostas do calor,
Vens aqui nidificar,
Na Primavera chegas laboriosa,
Começas a trabalhar,
No bico trazes o barra,
O ninho vais edificar,
Onde depositas os ovos,
Para tua prol criar,
Na Primavera e Verão,
O frio do Inverno está a chegar,
Os filhos estão criados,
Está na hora de abalar,
Terras mais quentes procurar.
Rio de Mouro, 12-05-20
Francisco Parreira.

segunda-feira, 11 de maio de 2020


#Esperança #
Era rapaz, inexperiente jovem.
Idade do amor e esperança,
Sem futuro nem liberdade,
Muito menos confiança.
Não podia juntar amigos,
 As câmaras não nos espiavam,
Tínhamos olhos inimigos,
Que os paços nos vigiavam.
Sempre disponíveis e prestáveis,
As nossas conversas ouviam,
Sem nos apercebermos,
O cerco assim nos faziam.
A altas horas da noite,
Por desconhecidos acordados,
Sem quaisquer explicações,
Eramos encarcerados.
Tudo bem preparado,
Na mira a eleição
Do candidato indicado,
Para a farsa e ilusão.
Já durante a campanha,
Sem qualquer fiscalização.
Os ajuntamentos proibidos,
Vinha logo a repressão. 
Vinha de qualquer lado,
Tudo era confusão,
Tudo tinha que andar alerta,
Para não ir para a prisão.
De atalaia e aprumados,
Íamos olhando em frente,
Íamos imaginando e vendo
O candidato Arlindo Vicente.
Mas toda a esperançados,
Estava ali ao lado,
Para aí olhávamos,
Víamos Humberto Delgado.
Olhando lá para trás,
Víamos Américo Tomás,
Para cima ninguém queria olhar,
Porque aí víamos o Salazar.

Rio de Mouro 11-05-20,
Francisco parreira.

terça-feira, 5 de maio de 2020

#13 de Maio #
Nesta data santificada,
Foi na Cova da Iria,
Pela primeira vez,
Um raio de luz (ilusão) aparecia,
Na copa da azinheira,
Quando ela florescia,
Lá andavam os pastorinhos,
 A apascentar o rebanho naquele dia,
Para o susto não ganharam,
Com o que na árvore se via,
Até à próxima aldeia,
Foi uma louca correria,
Para contarem aos mais velhos,
O que a luz dizia,
O senhor padre quis saber,
Da boca deles ouvia,
Interessado quis ir ver,
Estava ele intrigado?
Lá foi com a multidão,
No dia que fora indicado,
Lá virão o - raio de luz- clarão,
Sem averiguarem a origem,
Era uma aparição,
A igreja estava ciosa,
Iniciou a oração,


Na redondeza a notícia espalhada,
Espevitou a população,
Que não deixou mais o terreiro,
Hoje acolhe a multidão
De todo o mundo oriunda,
Fazendo peregrinação.

Rio de Mouro – 05-05-20
Francisco Parreira-

sábado, 2 de maio de 2020

--Universo--

Tu és a água do mar,
Tu és a terra e a floresta,
Tu és o ar que respiramos,
Tu és tudo o que mais resta,
Tu és frio, és calor,
Tu és o sol que nos aquece,
Tu és tudo quanto nós vemos,
Que no cosmos aparece,
Tu és a sociedade,
Hoje em degradação,
Por ela és mal tratada,
Sofres com a poluição,
Tu és incomensurável,
De desconhecida dimensão,
Tuas medidas não se sabem
E tarde se saberão.

 Rio de Mouro 02-05-20
Francisco Parreira.