** E F E I T O D
O A S S É D I O **
Nesta
avançada época tecnológica em que a palavra “ Assédio “ faz parte do nosso
vocabulário quotidiano, martelado insistentemente através dos órgãos de
informação públicos e privados.
Atendamos ao
“assédio televisivo” constante e irritante, dirigido aos espectadores,
persuadindo-os a gastar os seus trocos em todo o tipo de maroscas, algumas nem
chegamos a saber ao certo o fim que tiveram na sua totalidade, outra as
raspadinhas, que tem tido um aumento desmesurado nas vendas, ou ainda as
artificiosas e irritantes, por tanta insistência, as enganosas chamadas
telefónicas.
Estes trocos
hoje assim assediados eram os que os portugueses utilizavam para comprar livros
e jornais, que eram vistos em escaparates e bancas, em qualquer esquina, onde
eram vendidos, sendo os jornais também apregoados e vendidos pelos Ardinas, profissão em declínio ou mesmo já
desaparecida nos centros urbanos.
Os livros
editados em papel, aqueles que nos davam o prazer de ao folheá-los ouvir aquele
som característico do papel, encontram-se agora em grandes livrarias ou em
feiras com esse fim “ feiras do livro “. Não nos devemos esquecer que
transportamos na mão ou no bolso bibliotecas completas e de todo o mundo.
Os jornais
estão em queda constante de vendas, muitos deles já desaparecidos. Hoje para
comprar certos jornais em papel, temos muitas vezes que percorrer alguns
quilómetros.
Há livros e
jornais que escasseiam, quase passaram à história, e, agora embelezam estantes
e prateleiras de museus.
Todos estes
factores e muitos mais contribuíram para o decréscimo da leitura em papel.
Faz assim
para mim todo o sentido, estarmos aqui reunidos nesta sala, no dia Mundial da
Poesia, comemorando-o, lendo os nossos textos ou poemas, em paz e sossego, sem
estarmos a escutar aquelas irritantes sugestões a que chamo assédio.
Tal como era
aceitável e justo, lermos textos ou poemas, dos bons escritores e poetas, que
tivemos e temos, nascidos neste Rectângulo Lusitano, pelo Oceano Atlântico
banhado, que hoje estão reconhecidos e espalhados, por todo o mundo cada vez
mais global.
Rio de
Mouro, 03-03-2020 - Francisco Parreira.
PS – Não lido no dia próprio, por cancelamento do
evento- causa Coronavirus.
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