sexta-feira, 22 de março de 2019
domingo, 17 de março de 2019
terça-feira, 5 de março de 2019
Dia Mundial
da Poesia
I
Hoje em todo
o mundo
Celebramos
lendo poesia
É bonito dá
alento
A qualquer
hora do dia
II
Estar neste
lugar
Um símbolo
da liberdade
A ler o que
escrevi
Com esta
provecta idade
III
Quando
escrevo enriqueço
Minha
personalidade
Digo-o com
muito agrado
E um pouco
de vaidade
IV
Seja prosa
ou versos
Sem o tema
escolher
Faço-o com
alegria
Dá-me imenso
prazer
V
Ser poeta é
saber
Os
pensamentos ordenar
Com
inspiração e precisão
Para os
poemas criar
VI
Não sendo eu
um poeta
Como aqui
estou a mostrar
Divirto-me e
escrevo versos
De-quando em
vez a rimar
VII
Emparelhar
algumas palavras
É aquilo que
faço
Para todos
os poetas
O meu
sincero abraço.
A guerra dos pimentos
No século anterior os brinquedos oferecidos aos filhos e
netos, eram bonecas às raparigas e armas, principalmente espingardas aos
rapazes, e, sem opção de escolha, sobretudo nos meios rurais, pois eram esses
brinquedos que se encontravam à venda nas feiras anuais.
Quer gostassem ou não de guerras, a isso eram incentivados a
brincar, muitas vezes os rapazes com armas ou sem elas, tudo servia para fazer
de espingarda, quase tudo era arremessado como se fossem balas e as guerras
surgiam do nada.
Num agradável dia de Outono, quando aqueles quatro amigos
corriam e brincavam, comandados pelo seu chefe Deodato, o mais velho dos
quatro, encontraram junto a umas hortas, um amontoado razoável de pimenteiros
que haviam sido arrancados nas hortas, para libertar terra para outras culturas,
os quais ainda tinham bastantes pimentos pequenos e grandes, verdes ou
vermelhos. O mais novo, o Virgulino arrancou um pimento, atirou-o ao chefe,
atingiu-o sem o magoar, foi o rastilho que fez desencadear uma guerra.
De um lado o Deodato e o Virgulino, do outro lado o Canelas
e o Valverde. À ordem do Deodato a guerra começou, com o arremesso
incontrolável de pimentos, o terreiro da contenda, era todo aquele espaço de
hortas em redor do monte de pimenteiros, de onde os guerreiros arrancavam de
qualquer maneira os pimentos, chegando mesmo a esborrachá-los e atirando-os uns
contra os outros.
Aquela guerra a que deram o nome de “ guerra dos pimentos “,
por serem esses usados como munições, durou pouco, não pela falta de munições
ou perda de algum guerreiro, mas pela sua inexperiência. Quase em simultâneo os
quatro valentes guerreiros, entraram numa aflição tal, num pranto, tomados pelo
medo de perder a visão, quanto mais os olhos esfregavam, mais eles lhes ardiam,
o susto era tal, que gritavam uns para os outros que iam ficar cegos e o que
lhes fariam os pais.
Um ancião trabalhador daquele latifúndio, o senhor José
Soromenho que também ali tinha uma horta, onde criava vários produtos, para uso
caseiro e acrescentar algo à pequeníssima jorna que o patrão lhe pagava. Ao
ouvir aquela gritaria de aflição, foi ver e saber o que se estava a passar com
aquelas crianças. Quando chegou e viu aquele cenário, esbodegadas mãos e cara
com massa de pimentos, indagou o que tinha acontecido, acalmou-os, mandou-os
parar de esfregar os olhos, suportando o ardor, convidou-os a irem para junto
de uma vala de água limpa, foi à horta buscar sabão, primeiro lavaram muito bem
as mãos, só depois os olhos até que não ardessem, mas continuariam vermelhos
por algum tempo. Depois de ultrapassada a grande aflição, o ancião que os
conhecia, tal como eles o conheciam a ele, perguntou-lhes se queriam saber porque
lhes aconteceu aquilo aos olhos? Os quatro a uma só voz disseram que sim. Não
sei se sabem que também alguns pimentos são queimosos e junto com os
pimenteiros há malaguetas daquelas grandes, que se usam na conserva das carnes,
ao sumo dos pimentos e malaguetas que rebentaram, esfregando depois os olhos
provocou tudo isso, que vai passar com o tempo.
Foi tão
estrondosa aquela derrota, que aqueles guerreiros e amigos nunca mais quiseram
fazer guerras. 04-03-19 – Francisco Parreira
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