quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 

Com este acróstico vou dizer algo sobre mim.

Francisco Maria Beja Parreira

 

F – Frívolo era eu

R – Reguila com traquejo

A – Almejando crescer

N – Naquele belo Alentejo

C – Calmo e sereno a prever

I – Inclusão no humano baralho

S – Sem qualquer justiça

C – Cônscio para o trabalho

O – Onde laborar sem preguiça.

 

M – Maioridade atingida

A – Adeus à terrinha

R – Rumei à capital

I – Iniciar nova vidinha

A – Assim imaginada sem mal.

 

B – Boa foi a viagem  

E – Esperava-me aquele amigo

J – Já de vida nocturna sabido 

A – Andou naquela noite por onde quis comigo.

 

 P –Portas entradas e saídas todas 

A – Abertas em vai e vem

R – Regalados olhos nos olhavam

R – Rebuscavam por alguém

E – Empolgado pró festim, o sinal

I – Ilusório do amor

R – Reprimido e imoral

A – Assim era em Portugal.

  

Rio de Mouro 29-12-2021

Francisco Parreira

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

 - INVERNO -

I - De nimbos cheios
cono estão a ver
o Inverno chegou
começou a chover.
II - A terra estava ávida
da chuva por vir
continuaria estéril
sem nada produzir.
III - A chuva que venha
calma e mançinha
se não se lavrar
poda-se a vinha.
IV - A chuva é o sangue
que a terra amacia
para que a agricultura
se mantebha em dia.
V - Sem água suficiente
a terra é poeira
todo o grão semeado
não chega à eira.
VI - No ciclo da vida
para à eira chegar
nutrientes, sol e água
a seara vai precisar.
VII - vendo chover estou
na minha varanda sentado
tinha saudades da chuva
aqui agora estou encantado.
Rio de Mouro 21-12-2021
Francisco Parreira

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

 PNEUMOULTRAMICROSCÓPICOSSILICOVULCANOCONIOTICO

“ACÓSTICO DA MAIOR PALAVRA PORTUGUESA ATÉ HOJE, MAS NADA TENDO A VER COM A PALAVRA”

P – Portugal país de grandes heróis,

N – Navegantes valorosos,

E – Excelentes nas caravelas,

U – Ultrapassaram riscos perigosos,

M – Mares nunca antes navegados,

O – Ondas de canhões tenebrosos,

U – Usavam forças naturais,

L – Latitudes e fusos duvidosos,

T – Transpuseram o mítico adamastor.

R – Remaram para sudoeste

A – Alcançaram ilhas de muito calor

M – Muito ricas em especiarias

I – Importantes pelo seu valor   

C – Comercial nas cercanias,

R – Rodeadas de magia e sabor

O – Oriental a Mirtác(e)ias.

S – Sapientes já dos seus opositores,

C – Combinaram trocas comerciais,

O – Orientados pelos superiores

P – Políticos sabidos e geniais,

I – Invencíveis e sabedores.

C – Cristianismo ensinaram,

O – Ostentando a linda cruz,

S – Suplantaram com astúcia,

S – Sabedoria eficaz e luz.

I – Impuseram com audácia,

L – laços de confiança,

I – Inserindo em foral a regalia

C – Coabitação em vizinhança.

O – Outros marinheiros valentes,

 V – Velaram errado a ocidente

U – Ultrapassaram perigos evidentes.

L – Levavam destino na mente,

C – Convés bem atulhado,

A – Armas e munição suficiente

N – Naquela errónea expedição

O – Ordem e paz esteva presente

C – Contrariava a previsão

O – Onde tudo era diferente

N – Naquele lugar de mar chão

 I – Imenso aberto e calmo,

O – Ondas ínfimas fizeram atracação.

T – Trocas executadas em paz

I – Impondo sempre firmeza

C – Como era prática usual (na)

O – Ocidental Pátria Portuguesa.

Rio de Mouro 20-12-2021

Francisco Parreira

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

 TELEVISÃO

T – telespectadores mundiais

E – esperam pelas notícias

L – lidas por locutores leais

E – enfeitiçados por falácias

V – vem com falinhas geniais

I – impingir com astúcias

S – só o que lhes convém

A – acautelando palavras impróprias

O - Ouvidas seriam com desdém.
09-12-2021

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

-- Uma visita de São Nicolau --

Era véspera de Natal e nada na casa se movia,
Nenhuma criatura, nem mesmo um camundongo;
As meias com cuidado foram penduradas na lareira,
Na esperança de que São Nicolau logo chegasse;
As crianças aconchegadas, quentinhas em suas fronhas,
Enquanto rosquinhas de natal dançavam em seus sonhos;
Mamãe com seu lenço e eu com meu gorro,
Há pouco acomodados para uma longa soneca de inverno;
Quando no jardim começou uma barulhada,
Eu pulei da cama para ver o que estava acontecendo.
Para fora da janela como um raio eu voei,
Abri as persianas e subi pela cortina.
A lua no colo da recém-caída neve,
Dava um lustro de meio-dia em tudo em que tocava,
Quando, para meus olhos curiosos, o que apareceu:
Um trenó miniatura, e oitos renas pequenininhas,
Com um motorista velhinho, tão alerta e muito ágil,
E eu soube, na mesma hora, que era São Nicolau.
Mais rápido que uma águia vinha pelo caminho,
E assobiava e gritava e as chamava pelo nome;
“Agora, Corredora! Agora, Dançarina! Agora, Empinadora e Raposa!
Venha, Cometa! Venha, Cupido! Venham, Trovão e Relâmpago!
Por cima da sacada! Para o topo do telhado!
Agora fora, depressa!
Fora todos, bem depressa!”
Como folhas revoltas antes do furacão,
Sem encontrar obstáculos, voaram para o céu,
Tão alto, acima do telhado voaram,
O trenó cheio de brinquedos e São Nicolau nele também.
E então num piscar de olhos, ouvi no telhado
O toque-toque e o arrastar dos casquinhos.
Como um desenho em minha cabeça, assim que virei
Descendo a chaminé São Nicolau vinha resoluto
Todo vestido de peles, da cabeça até os pés,
E com a roupa toda manchada de cinzas e carvão;
Um saco de brinquedos em suas costas,
Parecia um mascate ao abrir o saco.
Seus olhos – como brilhavam!
Suas alegres covinhas!
Suas bochechas rosas, seu nariz como uma cereja!
Sua boquinha sapeca curvada para cima como num arco,
A barba em seu queixo tão branca como a neve;
O cabo do cachimbo bem preso em seus dentes,
A fumaça envolvendo sua cabeça como uma guirlanda;
Tinha um rosto redondo e uma barriga grande,
Que sacudia, quando ele sorria, como uma tigela de geleia.
Era gordinho e fofo, um perfeito elfo velhinho e alegre,
E eu ri quando o vi, sem poder evitar;
Uma piscada de olhos e um aceno de cabeça,
Na hora me fizeram entender que eu nada tinha a temer;
Não disse uma só palavra, mas voltou direto ao seu trabalho,
E recheou todas as meias; então virou no pé,
E colocando o dedo ao lado do nariz,
Acenando com a cabeça, a chaminé escalou;
Pulou em seu trenó, ao seu time assobiou,
E para longe voaram, como pétalas de dente-de-leão.
Mas ainda o ouvi exclamar, enquanto ele desaparecia
“Feliz Natal a todos e para todos uma Boa Noite!

Poema de  -  Clement Clark de Moore - 1823.

sábado, 4 de dezembro de 2021

 

Fado do cansaço

Letra e música de Cuca Roseta
Repertório da autora

De tanta vida que prendo
Sobram palavras sem ideias
Eu já não me compreendo
Neste emaranhar de teias

É como um nó na garganta
Que prende a respiração
Poeira que se levanta
Dentro do meu coração

Sê como o vento, liberta, solta
Sê como o vento a libertar o teu pensamento
Vê como o olhar, liberta, solta
Vê com o olhar, mais profundo, mais singular

Com toda a essência que prendo
Surgem mais e mais porquês
É uma agitação cá dentro
Desejo, saudades, talvez

Cansaço sobre cansaço
Sufôco sombrio
À beira do meu colapso
Descanso, páro, adio

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

 EUTANÁSIA

E – Está no seu direito

U – Utilizar o veto

T – Tramar a oposição

A – Adiar sine dia

N – Na sua religião

A – Autorizar este acto

S – Subvertia mundo cristão

I – Impondo seu pensamento

A – Ainda reina na nação.

01-12-2021