segunda-feira, 30 de março de 2020


Comunicação social
 -Parece estar senil,
A comunicação social,
Tantos assuntos esqueceu,
Neste mundo real.
 -Esqueceu faixa de Gaza e palestina,
Onde deviam ser demolidos,
Para a zona entrar em paz,
Colonatos lá construidos.
 -Esqueceu Joan Gaido
Usurpador de poder,
Para Assembleia eleito,
Mas presidente exige ser.
 -Esqueceu o Maduro,
A ferro e fogo no poleiro,
Com a miséria que cria,
Contestado no mundo inteiro.
 -Esqueceu refugiados,
Vindos de toda a parte,
Ou será que os conteve,
Com um pouco de engenho e arte.
 -Esqueceu o Daesh,
Incubadora de terroristas,
Enviados para todo o mundo,
Para tentar suas conquistas.
 -Esqueceu os taliban,
Guerrilha bem artilhada,
Em terras do Médio Oriente,
Em muitos países espalhada.
 -Esqueceu a Coreia do Morte,
E as armas nucleares,
Não faz mal, tantos as tem.
Para tudo ir pelos ares.
 -esqueceu o brexit,
Que tanta celeuma criou,
Ou já chegaram a acordo,
E tudo na mesma ficou.
 -A base é o coronavírus,
Todos com ele preocupados,
Sendo uma pandemia,
Agravam-se os resultados.
 -Em todos os órgãos vigentes,
Há distorcida informação,
Para escolher a melhor,
Requer muita atenção.
 -Para casa foram mandados,
Para repouso e atalaia,
Tenho pena reconheço,   
Não podemos ir para a gandaia.

Rio de Mouro, 30-03-20
Francisco Parreira.

domingo, 29 de março de 2020

A peia --
Seu nome científico Coronavírus
Esta peia que nos peia,
Para em casa nos manter,
Quanto tempo se demora,
Ninguém nos sabe dizer,
Quando chegou sabemos,
Estamos todos a sofrer,
Todo o mundo invadiu,
Por onde já passou,
Foi aquilo que se viu,
Pega criança, jovem e idoso,
Tudo contagia sem excepção,
Estar em casa no repouso,
É estar a sofrer,
Sala varanda, varanda sala,
É osso mau de roer.
Rio de Mouro, 29-03-20- Francisco Parreira

sexta-feira, 27 de março de 2020

Invasão
Por chineses invadidos,
Vieram de mansinho,
Com o que era vendável,
Abriram o caminho.

Tudo tinha baixo custo,
Para nos aliciar,
Ignorávamos a qualidade,
Pelo preço a pagar.

Sem rijas barreiras,
Abriram-lhes o mercado,
Compraram prédios e empresas,
Sem limite estipulado.

Sempre bem-vindo,
O capital cá aplicado,
Uma moeda limpa,
Não era dinheiro lavado.

Passaram-nos uma rasteira,
Ao ganharem confiança,
Criaram e exportaram para o mundo,
Uma infecciosa doença. 

Todo o mundo está à nora,
Para tratar a maldita,
Vão-lhes comprar agora,
Tudo o que se necessita.

Mascaras, fatos, luvas e ventiladores,
De qualidades duvidosas,
Vem a conta-gotas,
Pagas ao preço de pedras preciosas.

Seu contágio é de alto risco,
Contagia sem excepção,
Humanos ricos ou pobres,
Até no aperto de mão.

Tem que ser respeitadas,
As precauções a tomar,
Para que tudo corra bem,
Ela não nos agarrar.

Chama-se Coronavírus,
De COVID 19 apelidada,
De milhares de mortes,
Ela já é a culpada.

Rio de Mouro,27-03-2020 Francisco Parreira.

domingo, 22 de março de 2020


O meu trabalho de casa, esta tarde.
Descrição
Aqui onde estou sentado,
Olhando sempre em frente,
Vejo espaços relvados,
Vejo emproadas senhoras,
Com seus animais objectos,
Olhando para todo o lado,
Sem recolher os dejectos,
Vejo carros as dezenas,
Vejo casas (obras) de vários arquitectos,
Dos mais variados vultos,
Algumas com maus aspectos,
Vejo terrenos incultos,
Espraiando mais o olhar,
Vejo na serra beleza,
Coberta de árvores e penedos,
Coisas da mãe natureza,
Vejo a conspurcar a paisagem,
Vejo algo sem beleza,
As necessárias antenas,
Naquele velho castelo,
Vejo algumas muralhas,
Vejo aquele lindo e belo,
Palácio da Pena,
Fogoso e importante,
Já foi real moradia, 
Aquele regalo para a vista,
No tempo da monarquia,
Agora nesta República,
Mudaste de actividade,
És museu, és Palácio,
Nisso tens vaidade,
Queres ser visitado,
Muitos o vão fazendo,
Ninguém vem decepcionado,
Em teu redor tudo é visível,
No cimo da serra hasteado.
22-03-2020 - Francisco Parreira

sábado, 21 de março de 2020


Encontro de poetas 2020

Palavras soltas
Neste meu aniversário,
Lindas palavras recebi,
Não levem a mal,
Nem a todos respondi,
O que se passou ao certo,
Inexperiência talvez não percebi,
O smartphone trancou,
O rato caiu ao chão,
Pisei-lhe o rabo chiou,
Como recompensa tive,
A trabalhar se recusou,
Me perdoem a gafe,
Aqueles a quem a resposta faltou,
A amigo que é amigo,
Não faço distinção,
Todos tem um cantinho,
Neste velho coração.
Rio de Mouro – 20-03-2020
Francisco Parreira

sexta-feira, 20 de março de 2020

 CARTA DA DRA MARISA DURANTE A QUARENTENA -  Ninguém disse que ia ser fácil… e sabemos que não vai ser…
Mas este novo tempo deve trazer-nos ainda mais confiança, solidariedade e amor…
O Mundo parou… como pararam as pessoas no mundo…
De um dia para o outro fomos aconselhados a não dar beijinhos nem abraços… precisamos de distanciamento social… mas conseguimos ultrapassar isso inventando cumprimentos e saudações…
De um dia para o outro as redes sociais passaram a ligar-nos num tempo em que afirmávamos que nos distanciavam…
De um dia para o outro… tivemos que ficar em casa… e embora às vezes não seja fácil… demos conta da riqueza que temos… por ter casa…
De um dia para o outro passámos a ter tempo… quando já não tínhamos tempo para nada…
De um dia para o outro o individualismo que dominava o comportamento humano e o mundo transformou-se em união… percebemos que somos todos um…
De um dia para o outro percebemos que os planos que fazíamos a longo prazo e que não nos deixavam viver o presente… ficaram por fazer…
De um dia para o outro fomos obrigados a arranjar novas formas de trabalho para não deixarmos sós as pessoas para quem estivemos sempre…
De um dia para o outro o contacto diário, os beijos, os abraços, os sorrisos, os olhares deixaram de ser presenciais e físicos…
Tivemos que reaprender a estar juntos… e vamos continuar a aprender…
O Facebook tem-se tornado um bom aliado naquilo que é o nosso objectivo principal… nunca vos faltarmos…
E é por isso que temos estado convosco desde o primeiro dia que fechamos a universidade… para vos continuarmos a amparar e para que vocês nos amparem também…
Mais uma vez mostramos a nossa união e amor… alunos e professores têm tentado adaptar-se a um novo tempo… sem tempo para aprender… arregaçamos as mangas e seguimos… seguimos juntos… sempre juntos.
Neste novo tempo que não deu espaço a aprendizagem quisemos estar convosco e fazer destes dias, dias menos tristes e menos solitários…
Fazemos vídeo chamadas, aulas em DIRECTO, actividades lúdicas e cognitivas, vídeos… e até temos uma rádio…
Fazemos isto por e para vocês…
Aos nossos alunos que não têm computador, nem Facebook tenho enviado mensagens e feito telefonemas… estamos juntos…
Não sabemos quanto tempo tudo isto vai durar, mas prometemos que estaremos aqui sempre…
Obrigada por nos escolherem…
Obrigada por continuarem ai…
Obrigada por serem USCARM…
Não se esqueçam "Vai ficar tudo bem"
ESPANTALHOS
Cada um faz o seu,
De modelos variados,
Reciclando produtos,
Já inutilizados.

Um pouco de trabalho,
Alguma imaginação,
Cada um faz o que pode,
Com aquilo que tem à mão.

Depois da obra acabada,
Coloca-se no lugar,
Sua finalidade,
É ladrões afastar.

Os primeiros avistamentos,
Produzem o efeito esperado,
Logo o saque continua,
Pouco tempo passado.

Por mais perfeito que sejam,
Muito bem acabados,
Não há espantalhos eficazes,
Para ladrões esfomeados.
Rio de Mouro -20-03-2020. Francisco Parreira.

quinta-feira, 19 de março de 2020

 Alentejo- Amareleja
 Nã venham pó Alentejo
Tô escrevendo aqui no monti
Um poema pós de fora
Viver aqui na presta
Vã-se mas é daqui embora.
As notis aqui sã frias
Nã aguentas nem que te mates
3 mantas Nã te chegam
Até arreganha a pele dos tomates.
Os dias aqui sã tã quentes
As vezes até falta o ari
50 graus n' amarleja
Nem na rua podemos andari.
Na temos aventoinhas
Com o calor nã se pode.
Os velhos usam samarra
E as velhas têm bigode
Querem vir pá cá morari
Nem sabem a bicheza que há aqui
Gato bravo e Saca-rabos
Raposas e javali.
As 5 da manhã tamos-se álevantar
Pa monde ir ver do gado
Nem imaginam o que é Andar
com um pé todo cagado.
Na temos carro de praça
Nem sequer internet
Uns andam aqui a pé
Os outros na biciclete.
Nã temos praia perto,
e só se bebe aqui bagaço
Os sapos aqui sã tã grandes
Espetam com cada cagaço...
As casas nã têm luz
E lume é no chão
O gerador só faz barulho
Pá gente ver a tlevisão
Já dizia a outra porca
É nos montis ca gente móra.
Como já viram, isto na presta
Vã-se mas é daqui embora.
Se antes era deserto
Agora continua a ser
Nem os queremos aqui tã perto
Nem os queremos aqui a viver.
Podem vir visitar
Mas venham noutra altura
Deixem se aí ficar
Enquanto está merda dura

Transcrito da página de António Chora
19-o3-2020

terça-feira, 17 de março de 2020


C O V I D - 1 9
És negrume invisível,
Coronavírus monstruoso,
Pelo mundo disseminado,
Adamastor tenebroso.

Chegaste sem avisar,
Sem dares visíveis sinais,
Vieste assim de mansinho,
Fugiste aos irracionais,

Deixaste o portador,
Não o suportaste mais,
Procuraste novo hospedeiro,
Nestes seres racionais.

De todo o mundo,
És cruel inimigo,
Assustador e medonho,
Ninguém quer viver contigo.

És a doença, és a morte,
Espelhada por todos os lados,
Mesmo que queiramos fugir,
Por ti estamos cercados.


É difícil resistir
Ao teu ataque feroz,
Ganhaste asas voas rápido,
O teu contágio é veloz.

Quando irás acalmar,
Se a todos tu enganas,
Ninguém o pode prever,
Deixas tudo de pantanas.


Rio de Mouro - 17-03-2020
 Francisco Parreira

domingo, 15 de março de 2020

DEUS CRIOU O BURRO E DISSE:'Serás Burro, Trabalharás incansavelmente de sol a sol, carregando fardo nos lombos. Comerás capim , não terás inteligência alguma, viverás 60 ANOS.
SERÁS BURRO. O BURRO RESPONDEU:
'Serei Burro, mas viver 60 ANOS é muito, Senhor dá-me apenas 30 ANOS'.
Deus lhe deu 30 ANOS.


DEUS CRIOU O CACHORRO E DISSE:
'Serás Cachorro, vigiarás a casa dos homens e serás seu melhor amigo, comerás os ossos que ele te jogar, viverás 20 ANOS.
SERÁS CACHORRO.
O CACHORRO RESPONDEU: 'Senhor, comerei ossos, mas viver 20 ANOS é muito, Senhor. Dá-me 10 ANOS.
Deus lhe deu 10 ANOS. 

DEUS CRIOU O MACACO E DISSE:'Serás Macaco, pularás de galho em galho, fazendo macaquices, serás divertido e viverás 20 ANOS.
SERÁS MACACO.
O MACACO RESPONDEU: 'Senhor, farei macaquices engraçadas, mas viver 20 ANOS é muito, dá-me  apenas 10 ANOS'.
Deus lhe deu 10 ANOS. 
 
DEUS CRIOU O HOMEM E DISSE:'Serás homem, o único ser racional sobre a face da Terra, usarás tua inteligência para te sobrepores aos demais animais e à Natureza. Dominarás o Mundo e viverás 30 ANOS. O HOMEM RESPONDEU:
'Senhor, serei Homem o mais inteligente dos animais, mas viver 30 ANOS é muito pouco, Senhor dá-me os 30 ANOS que o BURRO rejeitou, os 10 ANOS que o CACHORRO não quis e também os 10 ANOS que o MACACO dispensou.

E ASSIM DEUS FEZ O HOMEM:
Está bem... Viverás 30 ANOS como homem. Casarás e passarás a viver 30 ANOS como BURRO, trabalhando para pagar as contas e carregando fardos. Serás aposentado pela Centro Nacional de Pensões) viverás 10 ANOS como CACHORRO, vigiando a casa.

E depois ficarás velho e viverás mais 10 ANOS como MACACO, pulando de casa em casa, de um filho para outro, fazendo macaquices para divertir os NETOS..

sábado, 14 de março de 2020

= S I N T R A =
Sintra és uma perola,
De madrepérola formada,
Irreverente e teimosa,
Dentro de ostra dourada criada,
Impossível a separação,
À dura rocha agarrada,
Para suportares a pressão,
 Nela ficaste alapada,
Procurando a protecção,
Quando o mar recuou,
Foi a tua salvação,
Rija como o penedo,
Vives em liberdade,
Cresces assim sem medo,
Enfrentando a natureza,
No meio do denso arvoredo,
Criando tua beleza,
O mar teus pés beijando,
Sem qualquer tibieza,
Lá os vais chapinhando,
Trocam olhares de alegria,
Ele sorrindo, tu cantando,
Sem qualquer embaraço,
Vivem vosso dia-a-dia,
Àqueles que vos visitam,
Revigoram a energia,
O homem também colaborou,
Para tão nobre mudança,
Agora que ganhas prémios,
Mantem essa pujança,
Para ganhares muitos mais,
Essa é a nossa esperança.

Rio de Mouro 29-02-2020
Francisco Parreira.
** E F E I T O   D O   A S S É D I O **
Nesta avançada época tecnológica em que a palavra “ Assédio “ faz parte do nosso vocabulário quotidiano, martelado insistentemente através dos órgãos de informação públicos e privados.
Atendamos ao “assédio televisivo” constante e irritante, dirigido aos espectadores, persuadindo-os a gastar os seus trocos em todo o tipo de maroscas, algumas nem chegamos a saber ao certo o fim que tiveram na sua totalidade, outra as raspadinhas, que tem tido um aumento desmesurado nas vendas, ou ainda as artificiosas e irritantes, por tanta insistência, as enganosas chamadas telefónicas.
Estes trocos hoje assim assediados eram os que os portugueses utilizavam para comprar livros e jornais, que eram vistos em escaparates e bancas, em qualquer esquina, onde eram vendidos, sendo os jornais também apregoados e vendidos pelos  Ardinas, profissão em declínio ou mesmo já desaparecida nos centros urbanos.
Os livros editados em papel, aqueles que nos davam o prazer de ao folheá-los ouvir aquele som característico do papel, encontram-se agora em grandes livrarias ou em feiras com esse fim “ feiras do livro “. Não nos devemos esquecer que transportamos na mão ou no bolso bibliotecas completas e de todo o mundo.
Os jornais estão em queda constante de vendas, muitos deles já desaparecidos. Hoje para comprar certos jornais em papel, temos muitas vezes que percorrer alguns quilómetros.
Há livros e jornais que escasseiam, quase passaram à história, e, agora embelezam estantes e prateleiras de museus.
Todos estes factores e muitos mais contribuíram para o decréscimo da leitura em papel.
Faz assim para mim todo o sentido, estarmos aqui reunidos nesta sala, no dia Mundial da Poesia, comemorando-o, lendo os nossos textos ou poemas, em paz e sossego, sem estarmos a escutar aquelas irritantes sugestões a que chamo assédio.
Tal como era aceitável e justo, lermos textos ou poemas, dos bons escritores e poetas, que tivemos e temos, nascidos neste Rectângulo Lusitano, pelo Oceano Atlântico banhado, que hoje estão reconhecidos e espalhados, por todo o mundo cada vez mais global.
Rio de Mouro, 03-03-2020  - Francisco Parreira.
PS – Não lido no dia próprio, por cancelamento do evento- causa Coronavirus.