segunda-feira, 22 de novembro de 2021

 

O amigo Aprendiz

Quero ser teu amigo,

Nem demais e nem de menos…

Nem tão longe nem tão perto.

Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te como próximo, sem medida…

E ficar sempre em tua vida

Da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade,

Sem jamais te sufocar,

Sem forçar a tua vontade.

Sem falar quando for a hora de calar.

E sem falar quando for a hora de falar.

Nem ausente nem presente por demais…

Simplesmente, calmamente, ser-te paz.

É bonito ser amigo, mas confesso:

É tão difícil aprender…

Por isso, eu te peço paciência.

Vou encher este teu rosto

De alegrias, lembranças…

Dê-me tempo

De acertar nossas distâncias!

    O autor deste poema é José Fernando de Oliveira, “ Padre Zezinho “ mas   circula nas redes sociais como apócrifo de Fernando Pessoa.

sábado, 20 de novembro de 2021

 O que é o Natal?

I – O Natal é uma festa de origens pagãs

Festas por tribos neolíticas celebradas

Na Europa do norte

Para serem as colheitas agraciadas.

II – O Natal é transformação do solstício de inverno

Há séculos comemorada

Desde data secular

Ainda hoje ignorada.

III – O Natal é usurpação

De tanta festa pagã

Que foram sendo aglutinadas

Nesta festa cristã

IV – O Natal é isto e tanto mais

Que se encontra pelo mundo

Tudo vai sendo esclarecido

Com estudo certo e profundo

V – O Natal é festa milenar

Há mais de sete mil anos a.C. se iniciou

Com imperadores se cruzou

E séculos e séculos perdurou.

VI – O Natal é data importada

Pelo imperador constantino

Que impos datas e culto cristão

Moldando sua imagem ao divino.

VII – O Natal é só um dia

O calendário assim o diz

Se mudasse e fossem séculos

Como eu ficaria feliz.

VIII – O Natal é desperdício

Consumismo exagerado basta

São compras descontroladas

Ninguém olha ao que gasta.

IX – O Natal é impulsivo

Todos compras vão fazer

Como serão ela pagas

A seguir iremos ver.

X – O Natal é esbanjador

Gasta o saldo do cartão

Com o vicio de comprar

Nada resta para o pão.

XI – O Natal é abastança

Sem nenhuma contenção

Deixem-se de fachada

Comprem com moderação.

XII – O Natal é tradição

Tradição a quanto obrigas

Tantos se empanturram

Para ficarem tantas vazias barrigas.

XIII – O Natal é uma montra

Onde se vêem cheios odres

Tudo o que comem a mais

Matava a fome aos pobres.

XIV – O Natal é época de festa

Anda tudo em alvoroço

Ainda bem que tu existes

Os Sem Abrigo tem melhorado um almoço.

XV – O Natal é também alegria,

Amor, afectos, fraternidade,

Carinho, beijos e abraços

Para toda a eternidade.

XVI – O Natal é passado

Esquecidos e distantes

Os maus dias e semanas

Fica tudo como dantes

VII – O Natal é tudo gasto

Ordenado e subsídio também

Agora terão que viver

Algum tempo sem vintém.

Rio de Mouro 20-11-2021

Francisco Parreira

domingo, 14 de novembro de 2021

 Um olhar diz tanto


Um olhar abriga a fé
Um olhar revela a esperança
Um olhar fascina e enlouquece

Um olhar constrói um amor
Um olhar acalma o medo
Um olhar esparrama o ódio

O olhar traduz tanto
O olhar fala mais que as palavras
O olhar revela o coração

Fico com o olhar da ternura
O olhar dos amantes
O olhar fraterno

Por fim,
Tenhamos o olhar puro da criança.

Iraci Sartor