sábado, 27 de junho de 2015

A licença de isqueiro

licencadesisqueiroPela metade da década de 60 do século passado, um jovem alvaladense precisado do seu bilhete de identidade pessoal desloca-se a Santiago do Cacém (ou Santiago de Cães Cem, como muitos alvaladenses à época chamavam à sede concelhia) para tratar do documento.
Nas proximidades da antiga conservatória do Registo Civil, decide fumar um cigarro, mas, mal acende o isqueiro, surge-lhe um guarda da GNR que o aborda e exige que lhe mostre a licença de uso do isqueiro. O jovem, não se mostrando intimidado, responde que não possui a dita licença (obrigatória entre 1937 e 1970 para o uso de isqueiros e outros tipos de acendedores em espaço público, ao que se conta para salvaguardar a viabilidade económica da Fosforeira Nacional, propriedade dos Caeiro da Mata, uma família muito próxima de Salazar), não restando ao guarda que não fosse informá-lo que assim sendo teria que o multar em 150$00. “Não pago”, respondeu o rapazola. Não pagas, vais preso”, disse-lhe o guarda surpreendido com a resposta.
Em tom desafiador, o jovem não desarma: “Preso? Isso é que era bom”. “Estás a gozar…vamos já para o posto”, decide o agente. E lá foram. Chegados ao posto da GNR, o desafiante foi levado à presença do comandante. Num tom agreste e com algumas ameaças pelo meio, o comandante da GNR local pergunta ao jovem alvaladense por que razão insistia ele na frase “isso é que era bom” perante a possibilidade de ser preso por se recusar a pagar a multa. “Já tenho embarque marcado para África para o dia 29 de Abril. Se me prenderem, não vou”, esclareceu. O Comandante, sem alternativa e frustrado por não cobrar a multa nem poder prender o rapazola, remata: “Já me lixaste…desaparece

sexta-feira, 12 de junho de 2015

--------------------T O R N A D O ----------

Aquele tornado viral,
que tanto nos irritou,
fez estragos a valer,
no sistema onde entrou,
não sendo só eu,
que o maldito danou,
foram muitos, muitos mais,
desprotegidos até,
que navegam nas redes sociais,
sempre na boa fé,
em trabalho ou diversão,
sofreram aquele ataque,
aquela terrível invasão,
de inteligentes sem berço,
grandes em maldição,
com astucia suficiente,
para com um clic feito,
prejudicar tanta gente,
de caracter e respeito.

12/06/2015-------- Francisco Parreira