quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Assunto: Num banco em Beja - Bom dia, ê queria alevantar 50 êros - Aqui no balcão só a partir de 200 euros. Tem de ir ao multibanco - Mas ê na sê trabalhar com aquela máquina... - Então tem de vir outro dia e o meu colega ensina-o - Está bem, atão queria levantar 200 êros - Aqui estão. Deseja fazer mais alguma operação? - Sim. Quero depositar 150 êros PS: Para tornear este "atendimento personalizado" é preciso ser-se "ALENTEJANO DE GEMA"

sábado, 17 de novembro de 2018

Lisboa já tem sol mas cheira a lua Quando nasce a madrugada sorrateira E o primeiro eléctrico da rua Faz coro com as chinelas da ribeira Se chove cheira a terra prometida Procissões têm o cheiro a rosmaninho Nas tascas da viela mais escondida Cheira a iscas com elas e a vinho Um cravo numa água furtada Cheira bem, cheira a lisboa Uma rosa a florir na tapada Cheira bem, cheira a lisboa A fragata que se ergue na proa A varina que teima em passar Cheiram bem porque são de lisboa Lisboa tem cheiro de flores e de mar Cheira bem, cheira a lisboa A fragata que se ergue na proa A varina que teima em passar Cheiram bem porque são de lisboa Lisboa tem cheiro de flores e de mar Lisboa cheira aos cafés do rossio E o fado cheira sempre a solidão Cheira a castanha assada se está frio Cheira a fruta madura quando é verão Teus lábios têm o cheiro de um sorriso Manjerico tem o cheiro de cantigas E os rapazes perdem o juízo Quando lhes dá o cheiro a raparigas Cheira bem, cheira a lisboa A fragata que se ergue na proa A varina que teima em passar Cheiram bem porque são de lisboa Lisboa tem cheiro de flores e de mar

domingo, 11 de novembro de 2018

Rimas para dois Ó! Estás aqui trigueirinha? Muito gosto em te encontrar, Tempo há não te via, Para contigo despicar. Para contigo despicar, Eu os olhos bem abri. Para me não rasteirares, Aqui na sede da ARPI. Aqui na sede da ARPI, Quero contigo rimar, Agora assim lado a lado, Vamos lá começar. Comecemos agora mesmo, Sem nada ficar esquecido, Como tu sempre esqueces, Quando te chamo querido. Sempre me chamaste querido, Em verso ou a cantar, Tenho-te tanta amizade, Quero contigo continuar. Para contigo continuar, Depois de tanto moinar, Quero tudo explicadinho, Sem por dizer nada ficar. Sem rodeios nem trapalhice, É assim desta maneira, Que estou aqui encantado, Minha fiel companheira. Falas tu da companheira, Que te ocupa todo o tempo, Em trabalho e brincadeira, Sem te roubar o talento. Sem me roubares o talento, Contigo estou a versar, Sem desvios nem mentiras, Fazemos um lindo par. Fazemos um lindo par, Sem fofocas nem falatório, Lembras-te? Assim desta maneira, Fomos juntos ao cartório. De lá saímos sozinhos, Eramos dois, cinco agora, Venha de lá esse abraço, Vamo-nos daqui pr’a fora. 11-11-18 – Francisco Parreira.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

M E M Ó R I A I Eu não sou de Rio de Mouro, Só vim para cá morar, Fui também recebido, Acabei por cá ficar. II Para ganhar para o pão, Me deslocava é certo, Meu trabalho era longe, O da mulher aqui perto. III Passava pela estação, Nem a terra conhecia, Meu destino as mercês, Fosse de noite ou de dia. IV Para mim um dormitório, O filho quase não via, Chegado o fim-de-semana, Uma tripla alegria. V Quando a vida o permitia, A Mem Martins me deslocava, Era nessa freguesia, Que a mulher trabalhava. VI Ao sábado tínhamos a praça, Onde nada faltava, Com muita qualidade, Comprar ali eu gostava. VII O lamiré era constante, Muita gente conhecida, Lá fazíamos as compras, Sem pressa nem corrida. VIII Chegado mais um domingo, Lisboa ou Sintra o destino, Para irmos passear, Com o nosso querido menino. IX Após o regresso a casa, O filho adormecia, Nós estávamos reconfortados, Para enfrentar novo dia. X Tínhamos que madrugar, Ir de novo para a lida, Cada um para seu lado, Era assim a nossa vida. 05-11-18 – Francisco Parreira.