quarta-feira, 29 de maio de 2019

USCARM 2019
Vim à festa da USCARM,
À festa de despedida,
Comer, beber e dançar
Arejar a minha vida.
Vesti um lindo vestido
Usei batom, pó de carmim
Para festejar com sentido
Um amor firme, sem fim.
Bebi, comi e dancei
E brinquei com os amigos,
Para o ano não se sabe,
O tempo traz muitos perigos.
No rosto tenho alegria
No corpo tenho canções,
Era mesmo o que queria,
Na alma ter emoções.
Venho celebrar o dia
Que a minha vida mudou,
Não era assim que eu vivia
Mas a USCARM, isso alterou.
Para o ano cá estaremos,
Com a mesma devoção,
Dançaremos, cantaremos,
Com amor no coração.
Para animar a viagem
E apanhar uma aragem,
fizemos uma paragem,
Nossos artistas cantaram.
Todos coesos somos muitos
Ainda a querer aprender,
Que só assim todos juntos
Vamos viver e vencer,
Porque parar é morrer!
Alcina viegas
28-05-2019

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Maio 1965
Era Domingo, a manhã estava linda, a viagem entre Montijo e Sete Rios – Lisboa, decorria bem aquele jovem de vinte e um anos, como era costume aos fins-de- semana, Pouquíssima gente na rua, estava na hora das missas.
Quando ao chegar à Praça do Chile o eléctrico abrandou o andamento, para à direita seguir pela Morais Soares em direcção ao Alto de São João, aquele jovem saltou e correu para atravessar a Praça, para o outro lado, onde apanharia outro eléctrico, foi tão rápido o cerco que quase não teve tempo de respirar, não imaginava ele ser possível e de onde tinham saído tantos policias, de fato escuro e viseira, para o cercarem, em cerco tão cerrado, que nada se via para fora, tendo pelo menos os da frente, as armas em punho. De entre eles saiu um graduado, com uma pistola no coldre, eles recuaram um pouco, começou o interrogatório, em pleno centro do antigo cruzamento dos eléctricos na Praça co Chile. De onde vens? Para onde ias? Não lhe perguntou para onde vais, frisou bem, para onde ias, enfim um sem número de perguntas, algumas delas sem qualquer nexo, tardiamente a pergunta, o que fazes? Tens identificação? O jovem pediu licença, meteu a mão ao bolso, tirou o cartão que o identificava, como funcionário público judicial, tendo-o entregue ao referido graduado, que o mirou e remirou vezes sem conta. Ordenou que baixassem as armas, cumprimentou-o com uma continência e devolveu-lhe o cartão.
Com uma lamechice sem nexo, pediu-lhe que subisse até à rua Manuel da Maia e aí apanhasse então o eléctrico seguinte.
Tanto aquele jovem como todos os passageiros que naquela paragem aguardavam o eléctrico, ficaram a ser vigiados pelo polícia, a quem ele ordenara que acompanhasse, por ali os movimentos do jovem, mas no lado oposto da rua, assim subiram os dois até à rua Manuel da Maia, o mesmo esteve visível, pelo menos até todos entrarem no eléctrico e o mesmo seguir viagem.
Da parte da tarde, aquele jovem teve conhecimento que os estudantes do ( IST ) Instituto Superior Técnico, ali pertinho  tinham convocado uma concentração, sem especificar o local, então todos os locais possíveis estavam policialmente vigiados.
 02- 05 -19 Francisco Parreira.