sábado, 14 de março de 2020

** E F E I T O   D O   A S S É D I O **
Nesta avançada época tecnológica em que a palavra “ Assédio “ faz parte do nosso vocabulário quotidiano, martelado insistentemente através dos órgãos de informação públicos e privados.
Atendamos ao “assédio televisivo” constante e irritante, dirigido aos espectadores, persuadindo-os a gastar os seus trocos em todo o tipo de maroscas, algumas nem chegamos a saber ao certo o fim que tiveram na sua totalidade, outra as raspadinhas, que tem tido um aumento desmesurado nas vendas, ou ainda as artificiosas e irritantes, por tanta insistência, as enganosas chamadas telefónicas.
Estes trocos hoje assim assediados eram os que os portugueses utilizavam para comprar livros e jornais, que eram vistos em escaparates e bancas, em qualquer esquina, onde eram vendidos, sendo os jornais também apregoados e vendidos pelos  Ardinas, profissão em declínio ou mesmo já desaparecida nos centros urbanos.
Os livros editados em papel, aqueles que nos davam o prazer de ao folheá-los ouvir aquele som característico do papel, encontram-se agora em grandes livrarias ou em feiras com esse fim “ feiras do livro “. Não nos devemos esquecer que transportamos na mão ou no bolso bibliotecas completas e de todo o mundo.
Os jornais estão em queda constante de vendas, muitos deles já desaparecidos. Hoje para comprar certos jornais em papel, temos muitas vezes que percorrer alguns quilómetros.
Há livros e jornais que escasseiam, quase passaram à história, e, agora embelezam estantes e prateleiras de museus.
Todos estes factores e muitos mais contribuíram para o decréscimo da leitura em papel.
Faz assim para mim todo o sentido, estarmos aqui reunidos nesta sala, no dia Mundial da Poesia, comemorando-o, lendo os nossos textos ou poemas, em paz e sossego, sem estarmos a escutar aquelas irritantes sugestões a que chamo assédio.
Tal como era aceitável e justo, lermos textos ou poemas, dos bons escritores e poetas, que tivemos e temos, nascidos neste Rectângulo Lusitano, pelo Oceano Atlântico banhado, que hoje estão reconhecidos e espalhados, por todo o mundo cada vez mais global.
Rio de Mouro, 03-03-2020  - Francisco Parreira.
PS – Não lido no dia próprio, por cancelamento do evento- causa Coronavirus.

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